Neste quarto
domingo da quaresma celebramos o domingo das alegrias, meio tantas reflexões duras
que nos alertam sobre a nossa condição de pecador e que é preciso nos converter,
hoje nos enchemos de alegria com leituras que nos trazem muita esperança, Deus
é um Pai de misericórdia e que sempre está pronto a perdoar um coração verdadeiramente
arrependido, nos deixemos alcançar por esta misericórdia, este é o tempo
favorável para voltar a casa de Nosso Senhor e no livrar das amarras do pecado.
Na primeira leitura Josué
5,9-12 nos mostra a primeira celebração
da páscoa na terra prometida.
Leitura do livro de Josué: Naqueles
dias, 9o Senhor disse a Josué: “Hoje tirei de cima de vós o
opróbrio do Egito”. 10Os israelitas
ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à
tarde, na planície de Jericó. 11No dia seguinte
à Páscoa, comeram dos produtos da terra, pães sem fermento e grãos tostados
nesse mesmo dia. 12O maná cessou de
cair no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra. Os israelitas não
mais tiveram o maná. Naquele ano comeram dos frutos da terra de Canaã. –
Palavra do Senhor. – Graças a Deus.
Após longa
caminhada no deserto os hebreus celebram a páscoa na terra prometida, depois
deste momento eles não mais comeram o maná e passaram comer os frutos da terra
que o Senhor lhes concedeu como morada, Deus cumpri as suas promessas e nos
chama a também a atravessar o nosso deserto, para que ao chegarmos a celebração da páscoa
possamos ter deixado lá no deserto toda a vida de pecado e infidelidade a Deus.
No Salmo 33(34) louvamos ao
Senhor que ouve o clamor do seu povo e que liberta de toda a angustia.
Provai e vede quão
suave é o Senhor!
Bendirei o Senhor Deus em todo o
tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!
Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos
todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu e de todos
os temores me livrou.
Contemplai a sua face e alegrai-vos, e
vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, e
o Senhor o libertou de toda angústia.
Em sua carta aos 2
Coríntios 5,17-21 São Paulo nos
exorta a ser embaixadores de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Leitura da segunda carta de são Paulo
aos Coríntios: Irmãos, 17se alguém está
em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é
novo. 18E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos
reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. 19Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo
consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra
da reconciliação. 20Somos, pois,
embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de
Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez
pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus. – Palavra do
Senhor. – Graças a Deus.
As palavras de São
Paulo nos tocam profundamente neste domingo da alegria em meio a caminhada
quaresmal, em Nosso Senhor Jesus Cristo tudo que pertencia ao mundo velho
passou, Ele criou uma nova humanidade para as criaturas novas, pois todo aquele
que é de Cristo foi reconciliado do seu pecado, Ele nos concedeu a vitória ao
se entregar na Cruz, o sangue daquele que em si não havia nenhuma mancha do
pecado reconciliou todos nós indignos pecadores, de que prova ainda precisamos para
nos apropriar da graça santificante que Nosso Senhor quer nos dar, que possamos
deixar-nos transformar por Ele.
O evangelho segundo São Lucas 15,1-3.11-32 nos traz uma das mais belas parábolas de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Proclamação do evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas: Naquele tempo, 1os publicanos e
pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da lei criticavam
Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então, Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte
da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que
era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida
desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que
possuía, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar
necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um
homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os
porcos comiam, mas nem isso lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos
empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe:
‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço
ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando
ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao
encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então,
lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu
filho’. 22Mas o pai disse aos empregados:
‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no
seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um
novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a
viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
25O filho mais velho estava no campo.
Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que
estava acontecendo. 27O criado
respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o
recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou
com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti
há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um
cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou
esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o
novilho cevado’. 31Então o pai lhe
disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este
teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’”. –
Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.
Ao ouvir as criticas dos fariseus Nosso Senhor os
ensina por meio da parábola do filho pródigo, um pai com dois filhos e o mais
novo confiando em si pede ao pai a sua parte da herança para partir para o
mundo para viver a sua “liberdade”, ele esbanja tudo o que tinha e começa a
passar fome e em seus pensamentos lembra da fartura que há na casa do pai e
toma a decisão de voltar.
Este irmão mais novo somos cada um de nós que
estando na presença de Deus e tendo sidos salvos por Nosso Senhor, resolvemos
sair em busca dos prazeres que o mundo oferece, nos iludimos inicialmente com a
falta sensação de liberdade e felicidade, ao cair na realidade vemos que
estamos presos ao pecado e totalmente infelizes, neste momento lembramos da
casa do Pai e o quanto tínhamos de graças e bençãos estando na presença dele.
É preciso voltar e como aquele filho arrependido
reconhecer que nos falta a dignidade de sermos chamados filhos do Pai e que Ele,
em sua infinita misericórdia, pelo menos nos aceite como o menor dos seus
servos, pois na casa dele até o menor dos servos tinha com fatura e para quem
estava imundo e humilhado isso seria um grande lucro.
Deus Pai de misericórdia é como aquele pai, que
nem quer saber por onde andamos e o quanto desperdiçamos da sua graça, Ele só
que ouvir o sincero arrependimento deste indigno filho e o reveste da melhor
túnica, o livra da mancha do pecado, coloca um anel em seu dedo, como sinal de
uma nova aliança e coloca sandálias nos pés, para novamente coloca-lo no caminho
que leva a santidade.
Neste lindo evangelho temos também a figura do irmão mais velho, aquele que nunca desobedeceu ao pai e que se recusa a
participar da alegria do pai de recuperar o filho com vida, este irmão também
pode ser cada um de nós que estando dentro a igreja nos recusamos a aceitar
aqueles que durante toda a vida andaram por caminhos tortos e que se sujaram
com as imundices deste mundo, que confiaram na misericórdia do Pai e que abandonaram
uma vida de pecado e se converteram. Não podemos ser egoísta e querer ser o
dono da misericórdia de Deus, é preciso se alegrar com cada irmão que se converte
e busca o caminho das virtudes, no céu haverá mais alegria e nos alegrando na
terra participaremos desta festa no céu.
Que neste domingo nos deixemos alcançar pela misericórdia
de Deus, Ele cumpri o que diz, nos chama para participar da grande festa do
amor e de tudo nos dá com fatura, em Nosso Senhor Jesus Cristo já fomos
reconciliados e devemos seguir os seus passos rumo a santidade, nesta caminhada
de fé sabemos que a nossa condição humana muitas vezes nos leva a cair no erro
e afastando-nos de Deus percorremos as estradas do pecado, Deus nos espera como
um Pai amoroso de braços abertos no confessionário, é preciso aproveitar este
tempo quaresmal para nos livrar de tudo o que nos impede de participar da festa
pascal. Que Nossa Senhora das Alegrias nos ajude nesta caminhada.
Rubens Corrêa |