Durante a quaresma o Evangelho de Lucas
nos mostrou várias etapas na vida de Cristo, aquele que vence as tentações, nos
revelou um Deus divino, que nos alerta para a importância da conversão, nos
mostrou que Deus é Pai misericordioso. Hoje, no Evangelho de João, ouviremos
sobre a misericórdia e o perdão.
Estamos bem próximos da Páscoa do Senhor, aproveitemos,
o tempo de quaresma que ainda temos para fortalecer em nós e nas nossas comunidades
a prática da caridade, do perdão. Que o poder da Palavra de Deus nos ajude a
realizar obras, fortalecendo a nossa relação com cristo e com os irmãos.
Na Leitura do Livro do Profeta Isaías 43,16-21 ouvimos a promessa do
Senhor “Eis que eu farei coisas novas, e as
darei ao meu povo”.
Leitura do livro do profeta Isaías: 16Isto diz o Senhor,
que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; 17que pôs a perder
carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não
ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: 18“Não relembreis
coisas passadas, não olheis para fatos antigos. 19Eis que eu farei
coisas novas e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei
uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. 20Hão de glorificar-me
os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no
deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. 21Este povo, eu o
criei para mim e ele cantará meus louvores”. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus!
Deus sempre
apresenta caminhos para nossa libertação, porém não podemos viver com as
lembranças do passado, mas utilizar essas lembranças para fortalecimento, para
lutar pela libertação de qualquer escravidão que roube a vida e a dignidade do
homem.
Salmo Responsorial: 125(126)
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de
alegria!
Quando o Senhor reconduziu nossos
cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de
canções.
Entre os gentios se dizia:
“Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos
de alegria!
Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como
torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com
alegria.
Chorando de tristeza, sairão, espalhando
suas sementes; cantando de alegria, voltarão, carregando os seus feixes!
Na Leitura da Carta aos Filipenses 3,8-14, Paulo afirma “Por causa de Cristo eu perdi tudo, tornando-me
semelhante a ele na sua morte”.
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses:
Irmãos, 8na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem
suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, eu
perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido
a ele, 9não com minha justiça provindo da lei, mas com a justiça por
meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé. 10Esta consiste em
conhecer a Cristo, experimentar a força da sua ressurreição, ficar em comunhão
com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, 11para ver se alcanço
a ressurreição dentre os mortos. 12Não que já tenha recebido tudo isso ou que já seja perfeito.
Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus. 13Irmãos, eu não
julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para
trás, eu me lanço para o que está na frente. 14Corro direto para a meta, rumo ao prêmio que, do alto, Deus
me chama a receber em Cristo Jesus. –
Palavra do Senhor. – Graças a Deus!
Paulo escreve da prisão alertando a comunidade de
Filipos para não se deixarem enganar por aqueles que se apresentam com títulos e muito entusiasmados e que parecem esquecer que só
Cristo é importante.
No Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11, Jesus transfere a
responsabilidade do julgamento ao povo: 'Quem dentre
vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo
segundo João: Naquele tempo, 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada,
voltou de novo ao templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se,
começou a ensiná-los. 3Entretanto, os mestres da lei e os fariseus trouxeram uma
mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, 4disseram a Jesus:
“Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés, na lei,
mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?” 6Perguntavam isso
para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus,
inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem
em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado
seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9E eles, ouvindo o
que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus
ficou sozinho com a mulher que estava lá, no meio do povo. 10Então Jesus se
levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” 11Ela respondeu:
“Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir
e, de agora em diante, não peques mais”.
– Palavra da salvação. – Glória a Vós,
Senhor!
É apresentada a Jesus uma mulher que cometeu adultério, a lei existente na época
diz que ela deve ser morta. Essa é a problemática apresentada a Jesus, a cena
nos apresenta a hipocrisia dos homens, sempre dispostos a julgar e a condenar
os outros. Quando chamados a pensar em seus próprios erros, ninguém se dispôs a
condenar.
As leituras nos apresentam o Caminho,
na primeira leitura relembramos que Deus já abriu vários caminhos para a
libertação do seu povo da escravidão e nos deixa claro que Ele, que é um Pai
misericordioso, sempre abrirá novos caminhos para percorrermos em direção à
Salvação.
Na Segunda leitura, Paulo deixa claro
que o único caminho para a Salvação é conhecer a Jesus Cristo e segui-lo em
seus ensinamentos e o Evangelho apresenta um dos principais ensinamentos: Não
julgar, não condenar mediante um fato. Quem pode julgar? A Lei da época exigia
a morte da mulher, mas até que ponto devemos seguir as leis que levam a morte?
Olhemos para os ensinamentos que Jesus nos deixou, ele não condenou, perdoou,
deu dignidade, devolveu a voz, curou os doentes, afastou os problemas dos
considerados marginalizados.
“No nosso
mundo, a intransigência fala frequentemente mais alto do que o amor: mata-se,
oprime-se, escraviza-se em nome de Deus; desacredita-se, calunia-se, em razão
de preconceitos; marginaliza-se em nome da moral e dos bons costumes… Esta lógica
(bem longe da misericórdia e do amor de Deus) leva-nos a algum lado? A
intolerância alguma vez gerou alguma coisa, além de violência, de morte, de
lágrimas, de sofrimento?”
Neste quinto domingo da Quaresma, a mensagem é clara, antes de
julgarmos, olhemos nossos próprios pecados, fiquemos de pé e vivamos de maneira
diferente: “vai e não tornes a pecar”.
Carla Matos |
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