Neste domingo Nosso Senhor Jesus Cristo nos chama de volta ao convívio do
Senhor, por diversas vezes como o povo hebreu nos esquecemos dos grandes prodígios
que o Senhor tem realizados em nossas vidas e afastamos dos seus caminhos, é
preciso como São Paulo nos reconhecer pecador e mudar de vida assumindo a nossa
missão neste mundo na certeza que como na parábola do filho pródigo, Deus espera
o nosso retorno de braços abertos para assim iniciar o banquete da vida.
Primeira Leitura: Êxodo 32,7-11.13-14
Leitura do livro do Êxodo: Naqueles
dias, 7o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois
corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. 8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes
prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em
adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus
deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’” 9E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um
povo de cabeça dura. 10Deixa que minha
cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande
nação”. 11Moisés, porém, suplicava ao
Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o
teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel,
com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos
descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que
vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre’”. 14E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer
ao seu povo. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.
A leitura do livro do Êxodo nos mostra que o povo fraqueja novamente e desviando
do caminho passa a adorar outros deuses que não são o Senhor que o libertou da
escravidão, Deus olhando a infidelidade daquele povo decido por exterminá-lo,
mas Moisés suplica para misericórdia de Deus e o lembra das promessas feitas a
Abraão, Isaac e Israel, diante de tal suplica Deus desiste do mal que haveria
de fazer.
Também nós por diversas vezes tendemos a nos afastar do caminho do Senhor,
ou ainda encontramos pessoas que agem assim, diferentemente de Moisés, muitas
vezes as criticamos e condenamos no lugar de mostrar o caminho e interceder por
elas, este mundo necessita de mais pessoas como Moisés.
No Salmo 50(51) reconhecemos a grandeza do Senhor e reconhecemos
que tudo de bom que temos é por amor que Ele nos concede, precisamos nos colocar
a caminho de volta para a casa do Pai.
Vou agora levantar-me, volto à casa do
meu pai.
Tende piedade, ó meu Deus,
misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro
do pecado e apagai completamente a minha culpa!
Criai em mim um coração que seja
puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa
face nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
Abri meus lábios, ó Senhor, para
cantar, e minha boca anunciará vosso louvor! Meu sacrifício é minha alma
penitente, não desprezeis um coração arrependido!
Segunda Leitura: 1 Timóteo 1,12-17
Leitura da primeira carta de são
Paulo a Timóteo: Caríssimo, 12agradeço àquele
que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao
designar-me para o seu serviço, 13a mim, que antes
blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com
a ignorância de quem não tem fé. 14Transbordou a
graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. 15Segura e digna de ser acolhida por todos é esta
palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro
deles! 16Por isso encontrei misericórdia, para que em mim,
como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele
fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida
eterna. 17Ao rei dos séculos, ao único
Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém! –
Palavra do Senhor. – Graças a Deus.
O apóstolo São Paulo mostra o quão grande é a misericórdia de Deus, ele
que era um perseguidor de cristãos se encontra com Nosso Senhor e se converte,
recebendo a missão de ser evangelizador e realizou esta missão com grande
proeza, também nós podemos nos libertar das amarras do pecado e continuar a missão
confiada a São Paulo, Jesus Cristo a todo momento nos convida a santidade.
Evangelho: Lucas 15,1-32
Proclamação do evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas: Naquele tempo, 1os publicanos e
pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da lei criticavam
Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então, Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa
as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até
encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos
ombros com alegria 6e, chegando a
casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha
ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo,
assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por
noventa e nove justos que não precisam de conversão. 8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma,
não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até
encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as
amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha
perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá
alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
11E Jesus continuou: “Um homem tinha
dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai:
‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre
eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que
era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida
desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que
possuía, houve grande fome naquela região e ele começou a passar
necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um
homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os
porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17Então caiu em si
e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui,
morrendo de fome. 18Vou-me embora,
vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra
ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como
a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu
e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu
compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus
e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a
melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias
nos pés. 23Trazei um novilho gordo e
matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu
filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E
começaram a festa. 25O filho mais
velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de
dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que
estava acontecendo. 27O criado
respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o
recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou
com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti
há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um
cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou
esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho
cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho,
tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este
teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’”. –
Palavra da salvação. – Glória a Vós
Senhor.
