Quem ama Jesus vive de forma diferente. Uma
comunidade que ama, transborda de vida nova. Onde mora Deus, reina o amor, a
paz e a concórdia (Evangelho). A paz de Deus é diferente da paz do mundo. Somos
convidados a testemunhar a fé no mundo em que vivemos.
Comentário
dos textos
I leitura (At 15,1-2.22-29): Conflitos fazem
parte da comunidade
Antioquia se torna um centro irradiador da
vida cristã. Aqui surge o problema de seguir ou não a lei judaica como único
caminho de salvação. Para discernir qual o melhor caminho a seguir, é convocado
aquele que ficou conhecido como o “Concílio de Jerusalém” no ano 49.
O que se pretende é a unidade da Igreja no
seu agir. O decreto final a presenta uma linha conciliadora para não excluir
ninguém da proposta de salvação.
O bom andamento das comunidades exige o bom
desempenho de todos os ministérios e serviços.
II leitura (Ap 21,10-14.33-23): A nova
humanidade - “novos céus e nova terra”
(Is 65,17)
Falar de monte é apontar caminhos de vida
nova. No monte Moisés recebeu os 10 mandamentos que entregou ao povo que vivia
no vale da morte. A nova Jerusalém é a cidade de Deus. O numero doze se refere
às 12 tribos de Israel e aos 12 que seguiram o Mestre. A cidade perfeita é dom
de Deus e morada de Deus no meio do povo. O Messias é o cordeiro: a lâmpada que
ilumina a cidade.
O projeto de Deus quer incluir a todos. Em
Jesus, Deus montou a sua tenda no meio do povo. Os sinais de libertação e de
vida nova são reais: não mais lágrimas de morte (21,4). Aqueles que acreditarem
e permanecerem fiéis, resistindo ao projeto de morte, terão uma vida nova.
Evangelho (Jo 14,23-29): Ser humano, morada
de Deus
O texto deste domingo faz parte do discurso
de despedida de Jesus aos seus discípulos. Ao escrever por volta do ano 90 João
nos deixa uma reflexão pós-pascal das comunidades joaninas. Há uma clara e
estreita relação entre Moisés e Jesus: assim como Moisés foi enviado para guiar
o seu povo rumo à terra prometida, Jesus foi enviado pelo Pai para dar vida à
humanidade; assim como Deus se manifestou no Êxodo por meio de dez sinais,
Jesus realiza sete sinais libertadores. Tudo isto é fruto da experiência de fé
da comunidade que faz um caminho libertador. O que Jesus diz e faz é a própria
expressão de Deus Pai. Jesus e o Pai são UM Só. Essa intimidade relacional se
estende às pessoas que praticam o amor.
Pistas de reflexão
O termo “paz”, expressa a síntese dos bens
necessários para uma vida plena, tanto temporais como espirituais.
A utopia dos novos céus e da nova terra foi
o que alimentou as primeiras comunidades durante as perseguições.
Deus continua a escrever a sua história na
vida das pessoas e das sociedades.
Todos temos uma missão a desempenhar no
mundo de hoje.
Luis Filipe Dias |