Próximo domingo dia 29,
celebraremos a solenidade de São Pedro e São Paulo, que possamos aprender com a
vida destes homens de fé o caminho que leva para Deus.
Simão recebeu de Jesus o nome
Pedro (Cefas ou Pedra), um humilde pescador que conheceu Jesus por meio do seu
irmão André, o mesmo que negou Cristo por três vezes antes da sua crucificação
e a quem Jesus também perguntou três vezes se o amavas, pedindo para que apascentasse
as suas ovelhas, em uma parte Pedro foi chamado de pedra de tropeço, mas, foi
sobre esta pedra que Jesus edificou a sua Igreja. Ele foi o primeiro a anunciar
o evangelho após a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Saulo, o grande levita
conhecedor das leis, usou este conhecimento para perseguir os cristãos, mas,
como Deus tinha um proposito para a vida dele, ele caiu do cavalo a caminho de
Damasco onde iria prender e matar os seguidores de Jesus, foi necessário que
ele ficasse cego para as coisas do mundo para enxergar a vida que há em Cristo
e a missão que foi preparada para ele, foi quando passou a se chamar Paulo, o
menor entre todos, anunciou o evangelho a todos sem distinção, levou a mensagem
também aos pagãos, escreveu várias cartas as mais diversas comunidades, e destas
cartas originaram vários livros do novo testamento.
No livro dos Atos dos Apóstolos, relata a perseguição
do rei Herodes aos cristãos, ele mandou matar Thiago a espada e prendeu Pedro, “Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o
na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um.
Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. Enquanto
Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele.”(At.
12, 4 - 5) Pedro é mantido sobre forte vigilância, a mando de um terrível
sanguinário, mas, a comunidade se apega em Deus direcionando as suas orações
para que Jesus liberte o líder da Igreja do poder da morte que era anunciada. Em
meio a tantas diversidades das nossas vidas nos esquecemos do poder da oração
ficamos lamentando pelos cantos e deixamos de entregar a Deus tudo àquilo que
nos afligem, esta comunidade acreditou neste poder da oração.
Nos versículos seguintes vemos que o anjo
acorda Pedro e manda que ele se prepare, “Coloca o cinto e calça
tuas sandálias!” “Põe tua capa e vem comigo!”(At. 12, 8), porque para que Deus aja em nossas vidas é
necessário que estejamos preparados, mas, a parte que mais nos chama a atenção
é: “Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao
portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram,
caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e
disse: Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do
poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!” (At. 12, 10 – 11.) Mesmo Deus agindo em nossas vidas dia
após dia, nos concedendo o dom da vida e nos libertando, as vezes custamos
acreditar, somente depois de o anjo deixar Pedro fora da prisão é que ele
percebeu que não era uma visão e que realmente, Deus o libertou, e o libertou
porque a sua missão ainda não havia sido completada, havia muito por fazer.
Em sua segunda carta a Timóteo, o Apostolo
Paulo, no diz: “Quanto a mim, eu já estou
para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida.
Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a
coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente
a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.”(2Tm. 4, 6 – 8.) Ele dá a sua missão como completada, sabe
que em breve estará na presença de Deus junto com todos aqueles que como ele
esperam com amor, ele não pede a Deus que pune os que o perseguem, mas,
sente-se feliz em ter tão vigorosamente anunciado este reino de Deus que está
preste a presenciar.
Ele reconhece que foi instrumento nas mãos
de Deus, “Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que
a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações;
e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me libertará de todo mal e me
salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos!
Amém.”(2Tm. 4, 17 – 18.) Sabia que era Deus que agia através de
suas ações e Deus que falava por meio de suas palavras, e é este mesmo Deus que
o libertará de todo o mal e o salvará para que viva eternamente na alegria
deste reino celeste.
Nós por diversas vezes esperamos aqui na
terra sermos reconhecidos por tão pouco que realizamos. Fazer o bem ao próximo
deve ser uma atitude gratuita, não podemos esperar receber algo em troca, queremos
posição de destaque, em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossos
trabalhos e também na sociedade, buscamos incansavelmente o Status, e nos
esquecemos de que o melhor é ter amor, paz e um coração generoso para fazer
brilhar este sol da esperança que é o próprio Jesus, a todos, sem distinção.
O evangelista Mateus nos relata um momento chave
para entendermos a nossa fé, “Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e
ali perguntou aos seus discípulos: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Eles
responderam: Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda,
que é Jeremias ou algum dos profetas. ” (Mt. 16, 13 –
14.) Muitos queriam ver Jesus como alguém muito importante, mas, não tinham a dimensão
verdadeira de quem ele realmente era, e ele ainda não satisfeito fez outra
pergunta: “E vós, quem dizeis que eu
sou?”(Mt. 16, 15b.) Quem é
Jesus para nós? Algum milagreiro? Uma loja de conveniência? Alguém a quem
recorremos somente em momentos difíceis? É meus irmãos, muitas vezes é neste
Jesus que acreditamos e perdemos a essência dos seus ensinamentos, os seus
exemplos, o seu amor e a sua compaixão.
Mas, Pedro, tem a resposta que tem o poder
de transformar as nossas vidas, “Tu és o Messias, o Filho
do Deus vivo.”(Mt. 16, 16b.) Quando
nós reconhecemos que Jesus é este Messias, o filho do Deus vivo, nossas vidas
se transformam, não conseguimos mais vivermos como as mesmas pessoas, tudo se
transforma, e reconhecer este Jesus Divino e Humano ao mesmo tempo, é se
comprometer com o seu projeto de um mundo melhor para todos, se dizemos que
Jesus é o nosso Salvador, o Pão vivo descido do céu, e não nos comprometemos
com o seu projeto, estamos somente seguindo a um modismo, fazemos porque os
outros fazem.
Pedro acreditou neste Jesus, Filho do Deus
vivo, ele quis também entregar a sua vida por este reino, Jesus o confiou esta
missão, “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não
foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno
nunca poderá vencê-la. Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será
ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”(Mt. 16, 17 – 19.) A missão de continuar esta igreja, este
ensinamento, com a Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus, alguém precisava
dar continuidade, levar o anuncio até os confins da terra, e coube a Pedro,
animar e ser esta referencia deste Amor infinito de Deus por nós, logo ele,
humilde pescador, as vezes impulsivo, as vezes amedrontado, ele que andou sobre
as águas e que começou a afundar quando sentiu medo, foi ele o escolhido por
Jesus, para ser esta rocha firme para edificar a igreja do Senhor, pois, foi o
melhor exemplo deixado para nós.
Se pensarmos um pouquinho, vamos nos
identificar com Pedro, somos pequenos, humildes, cheios de incertezas, amedrontados
por diversas vezes negamos a Jesus, somos pedra de tropeço para muitas pessoas,
e muitas vezes as nossas vidas começam a se afundar em nossos medos, mas, se
confiarmos em Jesus, podemos ser forte como Pedro, que andou sobre as águas,
que foi liberto das algemas das injustiças, que anunciou incansavelmente o
reino de Deus e que se tornou pedra fundamental da igreja de Jesus. Só depende
de nós, porque Deus sempre está fazendo a parte dele e espera que também nós
façamos a nossa parte.
Nesta
solenidade de São Pedro e São Paulo, os dois pilares da Igreja, peçamos a Deus
que nos torne fortes como eles, para que as nossas palavras e as nossas ações,
sejam testemunhas deste Amor incondicional de Deus por todos nós.
Rubens Corrêa |