Face a face com Cristo!
Neste domingo celebramos a esperança. Lembramos nossos entes
queridos que já partiram para o Pai. A morte é o começo de uma vida eterna
junto de Deus.
A celebração dos fiéis defuntos está intimamente
ligada à solenidade de todos os santos, pois nossa fé na ressurreição nos
associa àqueles que já gozam da felicidade plena e cantam louvores ao Cordeiro.
É pela certeza da ressurreição que a Igreja se acerca
aos fiéis defuntos. Confiamos em Deus e a Deus os nossos entes queridos, na
certeza de sua ação divina de transformar suas vidas mortais em vida eterna,
participando de sua eternidade e, por isso, de sua divindade, em Cristo Jesus,
o vencedor da morte.
I Leitura (Jo 19,1.23-27ª): Eu o verei com os meus próprios olhos
II Leitura (Rom 6,3-9): Vida nova em Cristo ressuscitado
Eu sou a
ressurreição, eu sou a vida, eu sou; não morrerá para sempre quem crê em mim,
seu Senhor!
Evangelho (Jo 11,17-27): Quem crê em mim viverá
Reflexão sobre as leituras escolhidas seguindo o
esquema da liturgia Deus conosco
“Meus olhos
verão a Deus”. Deus se revela na
história humana de modo gradual num método pedagógico conforme atesta a Bíblia.
No meio de muitas perguntas, duvidas e incertezas, Deus permite ao homem fazer
uma descoberta: a vida afinal faz sentido!
“Meus olhos veem
a Deus”. Enquanto Jó confessa sua fé na
futura visão de Deus, o Evangelho de João nos indica que já podemos “ver” a
Deus na pessoa de Jesus Cristo. Ver a Jesus com os olhos da fé implica viver
conforme sua pratica e seus ensinamentos. Quem está em Jesus e dele se alimenta
(Palavra e Eucaristia) já possui a vida eterna.
A comunidade joanina confessa que Jesus veio ao mundo “para que todos tenham vida e vida em
plenitude” (Jo 10,10). Esta é também a nossa confissão de fé: ele é o
doador da vida plena já para este mundo e para a eternidade. Ele mostrou o
caminho da justiça e da fraternidade a este mundo e venceu a morte pela
ressurreição. Ele não exclui ninguém. Nele já ressuscitamos para a vida. A
morte não tem a última palavra.
Se Jesus entregou sua vida livremente para a vida do
mundo, também nós doamos a vida, livremente, pelo bem dos outros. Com Marta e
Maria fazemos também nós a experiência pessoal do encontro com Cristo que nos
desafia a deixar os medos e acreditar nele.
O Dia de Finados (ou dos Fiéis
defuntos) é comemorado neste domingo, porém muitos não sabem a origem desta
data, nem se ela é comemorada em outras religiões. A homenagem aos mortos na Igreja
Católica começou a partir do ano 998 DC no Mosteiro beneditino de Cluny na
França, onde o abade Odilon, ou Odílio, determinou que os monges rezassem por
todos os mortos, conhecidos e desconhecidos, religiosos ou leigos, de todos os
lugares e de todos os tempos.
Após quatro séculos, o Papa, em Roma, adotou o
dia 2 de novembro como o Dia de Finados, ou dia dos mortos, para a Igreja
Católica.
No Brasil este costume foi trazido pelos
portugueses, onde as igrejas e os cemitérios são visitados e têm missas
encomendadas, os túmulos são decorados com flores, e milhares de velas são
acesas. Já
no resto da América Latina, o dia 2 de novembro é bastante festejado. No México
existe o tradicional “Dia dos Mortos”, onde é preparada uma grande festa
popular. Esta é uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo a
tradição, os mortos retornam para visitar seus parentes neste dia. Ela é
festejada com comida, bolos, festa, música e doces preferidos dos mortos.
Porém nem todos comemoram o “Dia de Finados”, no
caso dos protestantes em geral, estes afirmam que a doutrina da Igreja
Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento
bíblico.
Segundo eles, a única referência a este tipo de
prática estaria em II Macabeus 12,43-46. Porém os protestantes não reconhecem a
canonicidade deste livro, por tanto não cultuam esse dia.
Já os espíritas não comemoram a data da
mesma maneira que a religião católica, porém independente de ideologia
religiosa, ou limitação imposta pela doutrina, muitos realizam visitas a túmulos
de parentes ou conhecidos.
Luis Filipe Dias |