Meditamos neste domingo como é difícil percorrer
o caminho de Jesus, muitos são os obstáculos que diariamente temos que superar
e por diversas vezes somos tentados a abandonar o projeto nos aventurando por
outras estradas. Temos na pessoa de Jesus Cristo um grande exemplo a seguir,
mesmo sofrendo muitas perseguições e sabendo de tudo que iria acontecer, ele
não desistiu de nos mostrar os caminhos para a salvação, que nos deixemos guiar
pela luz de Cristo.
As palavras do profeta Isaías (Is 50,5-9a.)
nos mostra como é penoso o caminho do servo de Deus, mas, ao ouvir o chamado do
Senhor é impossível resistir e voltar para trás, mesmo sofrendo com os açoites
e os insultos de quem nos perseguem, temos a certeza que Deus é por nós e que
nada será capaz de os humilhar. “A meu
lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu
adversário? Aproxime-se. Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai
condenar?”
Em nossas igrejas e na sociedade, quantos
desafios precisamos superar para seguir a Jesus? Sabemos que não é fácil, e
para os apóstolos também não foi, mas, devemos nos manter perseverantes e
confiar que o Senhor está ao nosso lado sustentando a nossa missão e ele nunca
nos abandona, segui-lo é com certeza a melhor decisão que podemos tomar.
Na segunda leitura o apóstolo Tiago (Tg
2,14-18.) nos diz, “Meus irmãos: que
adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então
capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que
lhes falta a comida de cada dia; se então alguém de vós lhes disser: ‘Ide em
paz, aquecei-vos’, e: ‘Comei à vontade’, sem lhes dar o necessário para o
corpo, que adiantará isso? Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si
só está morta. Em compensação, alguém poderá dizer: ‘Tu tens a fé e eu tenho a
prática!’ Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé
pelas obras!”
As palavras do apóstolo Tiago mechem
profundamente nas estruturas religiosas e nas estruturas da sociedade, não
podemos tentar separar a fé das obras, pois uma não existe sem a outra, de nada
adianta louvar e bendizer ao Senhor com os nossos lábios enquanto milhões de
filhos de Deus passam fome, estão sem teto, sendo vítimas da violência, das drogas,
da escravidão e da opressão. E o que falar dos lideres religiosos que enriquecem
a custa da fé dos outros? Retém para si o que deveriam colocar em comum com os
que mais sofrem, eles estão na contramão dos ensinamentos de Jesus, precisamos
voltar para o rumo certo.
No evangelho segundo Marcos (Mc 8,27-35.)
vemos que inspirado por Deus, Pedro reconhece em Jesus, o Messias prometido, e
ao ouvir Jesus falar abertamente tudo o que deveria sofrer, ele toma Jesus a
parte e começa repreendê-lo, olhando para os discípulos, Jesus repreende Pedro
dizendo, “Vai para longe de mim, Satanás!
Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. Chamando a multidão, ele
acrescentou, “Se alguém me quer seguir,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua
vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do
Evangelho, vai salvá-la”.
Vemos na figura de Pedro um pouco de cada um
de nós, reconhecemos que Jesus é o verdadeiro Messias que deu a sua vida para
nos salvar dos nossos pecados, mas, quando as adversidades da vida aparecem,
sentimos medo e deixamos que as coisas do mundo nos paralisem, precisamos
romper esta barreira e percorrer o caminho juntos com Jesus até o calvário, e
de lá abrir os caminhos da vida eterna com o Cristo ressuscitado, Pedro
entendeu a mensagem de Jesus e a exemplo do mestre, também entregou sua vida em
favor de muitos. E nós, por quanto tempo nos omitiremos enquanto testemunhamos
tantos sofrimentos neste mundo?
Que neste domingo possamos sentir o
despertar da nossa fé, colocando a serviço de quem mais precisa, nos colocando
nas mãos de Deus para que ele realize a sua obra de salvação por meio de nós,
somos instrumentos do Senhor para que os nossos irmãos também encontre o
caminho da salvação e de uma vida digna, com saúde, paz, segurança, educação,
emprego e liberdade, precisamos descruzar os braços e mostrar a nossa fé pela
nossas obras, é Jesus que anima a nossa caminhada.
Rubens Corrêa |
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