sábado, 25 de novembro de 2017

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (26/11/2017)

Encerrando o Ano litúrgico proclamamos Jesus Cristo, Senhor e Rei do Universo que vence o anti-Reino deste mundo, fazendo-se servo, entregando sua vida em defesa dos pobres e humilhados e reconciliando a humanidade com Deus. Reunidos como servos e servas do seu Reino, aceitamos fazer unicamente a sua vontade. Deixemos o Senhor reinar sobre nós. A Igreja do Brasil inicia hoje o Ano do laicato que quer celebrar a presença e a organização dos fiéis leigos e leigas no Brasil, com o lema “SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO”. Somos chamados a transformar o mundo no reino da verdade e da justiça, de santidade e da graça, do amor e da paz, na Igreja e na sociedade e testemunhar aqui Jesus Cristo e seu Reino.

Primeira Leitura – Ezequiel (34,11-12.15-17)
Leitura da profecia de Ezequiel: 11Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. 12Como o pastor toma conta do rebanho, de dia, quando se encontra no meio das ovelhas dispersas, assim vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão. 15Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus. 16Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito. 17Quanto a vós, minhas ovelhas – assim diz o Senhor Deus –, eu farei justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes”.Palavra do Senhor. – Graças à Deus

Na primeira leitura, Ezequiel, utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem por um lado, nos traz a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história e, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. Assim como as ovelhas, nós também, ora estamos dispersas, doentes, perdidas ou gordas e fortes. Para todos nós o pastor tem um tratamento diferente e adequado segundo as diversas situações nas quais nos encontramos. Deus cuida de nós com amor e, se nos deixarmos contagiar com este amor teremos alimento com fartura e jamais precisaremos sair do Seu redil. Ele conhece a nossa realidade, as nossas razões, nossas necessidades e nossos anseios. 

Salmo -  22

O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha e restaura as minhas forças.
Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.

Neste salmo sentimos a mão forte do Pai nos protegendo, guiando, indicando o caminho menos perigoso, nos mostrando a melhor decisão, a melhor escolha, cada passo, a cada dia. Façamos isso e nossa vida mudará para melhor, assim sendo, podemos garantir e proclamar que a felicidade e o bem hão de nos seguir por toda vida e que, um dia, nós também habitaremos na casa do Senhor, para sempre.

 

Segunda Leitura – Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (15,20-26.28)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 20na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 28E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos. – Palavra do Senhor. – Graças à Deus.

Neste trecho da segunda leitura, Paulo nos apresenta um Rei soberano, vencedor da morte e do pecado, estabelecendo uma realeza universal. Paulo explica o Senhorio de Jesus universal, a sabedoria e a realeza de Cristo Ressuscitado que é a primícia de todos que morreram, nos lembra ainda que o fim de nossa caminhada é a participação nesse Reino de Deus de vida plena, para qual Cristo nos conduz. O Reino de Deus será uma realidade onde o egoísmo, a injustiça, a miséria, o sofrimento, o medo, o pecado, e até a morte, ou seja, todos os inimigos da vida e do homem, estarão definitivamente ausentes, pois terão sido vencidos por Cristo. Nesse Reino definitivo, Deus se manifestará em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas (v.28).

Evangelho – Mateus (25,31-46)
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’ 40Então o rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41Depois o rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. 44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”. – Palavra da Salvação. – Glória a vós Senhor.

Hoje é um dia festivo para nós, pois celebramos Cristo Rei. O Único e Verdadeiro Rei. O Rei do universo, Rei das nossas vidas, das nossas famílias e dos nossos corações. Com a festa de Cristo Rei, nós encerramos este ano litúrgico (ano A). Na próxima semana estaremos comemorando o primeiro domingo do Advento, tempo de preparação para a vinda do Menino Deus, tempo de espera e início de mais uma caminhada no novo ano litúrgico, (ano B).

Neste evangelho Mateus encerra o discurso escatológico, ou seja, o final dos tempos e o ministério público de Jesus, enfatizando que o amor solidário abre a porta do Reino de Deus. Jesus Cristo protege os necessitados pois se identifica com eles.  O Senhor nos promete a vida eterna, e para obtê-la é preciso que vivamos a santidade, desde já. Jesus nos dá o roteiro para que possamos perseguir a perfeição enquanto aqui vivemos. Cada orientação que Jesus nos dá é um ensinamento a fim de que possamos caminhar passo a passo rumo ao céu. Assim sendo, não podemos dizer que não conhecemos a receita nem o caminho, pois o próprio Jesus nos dá todas as dicas.