No evangelho Nosso Senhor é criticado por comer com os pecadores, mas Ele
nos mostra que não há limites para o amor e a misericórdia de Deus, usando a parábola
da ovelha e da moeda perdida, mostra que recuperar uma coisa de tão pouco valor
nos enche de alegria, quanto mais no céu por só uma pessoa que se converte,
Deus ama a cada filho e o quer de volta a sua casa.
Na parábola do filho pródigo Nosso Senhor vai mais além, mostra que um
dos filhos além de sair do convívio do seu pai, leva consigo uma parte do fruto
do trabalho anos do pai e esbanja em uma vida promiscua, o pai não se revolta
com o que o filho gasta dos seus bens, mas espera um dia o recuperá-lo com vida
e saúde, assim também Deus nos espera todos os dias na porta da sua casa aguardando
o nosso retorno para o seu caminho de santidade.
Ao terminar com todos os seus bens, o jovem se ver abandonado pelos
falsos amigos o que ajudaram a gastar tudo o que tinha, com fome decide
procurar emprego e nem o que os porcos comiam ela não poderia comer, cai em si
e lembra o quanto era feliz na casa do pai e decide voltar não mais como filho,
mas como empregado, pois na casa do pai até os servos tinham com fartura. Assim
também nós quando nos reconhecemos no pecado e vendo o quanto estamos manchados
pelo ele, vemos que não valeu a pena sair do convívio do Senhor, é preciso
trilhar o caminho de volta para Deus.
Ao retornar, o pai de longe o avista e vai a seu encontro, ele diz que
pecou contra Deus e contra ao pai, mas no pai a alegria era tanta que o recebe
com um forte abraço e o enche de beijos, pois o recuperou com vida. É assim que
Deus faz com cada pecador que decide abandonar a vida de pecado e volta para o
seu convívio. Em seguida o pai manda trazer a melhor túnica, pois é preciso
devolver a dignidade de filho de Deus, coloca um anel no dedo dele, ele
novamente recebe a condição de filho e não de empregado, coloca nos pés dele as
sandálias, lembrando-o sempre que é preciso caminhar no caminho certo para
nunca mais se desviar. É isso que Deus faz conosco, nos reveste com seu manto
de dignidade, nos aceita como filhos e nos coloca de volta em seu caminho rumo
ao céu.
Não podemos terminar esta reflexão sem mencionar a postura do irmão mais
velho que voltando do campo onde trabalhava viu a grande festa para o irmão que
retornara e sabendo da condição de como ele voltou, se recusou a participar da alegria
do pai, também nós somos tentados a agir como este irmão, estando sempre na presença
do Senhor e se mantendo fiel ao seu caminho sem vacilar, muitas vezes não
conseguimos encontrar alegria por aqueles que andavam em caminhos tortos e em
algum momento decidiram voltar para a casa do Pai, no lugar de nos alegrar, os
criticamos lembrando o tempo que eles estavam dividindo a comida com os porcos
e não recordamos que novamente o Senhor os revestiram de dignidade, libertando-os
da mancha do pecado. Precisamos mudar esta atitude para participarmos da festa do
Reino de Deus.
Que neste domingo possamos voltar para a casa do Pai, na certeza que Ele
nos espera de braços abertos, mas para isso é necessário que primeiramente reconheçamos
a nossa condição de pecador e fazer um proposito firme de mudar de vida, neste
caminho de volta encontramos irmãos que também se perderam e que muitas vezes
não tem forças para trilhar o caminho sozinhos, se caminharmos juntos um anima
a caminhada do outro, quando ameaçar fraquear o outro lembra do que nos espera
no fim deste caminho, um Pai amoroso que nos espera para nos vestir da melhor
túnica, colocar o melhor anel no dedo e colocar a melhor sandálias nos pés, Ele
nos ama com filhos e nos espera para começar o banquete nos Reino dos Céus.
Rubens Corrêa |
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