A cada Domingo a Igreja nos convida a fazer
memória da Páscoa, ouvindo juntos a Palavra de Deus. A liturgia de hoje nos
leva a permanecer em Cristo, ao compromisso com a realidade humana, dando bons
frutos de paz, esperança, justiça, amor e perdão, assim somos os ramos da
videira verdadeira, cultivada pelo Pai, pedimos que Ele nos firme na íntima
comunhão com Jesus Ressuscitado e nos dê a graça de vivermos como pessoas renovadas.
Leitura dos Atos dos Apóstolos: (At 9,
26-31)
Naqueles dias, 26Saulo chegou a
Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele,
pois não acreditavam que ele fosse discípulo. 27Então Barnabé tomou
Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o
Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado,
em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. 28Daí em diante, Saulo
permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29Falava também e
discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo. 30Quando ficaram sabendo
disso, os irmãos levaram Saulo para Cesaréia, e daí o mandaram para Tarso. 31A Igreja, porém, vivia
em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no
temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo. – Palavra do
Senhor. – Graças a Deus.
A
primeira leitura nos diz que a entrada de Saulo no grupo dos apóstolos foi
difícil, pois estes não acreditavam que, de perseguidor, ele tivesse se tornado
um discípulo de Jesus. Como acreditar naquele que perseguia os cristãos? Por
isso, Saulo teve de passar pelo constrangimento de ser rejeitado pelos outros
discípulos até que Barnabé testemunhasse a seu favor. Daí em diante, então,
Saulo pôde permanecer em Jerusalém no meio da Igreja que crescia e vivia em paz
com a ajuda do Espírito Santo. É difícil acreditarmos na conversão das pessoas
quando conhecemos as suas fraquezas, o seu passado, os seus pecados. Precisa
que haja alguém que dê testemunho das nossas boas ações no mundo para que os
outros acreditem em nós. Como Saulo, que depois se tornou Paulo, nós e os
nossos desafetos, podemos também passar de perseguidor a discípulo e fazer crescer
ainda mais a Igreja de Jesus Cristo, dentro da nossa casa, na nossa comunidade
e no nosso trabalho, lazer, enfim no mundo. Basta para isso, que nos
deixemos guiar pelo Espírito de Misericórdia de Jesus.
Salmo 21
Senhor, sois meu louvor
em meio à grande assembleia!
Sois meu louvor em meio
à grande assembleia; cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! Vossos
pobres vão comer e saciar-se, e os que procuram o Senhor o louvarão: “Seus
corações tenham a vida para sempre!”
Lembrem-se disso os
confins de toda a terra, para que voltem ao Senhor e se convertam, e se
prostrem, adorando, diante dele todos os povos e as famílias das nações.
Somente a ele adorarão os poderosos, e os que voltam para o pó o louvarão.
Para ele há de viver a
minha alma, toda a minha descendência há de servi-lo; às futuras gerações
anunciará o poder e a justiça do Senhor; ao povo novo, que há de vir, ela dirá:
“Eis a obra que o Senhor realizou!”
O
salmo fala daqueles que procuram o Senhor e dão testemunho das suas obras
através do louvor e diante da grande assembleia, isto é, diante do mundo. O
Senhor é digno de todo nosso louvor e da adoração de todos os povos, raças e
famílias das nações.
Leitura
da Primeira Carta de São João: (1Jo
3,18-24)
18Filhinhos, não amemos
só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério
para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso
coração, 20pois,
se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas
as coisas. 21Caríssimos,
se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que
pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é
do seu agrado. 23Este
é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos
amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus
mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece
conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. – Palavra do Senhor. – Graças
a Deus.
Para João, a verdade
se mostra em gestos concretos, permanecer em união com Cristo, no mandamento do
amor fraterno. É o amar, não só com palavras, mas em atos e de verdade. Esse
amor faz com que reconheçamos que somos da verdade e tenhamos paz em nosso
coração. Se nosso coração nos acusa devemos confiá-lo a Deus para conversão,
mas se não nos acusa, podemos viver da comunhão com Deus. “Amar uns aos outros
como Ele nos amou”, são esses os frutos que Deus espera de todos que estão
unidos a Cristo, a Verdadeira Videira.
Proclamação do
Evangelho de Jesus Cristo segundo João: (Jo 15,1-8)
Naquele tempo, Jesus
disse a seus discípulos: 1“Eu
sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim
não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê
mais fruto ainda. 3Vós
já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu
permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não
permanecerdes em mim. 5Eu
sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse
produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em
mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos,
lançados no fogo e queimados. 7Se
permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que
quiserdes e vos será dado. 8Nisto
meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos. – Palavra
da Salvação. – Glória a Vós, Senhor.
Estamos no quinto Domingo da Páscoa. Hoje Jesus nos fala da videira e dos
seus ramos. Com esta parábola do Evangelho de João, Jesus nos exorta e abre os
nossos olhos para que tenhamos o conhecimento de que o objetivo do Pai é que
produzamos frutos bons, e isto só poderá acontecer se estivermos unidos a Ele.
O Pai é o agricultor, Jesus é a árvore e nós somos os ramos. Os ramos, ligados
à árvore, recebem dela a seiva que os alimentam e os fazem dar flores e frutos.
Quando os ramos caem da árvore, eles morrem. E os ramos que estão secos, feios,
desarrumados, são podados, para que cresçam mais bonitos. Se estivermos unidos
a Jesus, seguindo a Sua Palavra, seremos seus discípulos e daremos os frutos de
paz, de alegria, de concórdia, de fraternidade e principalmente da caridade, e
este é o que mais necessitamos na nossa vida diária, de comunidade e familiar.
A nossa união com Jesus é
sinal de vida, não existe vida estando separado do tronco, o ramo que se separa
do tronco, seca e morre sem produzir frutos, é então, lançado ao fogo como
qualquer lenha inútil. Em
compensação, os ramos que se mantêm unidos ao tronco recebem a seiva da vida
que os torna fortes, vigorosos e férteis, produzem muitos frutos e de excelente
qualidade. Permanecer em Deus é permanecer no amor aos irmãos em comunhão com o
Espírito Santo. a Palavra é quem nos orienta, assim sendo, compete a nós
permanecer firmes na Palavra de Deus, acolhendo o Seu amor assim como também as
correções que o amor faz em nós. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Irmãos e irmãs ótimo domingo e abençoada semana.
Marlene Coelho Resstel |