O texto nos sugere uma revisão de vida, precisamos reaver os valores sobre os quais, estamos conduzindo a nossa vida. O nosso tempo é curto, precisamos aproveitar bem este espaço sagrado que Deus nos concede, para ajustarmos os nossos passos nos passos de Jesus, construindo a cada dia, a nossa morada no céu. O caminho que nos levará a eternidade, passa pela a prática do amor. O que vai nos colocar à direita do nosso Rei, que é Jesus, não será nossas práticas religiosas, e sim, o amor vivido junto aos irmãos.O amor derramado do nosso coração, através de nossos atos concretos, fica guardado no coração de Deus. O que nos identificará diante de Deus, como filhos da luz, é a marca do amor que deixamos por onde passamos.


O que fazemos ou que deixamos de fazer aos nossos irmãos é a Deus que fazemos. Quem tem a vida pautada no exemplo de Jesus, tem a vida regida o tempo todo pelo o amor, o amor é a motivação de todos os que procuram viver como Jesus viveu.  Quem ama, dá passos ao encontro do outro, quem ama perdoa, acolhe, promove a paz e a justiça, realiza a vontade de Deus, fazendo o que Jesus fazia. "Vinde, benditos de meu Pai! Vós que estais à minha direita, recebei como herança este Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!"(v.34). Ser chamado de bendito é estar no lugar reservado em meio às maravilhas que os olhos humanos jamais viram. Essa é a herança para quem souber partilhar e encontrar no amor uma forma de servir. Estar à direita do Rei significa estar ao lado dos fracos, dos pobres, dos oprimidos e injustiçados. Que o Cristo Rei do universo nos ajude a participar e seguir suas pegadas. Deus seja louvado!
Marlene Coelho Resstel

domingo, 19 de novembro de 2017

Multiplicar os talentos é colocá-lo a serviço do Reino de Deus! (19/11/2017)

Neste domingo Deus nos convida a meditar sobre como estamos usando os talentos que nos são confiados, recebemos diversos dons do Senhor e muitas vezes nada fazemos com eles, estamos muitas vezes esperando que os outros façam alguma coisa e deixamos os nossos dons esquecidos jogados pelos cantos de nossas vidas. De que vale tantos dons desperdiçados pela ociosidade?

No livro dos Provérbios 31,10-13.19-20.30-31, vemos que nossas escolhas devem ser baseadas nas coisas que realmente são importantes.
Leitura do livro dos Provérbios: 10Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. 11Seu marido confia nela plenamente e não terá falta de recursos. 12Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. 13Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. 19Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. 20Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. 30O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa, sim, merece louvor. 31Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras! – Palavra do Senhor. – Graças a Deus!

Quantas pessoas constroem seus relacionamentos baseados na beleza e no porte físico dos seus companheiros, esta certamente não é a atitude mais correta, não estou aqui dizendo que as pessoas não devem se preocupar dos os cuidados com o físico e com a beleza, mas, isso não deve ser o que elas têm de melhor, um relacionamento, seja ele conjugal ou de amizade, deve ser construído sobre bases sólidas, do amor e companheirismo, estar juntos nos momentos de fartura é muito fácil, difícil é administrar o relacionamento durante as intemperes da vida, quando chega o desemprego, a doença e as dificuldades financeiras o amor é sempre o primeiro que acaba, nós cristãos precisamos fundamentar muito bem estes relacionamentos para não nos perdemos na vida nos momentos de dificuldades, que em algum instante do nossa vida certamente vai acontecer.

No Salmo 127(128) vemos como é abençoado aquele que ama e percorre o caminho ao Senhor.
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Feliz és tu se temes o Senhor / e trilhas seus caminhos! / Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda / no coração da tua casa; / os teus filhos são rebentos de oliveira / ao redor de tua mesa.
Será assim abençoado todo homem / que teme o Senhor. / O Senhor te abençoe de Sião / cada dia de tua vida.

