Neste 19º Domingo do Tempo Comum, meditamos
como Deus se manifesta em nossas vidas, às vezes esperamos que esta
manifestação seja algo fantástico e sobrenatural, mas, Deus nos convida a
silenciar em meio a toda a correria do dia-a-dia para podemos escutar a sua voz
e entender o que ele preparou para cada um de nós.
Na primeira leitura o profeta Elias tem uma
linda experiência com Deus, “Sai e
permanece sobre o monte diante do Senhor, porque o Senhor vai passar. Antes do
Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e
quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, houve
um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio
um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E, depois do fogo, ouviu-se o
murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo
isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta.”(1Rs.
19, 11 – 13a.) Deus se manifesta como esta brisa suave, sem que agente perceba
ele entra em nossas vidas e nos transformada de uma forma profunda, mas, para
isso temos que abrir os nossos corações a graça de Deus.
Na segunda leitura São Paulo revela um
sentimento quanto povo de Israel, “Tenho
no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, a ponto de desejar ser eu mesmo
segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça. Eles são
israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as
leis, o culto, as promessas e
também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o
qual está acima de todos, Deus bendito para sempre! Amém!”(Rm. 9, 2 – 5.)
Este povo que peregrinou por longos anos no deserto, que venceu muitos desafios
e que foi escolhido por Deus para dele nascer aquele que veio redimir o mundo,
este mesmo povo não aceitou Jesus e o crucificou, mas, São Paulo faz da sua
vida uma oportunidade de revelar este Jesus, não só para os judeus, mas, a todo
o mundo sem fronteiras.
No evangelho depois do grande milagre da
multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus se retira no monte para rezar e
manda que os discípulos sigam a frente de barco, “A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o
vento era contrário. Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos,
andando sobre o mar. Quando os
discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: É
um fantasma. E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: Coragem! Sou
eu. Não tenhais medo!”(Mt. 14, 24 – 27.) Quando o medo toma conta das
nossas vidas, muitas vezes deixamos de reconhecer este Jesus que jamais nos
abandona, ele nos acompanha em todos os momentos, principalmente quando achamos
que o mundo todo virou as costas para nós, precisamos acreditar que com tua
presença possamos vencer qualquer situação adversa.
Somos tão fracos e custamos acreditar, assim
como São Pedro que duvidou, “Então Pedro lhe disse: Senhor, se és tu, manda-me ir
ao teu encontro, caminhando sobre a água. E
Jesus respondeu: Vem! Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em
direção a Jesus. Mas,
quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor,
salva-me! Jesus logo
estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: Homem fraco na fé, por que
duvidaste?”(Mt. 14, 28 - 31) Quantas
vezes o medo nos faz afundar? O medo de arriscar na vida profissional, o medo
de ser mal interpretado pelo outros, o medo de se entregar realmente a uma
relação familiar com a esposa ou esposo, com os filhos, muitas vezes somos os frutos
frustrados dos nossos medos, e assim vamos afundando cada vez mais tornando
nossas vidas insuportáveis, mas, Jesus nos estende a mão e nos puxa para cima,
com ele encontramos força e coragem para caminhar sobre o mar das tribulações,
o mar das incertezas, o mar do egoísmo e da falta de amor, nele encontramos
sentido para continuar caminhando mesmo quando as situações não são favoráveis.
Vivemos
constantemente lamentando as coisas que acontece ou deixam de acontecer em nossas
vidas, caminhar sobre as águas requer uma atitude diferente de todos nós, não
que iremos seguir sempre firmes e sem medos, somos humanos e temos sempre que
reconhecer isso, a diferença é onde buscamos esta força transformadora, se
confiamos em Jesus não tememos o primeiro passo sobre as águas, sabemos que ele
não nos deixará afundar neste mar de desilusões, ele nos encoraja para que
possamos ser pessoas melhores, nele encontramos as condições favoráveis para
seguir nossas vidas, “Assim que subiram
no barco, o vento se acalmou. Os
que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: Verdadeiramente, tu és
o Filho de Deus!”(Mt. 14, 32 – 33.)
E o que vamos fazer
com essa condição favorável que Jesus nos proporciona? Precisamos transformar
tudo ao nosso redor, na família, na comunidade, no trabalho e no mundo todo, sem
imposição, mas, com exemplos, mostrar com nossas vidas a graça infinita de
Deus, caminhar sobre as águas requer que demos um passo a cada vez, sem pressa
com amor e carinho com quem caminha ao nosso lado, ajudando para que este nosso
irmão também não se afunde durante a sua caminhada, sendo a mão de Jesus para o
nosso próximo.
Rubens Corrêa |
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