Irmãos
neste 17º Domingo do Tempo Comum, somos questionados onde está o nosso tesouro,
sabemos que temos a tendência de priorizar o que são menos importantes e com
valores que se perdem com facilidade, mas, Jesus vem nos mostrar o verdadeiro
tesouro para as nossas vidas, um tesouro que não perece e dura por toda vida.
Na primeira leitura vemos que podendo pedir
qualquer coisa para Deus, Salomão pede o que é mais importante, “Senhor meu
Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo
de um adolescente, que não sabe ainda como governar. Além disso, teu servo está
no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou
calcular. Dá, pois, ao teu
servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir
entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão
numeroso?”(1Rs. 3, 7b – 9.) Ele pediu a sabedoria para ser
justo no seu julgamento e que governasse o povo da melhor forma possível, se
desprendeu de toda a vaidade humana, não pedindo algo para si, mas, pediu algo
que favorecesse a todos, esta sabedoria falta a maioria de nossos governantes
que colocam o seus objetivos pessoais a frente dos anseios do povo.
Deus ouve a prece de Salomão, “Já que
pediste esses dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem
a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, vou
satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca
houve outro igual antes de ti nem haverá depois de ti.”(1Rs.
3, 11b – 12.) Deus concede a sabedoria a Salomão, pois ele não buscava glórias
pessoais, também nós devemos pedir esta sabedoria a Deus, muitas vezes enchemos
nossas vidas de coisas supérfluas que em nada nos torna melhores, e o vazio de
nossas vidas é inevitável.
Vemos na segunda leitura, “Sabemos que
tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. Pois aqueles que Deus
contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes
a imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos.”(Rm.
8, 28 – 29.) São Paulo afirma que somos predestinados a serem imagens de Jesus.
E ser imagem de Jesus meche profundamente em como envolvemos as pessoas em
nossas vidas. Será que nos aproveitamos da palavra de Deus para manipular o
próximo? Será que uso a palavra de Deus para oprimir? Não podemos fazer isso,
ser imagem de Jesus nos tornar pessoas melhores, aprendemos ser solidários e a
praticar o amor ao próximo, um amor desinteressado, amor somente pelo gesto de
amar, amar até mesmo aqueles que nada têm a nos oferecer.
No
evangelho Jesus usa de comparações para que possamos entender a essência do
reino de Deus, “O Reino dos Céus é como
um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio
de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O Reino
dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande
valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola. O Reino dos
Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam
a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora
os que não prestam.”(Mt. 13, 44 – 48.) Muitas vezes colocamos maior importância
as coisas que se perdem facilmente e depois ficamos entristecidos, pois
perdemos algo que julgamos essencial, mas, nos esquecemos de que realmente
importa, colocamos a nossa posição na empresa, o carro do ano ou casa linda,
como o centro de nossas vidas, enquanto
nossas famílias andam desestruturadas onde ninguém se entende. De que vale tudo
isso?
Jesus nos conta no evangelho que o homem que encontrou o tesouro, abriu
mão de tudo o que tinha em prol de obter este tesouro. De que tesouro Jesus
estava falando? Jesus falava da vivencia real da fé em Deus, e esta fé passa
também em ajudar o próximo a encontrar o caminho, esta passagem bíblica também
nos fala que ao lançar as redes encontramos peixes de todos os tipos e que é
preciso selecionar bem com quais iremos ficar. A nossa vida é feita de
escolhas, entre o bem e mal, Jesus nada nos impõe, nós que escolhemos o caminho
a seguir, mas, também recebemos as consequências destas escolhas. No evangelho
o homem sábio escolheu vender tudo o que tinha para comprar o campo onde estava
o tesouro, e fez isso por acreditou que era o mais certo a fazer.
E
nós o que escolhemos manter em nossas redes? O tesouro que estou escolhendo
preenche a minha vida? Devemos aprender com Jesus a identificar o verdadeiro
tesouro, rever as nossas relações familiares e também as nossas relações com os
amigos. Estou sendo tesouro ou fardo para os outros? Sim, muitas vezes nos
preocupamos somente com o que os outros são para nós e não nos importamos com o
que somos para os outros, o no egoísmo nos impede de fazer esta meditação e de
ter uma ação diferente.
Neste
domingo temos esta missão, além de identificar e saber valorizar as pessoas que
são como tesouros duradouros para nós, também somos convidados a ser este
tesouro especial para a vida do próximo, que assim como Salomão, que Deus nos
conceda sabedoria para saber o que é certo e o que não é, sendo este tesouro
duradouro para os nossos irmãos, sendo a imagem viva deste Cristo que se
entregou por nós como o maior de todos os tesouros.
Rubens Corrêa |