Em sua carta aos 1 Tessalonicenses 5,1-6, o Apóstolo São Paulo nos mostra que devemos sempre estar preparados.
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses: 1Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos, não há por que vos escrever. 2Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão, de noite. 3Quando as pessoas disserem: “Paz e segurança!”, então de repente sobrevirá a destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. 4Mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. 6Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus!

Não sabemos nem o dia e nem a hora, por isso devemos sempre estar preparados para as diversidades da vida. E também devemos pensar se Deus nos chamar hoje para o acerto final, será que estamos realizando a nossa missão aqui na terra? Quantas coisas deixamos para fazer depois e nunca fazemos? A vida passa em uma velocidade espantosa, não podemos perder tempo com coisas fúteis e precisamos concentrar nossos esforços naquilo que realmente importa para nossa vida.

No evangelho segundo Mateus 25,14-30, Jesus nos revela a essência da missão que ele nos confia.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!’” – Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor!

Recebemos de Deus os mais variados dons, e o que vamos fazer com eles? Vemos os exemplos dos empregados que receberam cinco e dois talentos, eles não se acomodaram, trabalharam muito e multiplicaram aquilo que tinham recebido, ao contrário daquele que tinha recebido apenas um talento, que ficou cheio de medo e enterrou o que recebeu, temendo o que poderia acontecer.

Mas, precisamos um dia prestar conta do que recebemos. Será que temos multiplicado ou escondido os nossos dons? O que vamos apresentar para Deus como fruto dos dons que recebemos? Não podemos deixar que o medo nos paralisem, devemos vencer estes obstáculos, colocar os dons a serviço de Deus, do próximo e do mundo, esta é a nossa missão, e o amor de Deus por nós e o nosso amor ao próximo deve ser a força que nos impulsiona para estar a serviço da missão que Jesus nos confia.

Um dia estaremos na presença de Deus e o que iremos trazer em nossas mãos? Teremos muitos frutos dos dons que recebemos ou apresentaremos as nossas mãos vazias? Deus não é vingativo como muitos dizem, mas, o que vivemos são resultados de nossas escolhas, colocar a serviço é lutar para multiplicar os dons que recebemos, não podemos deixar o medo tomar conta de nós, é preciso acreditar que Jesus está sempre ao nosso lado, mesmo quando tudo nos parece desfavorável.

Multiplicar os dons é levar ao mundo este amor de Deus, até mesmo aqueles não acreditam nele, sejam eles, cristãos, espiritas, muçulmanos, islâmicos, judeus, budista e outras tantas religiões, não podemos deixar que a cultura da intolerância e do medo vença o amor, está em nossas mãos a oportunidade de transformar este mundo em um lugar melhor para todos, independentemente da fé que professa, da cor da pele e das opções políticas, devemos promover união de todos respeitando sempre a diferença, penso que isso foi o que Jesus sempre fez e penso que estes são os talentos que recebemos em nossas mãos, cabe a cada um de nós escolher o que fazer com eles. Pensem nisso e faça uma boa escolha.
Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa


sábado, 11 de novembro de 2017

Vigilância permanente para perceber as contínuas manifestações de Deus (12/11/2017)

Irmãos e irmãs, no 32º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos mostram que a atitude da vigilância nos convida ao compromisso de seguir Jesus e perceber sua presença nos acontecimentos e na vida de cada pessoa, sobretudo nos sofredores.

A Primeira Leitura, retirada do Livro da Sabedoria (Sb 6,12-16) fala da procura das grandes virtudes de Deus: a prudência e a Sabedoria.
Leitura do livro da Sabedoria: 12A sabedoria é resplandecente e sempre viçosa. Ela é facilmente contemplada por aqueles que a amam, e é encontrada por aqueles que a procuram. 13Ela até se antecipa, dando-se a conhecer aos que a desejam. 14Quem por ela madruga não se cansará, pois a encontrará sentada à sua porta. 15Meditar sobre ela é a perfeição da prudência; e quem ficar acordado por causa dela em breve há de viver despreocupado. 16Pois ela mesma sai à procura dos que a merecem, cheia de bondade, aparece-lhes nas estradas e vai ao seu encontro em todos os seus projetos. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

A “sabedoria” é um dom de Deus para que o homem saiba conduzir a sua vida ao encontro da verdadeira vida e da verdadeira felicidade.

