Leituras do dia: Joel 2, 12-18; Salmo 51 (50), 3-4.5-6a.12-13.14 e 17;
Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5, 20-6,2; Evangelho de Mateus 6,
1-6.16-18. (COR ROXA)
Introdução
Com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, damos inicio à nossa Quaresma. Após a Liturgia da Palavra realiza-se o rito da imposição das cinzas, que substitui por si mesmo o Ato penitencial da liturgia.
Com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, damos inicio à nossa Quaresma. Após a Liturgia da Palavra realiza-se o rito da imposição das cinzas, que substitui por si mesmo o Ato penitencial da liturgia.
Neste tempo de salvação somos ajudados a reconhecer toda a nossa
condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. “Convertei-vos e crede no
Evangelho” (cf. Mc 1, 15), é aquilo que ouvimos no gesto da imposição das
cinzas sobre nossas cabeças. A conversão consiste em crer no Evangelho.
Conversão de vida
Neste tempo santo a Campanha da Fraternidade quer nos ajudar em nossa
conversão. O tema deste ano de 2015 é: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, com
o lema: “Eu vim para servir” (Cf. Mc 10, 45).
Recordando a Palavra
A Quaresma começa, hoje, fazendo ecoar novamente em nossos ouvidos as inquietantes palavras do profeta Joel: “rasgai o coração, e não as vestes” (Jl 2,13).
A Quaresma começa, hoje, fazendo ecoar novamente em nossos ouvidos as inquietantes palavras do profeta Joel: “rasgai o coração, e não as vestes” (Jl 2,13).
Com o Salmo 51 (50) respondemos à exortação do profeta Joel. Este salmo
nos transporta do mundo do pecado para o reino da graça. Confessando-nos
pecadores e pedindo o perdão de Deus, começamos a ressuscitar: “dai-me de novo
a alegria de ser salvo” (v.14).
Paulo nos convoca, em nome de Cristo, a nos deixar reconciliar com Deus,
a não deixar passar em vão a sua graça (2 Cor 5,20;6,1). E o Senhor nos diz:
“no momento favorável eu te escutei, no dia da salvação eu te ajudei” (Is
49,8). “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (Cf. 2 Cor
6,2).
O Evangelho repete três vezes que Deus sabe o que se passa dentro de
nós, conhece nossas verdadeiras intenções e os valores para os quais orientamos
nossa vida. A oração, a esmola e o jejum, as “obras de piedade” do judaísmo
antigo, são gestos que marcam a nossa experiência com Deus, mas podem ser pura
exterioridade, não terem ligação alguma com o nosso coração. O Pai é quem sabe
com que intenção eu rezo, faço caridade e jejuo.
Jesus não aboliu as praticas de piedade. Pelo contrário, deu-lhes uma
impostação nova. Esse é o modo concreto de vivê-las na perspectiva do Reino. A verdadeira piedade é, pois, um caminho
excelente de encontro com Deus e com os irmãos.
A conversão quaresmal é sempre um caminho de reconhecimento de nossa
condição de criaturas limitadas, pecadoras. Conversão é mudança de vida, que
consiste em crer no Evangelho, isto é, aderir a ele, viver segundo os
ensinamentos de Jesus, entrar no caminho pascal de Jesus que é caminho de
salvação.
“Em contraposição à cultura moderna, caracterizada pelo individualismo,
relativismo, fundamentalismo e pelo consumismo exacerbado, que gera a cultura
do descartável, encontram-se também os sinais da formação de uma nova cultura
em muitos homens e mulheres, crentes ou não, que se empenham em construir uma
cultura que permita uma maior realização humana, que respeite e ajude a
desenvolver a pluridimensionalidade da pessoa humana, sua autonomia e abertura
ao outro e a Deus” (Campanha da Fraternidade 2015: Texto-Base. Brasília,
Edições CNBB, n. 105).
“Esta cultura é marcada pelo respeito à consciência de cada um, pela
tolerância e abertura à diferença e multiculturalidade, pela solidariedade com
todo o ser criado, pela rejeição das injustiças e por uma nova sensibilidade para
com os pobres” (CF15, n. 106).
Palavra de vida para hoje
Em todas as celebrações litúrgicas, somos desafiados a viver a ligação entre fé e vida. O mistério pascal de Jesus Cristo celebrado na liturgia, ou seja, o mistério de sua morte-ressurreição precisa ser vivido no dia a dia, tanto individualmente como comunitariamente. Na Quaresma, celebramos a Páscoa de Jesus em cada um(a) que se volta ao Senhor de todo o coração e pratica o que é agradável aos seus olhos.
Em todas as celebrações litúrgicas, somos desafiados a viver a ligação entre fé e vida. O mistério pascal de Jesus Cristo celebrado na liturgia, ou seja, o mistério de sua morte-ressurreição precisa ser vivido no dia a dia, tanto individualmente como comunitariamente. Na Quaresma, celebramos a Páscoa de Jesus em cada um(a) que se volta ao Senhor de todo o coração e pratica o que é agradável aos seus olhos.
Exortados à reconciliação com Deus, neste início da Quaresma,
participamos da mesa da Palavra e da mesa da Eucaristia, que nos convidam a nos
desprendermos dos nossos bens e dividi-los com os outros.
Trazemos para a Eucaristia os acontecimentos da vida, a realidade
pessoal e política. A Eucaristia que celebramos é expressão dinâmica do Cristo
Ressuscitado e do Espírito vivificador, que está presente em tudo, renova todas
as coisas, transforma nossos corações, fazendo-nos buscar mais profundamente a
coerência com o projeto de Deus.
Os textos bíblicos proclamados nesta Quarta-feira de Cinzas se tornam
Palavra viva. Deus continua atuando nos acontecimento de nossa vida diária e em
nossa caminhada histórica. A nossa atenção amorosa e abertura do nosso coração
nos ajudam a perceber, nas leituras proclamadas, a presença ativa e libertadora
de Deus em nossa vida pessoa, comunitária e social. Isto nos ajuda a
reconhecer, nos textos sagrados do Primeiro e do Segundo Testamentos, nossa
própria vida, nossa história atual, a história de nossa comunidade, da
sociedade em que vivemos.
Neste tempo favorável, a Palavra proclamada na liturgia nos motiva à
conversão, à mudança de vida, à intensificação da oração, do jejum, de gestos
concretos de solidariedade.
Para melhor vivermos a liturgia eucarística, precisamos voltar aquela
ultima ceia de Jesus. Ele celebrou a ceia na noite em que ia ser entregue. E
todas as vezes que celebramos a eucaristia, há pessoas sendo entregues, sofrendo
perseguição, passando fome, sendo injustiçadas em nosso pais, em nossa região,
em nossa cidade.
A Eucaristia é sinal profético, que antecipa e apressa o Reino de Deus,
que é Reino de fraternidade de partilha. A Eucaristia é sinal de um mundo sem
fome, sem miséria, sem exclusão.
Ó Pai, alegria e esperança de vosso
povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A
exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa
Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai
o vosso Espírito da Verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo
justo e solidário, sinal do Reino que há de vir. Por Cristo Senhor Nosso.
Todos: Amém.
Todos: Amém.
Luis Filipe Dias |
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