Neste domingo Jesus nos convida a refletir a
importância de se ter uma fé sólida, sabemos que somos pequenos e pecadores,
mas que grande é a misericórdia de Deus que nos ama e que abre as portas de sua
casa até para os filhos que andam distantes, ao experimentarmos este amor infinito
de Deus, somos chamados a anunciar o evangelho de Jesus pelo mundo mantendo a
sua essência sem deturbar a sua mensagem, ao abrir nossa boca é Cristo que deve
falar e não as nossas vontades e desejos, um verdadeiro discípulo segue os
passos do seu mestre.
Na primeira leitura (1Rs 8,41-43.) ouvimos
as sábias palavras de Salomão dirigida a Deus: “Naqueles dias, Salomão rezou no Templo, dizendo: ‘Senhor, pode
acontecer que até um estrangeiro que não pertence a teu povo, Israel, escute
falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço. Se, por
esse motivo, ele vier de uma terra distante, para rezar neste templo, Senhor,
escuta então do céu onde moras e atende a todos os pedidos desse estrangeiro,
para que todos os povos da terra conheçam o teu nome e o respeitem, como faz o
teu povo Israel, e para que saibam que o teu nome é invocado neste templo que
eu construí’”.
Ao construir o grande templo de Jerusalém,
Salomão não restringe o seu uso ao povo judeu, ele reconhece que não fronteiras
para a palavra de Deus e o seu nome já tornava conhecido pelos estrangeiros,
por isso era necessário abrir a casa de Deus também a seus filhos fora de
Israel. Hoje o numero de templos cresceu muito, desde os grandes centros com
grandes, luxuosos e imponentes templos, até os bairros mais periféricos com
pequenas igrejas, em todos estes lugares Deus está presente esperando pela
visita dos seus filhos, cada casa de Deus deve estar bem cuidada e sempre se
mostrar acolhedora para que seus de perto ou de longe possam se sentir em casa.
Em sua carta aos Gálatas (Gl 1,1-2.6-10.)
Paulo nos diz: “Eu, Paulo, apóstolo — não
por iniciativa humana, nem por intermédio de nenhum homem, mas por Jesus Cristo
e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos — e todos os irmãos que estão
comigo, às Igrejas da Galácia. Admiro-me de terdes abandonado tão depressa
aquele que vos chamou, na graça de Cristo, e de terdes passado para um outro
evangelho. Não que haja outro evangelho, mas algumas pessoas vos estão
perturbando e querendo mudar o Evangelho de Cristo. Pois bem, mesmo que nós ou
um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos
pregamos, seja excomungado. Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos
pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado. Será
que eu estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus? Ou estou
procurando agradar aos homens? Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos
homens, não seria servo de Cristo”.
Paulo se mostra admirado como as Igrejas da
Galácia precocemente abandonou o evangelho de Cristo para seguir a outros
ensinamentos, ele condenou a excomunhão aqueles que pretendiam mudar as
palavras de Jesus, perturbando a estes cristãos. Hoje vemos como muitos estão
usando da palavra de Deus e dos ensinamentos de Jesus para obter vantagens pessoais
e para impor aquilo que lhes são convenientes, é preciso que em nossas igrejas,
são elas católicas ou protestantes, a mensagem de Jesus clara e que o caminho
para vive-la seja reto e plano, não há atalhos e não é possível queimar etapas,
a mensagem que anunciamos deve ser a mesma que Jesus transmitiu aos apóstolos,
o tempo mudou, mas a tua palavra não.
Evangelho (Lc 7,1-10.) “Naquele tempo, Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus
entrou em Cafarnaum. Havia lá um oficial romano, que tinha um empregado a quem
estimava muito e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de
Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar
seu empregado. Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência:
‘oficial merece que lhe faças esse favor, porque ele estima o nosso povo. Ele
até nos construiu uma sinagoga’. Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém,
quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus:
‘Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem
mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua
palavra, e o meu empregado ficará curado. Eu também estou debaixo de
autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um:
Vai!, ele vai; e a outro: Vem!, ele vem; e ao meu empregado: Faze isto!, ele o
faz’. Ouvindo isto, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o
seguia, e disse: ‘Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé’.
Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em
perfeita saúde”.
Jesus reconhece neste oficial romano uma fé
que até então não havia presenciado em ninguém de Israel, ele sabe que não era
digno de receber, mas sabia que bastava uma palavra de Jesus para salvar a quem
ele estimava muito. Em todas as celebrações eucarísticas quando ouvimos “felizes
os convidados para a ceia do Senhor, eis o cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo”, respondemos: “Senhor eu não sou digo que entres em minha morada, mas
diga uma palavra que serei salvo”, com a boca repetimos as palavras daquele
oficial romano, mas o coração parece dizer outra coisa, as vezes vivemos
repetindo e repetindo muitas coisas não procurando meditar no real significado
destas palavras para nós.
Que neste domingo possamos aprender a viver
verdadeiramente como filhos de Deus, sabemos o quanto somos falhos e que muitas
vezes nos afastamos do caminho, mas mesmo que não sejamos dignos Jesus quer
fazer de nós sua morada e nos convida para a vida na comunidade, em contato com
outras pessoas que errantes como nós encontra abrigo e segurança na casa do
Senhor, porém a nossa missão é no mundo, em comunidade encontramos a força e o
impulso necessário para levar a essência da mensagem de Jesus ressuscitado para
o mundo todo, há muitos irmãos que ainda necessitam de se encontrar com Deus e
somos nós que devemos promover este encontro. Cristo conta conosco.
Rubens Corrêa |