O Salmo: 62(63) nos diz que a vida só tem sentido quando movida pelo amor de Deus.
A minha alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor.
Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco. A minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!
Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.
Quero, pois, vos louvar pela vida e elevar para vós minhas mãos! A minha alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios.
Penso em vós no meu leito, de noite, nas vigílias suspiro por vós! Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto!

Na leitura da Primeira Carta aos Tessalonicenses (1Ts 4,13-18), São Paulo confirma que a ressurreição de Cristo é promessa e garantia da ressurreição dos mortos.
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses: 14Se Jesus morreu e ressuscitou — e esta é nossa fé — de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte.
15Isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor: nós, que formos deixados com vida para a vinda do Senhor, não levaremos vantagem em relação aos que morreram.
16Pois o Senhor mesmo, quando for dada a ordem, à voz do arcanjo e ao som da trombeta, descerá do céu, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17Em seguida, nós, que formos deixados com vida, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor, nos ares. E assim estaremos sempre com o Senhor. 18Exortai-vos, pois, uns aos outros, com essas palavras. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

São Paulo confirma que Cristo virá para concluir a história humana; e que todo aquele que tiver aderido a Cristo e se tiver identificado com Ele, esteja morto ou esteja vivo, encontrará a salvação (vers. 14).

O evangelista Mateus (Mt 25,1-13) procura mostrar que a falta de sabedoria torna a pessoa insensata e lhe proporciona grandes problemas na vida.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos esta parábola: 1“O reino dos céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. 2Cinco delas eram imprevidentes e as outras cinco eram previdentes. 3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas. 5O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormindo. 6No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!’ 7Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. 8As imprevidentes disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9As previdentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos vendedores’. 10Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’ 12Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade eu vos digo, não vos conheço!’ 13Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora”. – Palavra da salvação. — Glória a vós, Senhor.

O noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens representam todos os fiéis que devem estar preparados para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça.

O Reino de Deus nos convoca a ficarmos vigilantes sempre e todo o tempo, porque ninguém sabe o seu dia e nem a sua hora, por isso é necessário estar preparados, assumindo desde já esta aliança com Deus, com a Igreja e com os irmãos de caminhada, seguindo com Cristo no dia a dia da vida comunitária e evangelizadora.

Se Cristo recebeu do Pai a vida que não acaba, quem se identifica com Cristo está destinado a uma vida semelhante; a morte não tem poder sobre Ele. Isto deve encher de esperança o cristão, mantendo-o alegre, sereno e cheio de ânimo.

Por isso todos nós devemos imitar a Jesus, sabendo perdoar, repartir, ouvir, amar, e mais do que tudo isso, sabendo ter caridade e desprendimento das coisas deste mundo, nunca se esquecendo que não levaremos nenhuma riqueza deste mundo, somente apresentaremos a Deus as nossas obras de caridade e de fé.

A certeza da ressurreição nos garante que Deus tem um projeto de salvação e de vida para cada homem; e que esse projeto se realiza continuamente em nós, até que esteja pronto, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus.

A prudência é uma virtude nobre para os discípulos de Jesus. A vigilância é fruto de uma vida pautada na prudência. Participar da festa do noivo (Jesus) é uma alegria que deve invadir o coração de todos, mas é preciso estar atento ao bem que se deve fazer, ao amor que se deve direcionar, à vida de oração e fidelidade ao projeto do Reino.

Deus está sempre pronto a acolher aqueles que se arrependem de seus pecados, erros e vícios. Quem acha que ainda tem muito tempo para encontrar o azeite da lamparina, pode ficar atrasado e perder a festa. Que o óleo do Espirito nunca nos falte na caminhada de discípulos missionários! Que a sabedoria ilumine nossas decisões.
Carla Matos

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus (05/11/2017)

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
 “Apenas disto, nós terrestres, temos necessidade de acreditar que o amor que vivemos, o amor partilhado com aqueles que amámos e que ainda amamos é um amor que permanece, que contém qualquer coisa da Eternidade, um amor que nos permite dizer no presente e no futuro: eu amo, mesmo quando o outro que eu amo, já não está.” (Enzo Bianchi)

Motivação
Na solenidade de Todos os Santos, damos graças ao Pai Santo e fonte de toda santidade. Somos chamados a fazer as opções que nos comprometem com a justiça do Reino de Deus. É convite para andarmos no caminho de Jesus e, assim, sejamos bem-aventurados. Muitos homens e mulheres tiveram a capacidade de ir além de si mesmos e por isso são bem-aventurados e estão de pé diante do trono do Cordeiro. É festa de vida e esperança. Na alegria do encontro, entoemos o canto de abertura.

Leituras:
Apocalipse 7,2-4.9-14: Os que vieram da grande tribulação
Salmo 23 (24): Soberania do Senhor sobre o mundo criado
Primeira Carta de João 3,1-3: Os que esperam no Senhor
Mateus 5,1-12a: Perseguidos por causa da justiça

Recordando a Palavra
As três leituras da solenidade de Todos os Santos nos apresentam uma mensagem única: Deus, o Santo, quer fazer de nós imagens suas. A santidade não é uma realidade só para alguns, mas para todos. Não é um tema simplesmente da vida privada, mas, envolvendo nosso ser mais pessoal, faz parte de nosso testemunho diante do mundo. A santidade também não é algo a ser vivido só na outra vida, mas começa agora o que depois se plenificará.

Comentário dos textos bíblicos
Evangelho (Mateus 5,1-12a)
As bem-aventuranças mostram o caminho do seguimento de Jesus. Indicam a subversão dos critérios do mundo: os que são considerados como nada são ditos felizes. Trata-se de uma felicidade de outra dimensão, onde o cristão se alegra não obstante os sofrimentos (v. 12: “alegrai-vos!”).

As bem-aventuranças são, assim, imagem da nova ordem, do mundo novo, do Reino que Jesus inaugura e que já se inicia agora; são também o retrato perfeito do próprio Jesus: ele é o primeiro a ser pobre em espírito, manso, misericordioso… E, com isso, elas são orientação clara para os discípulos.

Os santos viveram essa assimilação à pessoa de Jesus. São hoje bem-aventurados no céu, mas já começaram, pela vivência dos valores das bem-aventuranças, a sê-lo nesta terra. A vida segundo o evangelho não é uma vida tristonha, revoltada, mas já nos faz, aqui e agora, saborear a bem-aventurança celeste. Quem está com Jesus já participa, na sua vida concreta, da bem-aventurança prometida.

Bem-aventurados são, primeiramente, os “pobres em espírito”. Não se trata nem de pobreza unicamente material nem de pobreza puramente espiritual. Trata-se de saber renunciar às riquezas materiais, usando-as para o bem comum, com a liberdade interior que provém dos imperativos do evangelho. Isso é impulso para que a justiça social aconteça na sociedade. A Igreja, os cristãos, vivendo essa pobreza evangélica, tornam-se sinais do mundo novo.

Essa atitude se expressa também na mansidão, que, não se impondo com prepotência, mas sendo vivida em espírito de serviço, terá sua recompensa na outra terra. E naqueles que, aflitos, resistem ao mal sem fazer o mal e agem, com esperança em Deus, em favor do restabelecimento da ordem querida por ele. Não se desesperam porque esperam a consolação que não vem da justiça humana, mas de Deus. A eles estão ligados os que têm fome e sede de justiça, aqueles que sofrem sem verem seus direitos respeitados, mas têm já a certeza daquela justiça que nunca falhará.

Os misericordiosos são bem-aventurados porque deixam transbordar da riqueza de seu coração algo que os faz, talvez sem se darem conta, imagem da infinita misericórdia de Deus, a eles reservada. Os puros são aqueles que podem estar diante de Deus sem máscaras, pois nada têm a esconder. Mesmo se encantando com os valores deste mundo, sabem que só vale aquilo que traz o reflexo de Deus; e, assim, elevam tudo para Deus. Os que promovem a paz são os que vivem a reconciliação, que começa com Deus e, daí, deve se expandir aos relacionamentos e estruturas humanas.

Por fim, bem-aventurados são os perseguidos por causa da justiça, que mantêm as medidas justas e não se dobram perante medidas injustas. São, assim, sinal de contradição e se tornam um desafio e mesmo uma acusação. Por isso lhes advém a mesma sorte de Jesus: o desprezo e até o ódio. O evangelista redigiu esta bem-aventurança na segunda pessoa do plural, dirigindo-se diretamente aos membros da comunidade que são perseguidos por causa de Jesus.

I leitura (Ap 7,2-4.9-14)
Na primeira cena da leitura de hoje, do livro do Apocalipse, vemos os fiéis em meio a grandes provações. Sem livrá-los das dificuldades, Deus, intervém em seu favor. Eles são marcados com “o selo do Deus vivo”, identificados como “servos de Deus” (v. 3).

A marca que recebem é o batismo, que, na comunidade cristã primitiva, muitas vezes aparece na imagem do “selo” (cf. 2 Cor 1,21-22). Ele faz do cristão propriedade de Deus e, por isso, é sinal que protege do juízo escatológico. Dessa forma, já agora pertencem a Deus e depois chegarão à glória de Deus, estarão de pé diante de seu trono (v. 9).

Em seguida, o texto apresenta a visão dos eleitos no céu, aqueles marcados com o selo (v. 9-14). Eles são incontáveis (cf. Gn 15,5: a promessa a Abraão), num número de grandeza incomparável (12 x 12 x 1.000, v. 4), e provêm de todas as partes do mundo. São admitidos onde antes estavam só os anciãos e os quatro seres vivos: à presença de Deus (cf. Ap 5,6-8). Portam vestes brancas, a vida nova na qual entraram pelo batismo e que se plenifica na glória celeste. E têm nas mãos palmas, símbolo da vitória (v. 9). Foram purificados pelo batismo, no qual se torna realidade a força salvadora da cruz, e, passando pela provação, a venceram (v. 13-14).

Por isso participam da liturgia celeste. O hino que cantam proclama Deus e o Cordeiro como autores da sua salvação (v. 10). O batismo, a força de vencer as provações, tudo eles receberam da graça de Deus. A eles se juntam os anjos, os anciãos e os quatro seres vivos, que cantam a glória e a majestade de Deus (v. 11-12).

Dessa forma, em duas cenas, uma terrestre (v. 2-4) e outra celeste (v. 9-14), o Apocalipse abre a realidade da ação salvadora de Deus, que já nesta história santifica os seres humanos e os guia para a meta última, a glória, na qual participarão da liturgia que não terá fim.

II leitura (1 Jo 3,1-3)
A vida do cristão transcorre entre dois momentos: o agora (Presente) e o que virá (Futuro). O primeiro momento (v. 2) já é marcado pela realidade transcendente: somos na verdade filhos de Deus. No Antigo Testamento, o povo de Israel aparece, embora raramente, como filho de Deus, mas num sentido simbólico, para indicar a estreita relação de pertença a Deus (cf. Os 11,1) e a realidade de ser obra das mãos de Deus, que é o Criador e aquele que formou o povo eleito (cf. Is 64,7; 63,16).

No Novo Testamento, não se trata de um símbolo, mas de uma realidade. O único Filho de Deus, Deus como Deus, fez-se humano. E por sua obra redentora deu-nos real participação na sua vida de Filho. Isso começa em nós pelo batismo.

O segundo momento é a vinda futura do Filho de Deus. Então aquilo que já somos (filhos) será levado à plenitude. Quando encontramos alguém que amamos e que nos ama, nosso semblante se ilumina. Sorrimos, falamos e agimos com confiança diante de um amigo. Quando encontrarmos a Deus, sua divina face iluminará a nossa face. Nosso “semblante” será iluminado. Resplandecerá em nós seu amor, sua divina Pessoa.

Essa esperança deve guiar nossa vida, dando-nos força e motivos para permanecermos fiéis, trazendo às categorias, valores e estruturas de nossas sociedades, que tantas vezes rejeitam o evangelho, a interpelação que vem de Deus. Assim, o cristão não só se santifica, mas santifica a história.

DICAS PARA REFLEXÃO
O Concílio Vaticano II, no documento Lumen Gentium, fala da vocação de todos à santidade. Estamos convictos de que temos o chamado para ser santos? De que nosso testemunho perante a própria Igreja e perante a sociedade passa pela resposta a essa vocação?

Em que consiste a santidade da Igreja, dos cristãos? Como ser cristão coerente num mundo em que há tantas estruturas e valores que contrariam o evangelho? Nossa santidade é mais obra nossa ou de Deus?
Luis Filipe Dias