Introdução geral
A festa da Epifania é a grande convocação
que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar
humano e fraterno o nosso mundo e em Jesus Cristo essa expectativa toma corpo e
alma, aparecendo como proposta oferecida a todos. Continuamos ainda a
nossa vivência do tempo de Natal, que vai desde as primeiras vésperas do Natal
até ao domingo depois da Epifania, ou seja, até à festa do Batismo do Senhor.
Trata-se de um tempo de
comemoração do nascimento de Jesus, em que celebramos a troca de dons entre o
céu e a terra, pedindo a nossa participação na divindade do Filho, aquele que
uniu a nossa humanidade ao Pai. É a solenidade da universalidade da salvação
oferecida como dom de Deus a toda a humanidade. Uma interpretação sobre a
visita dos Reis ao menino Jesus, nos diz ser o cumprimento da profecia lida no
Salmo 72,11: “Todos os reis se prostrarão diante dele, as nações todas o
servirão”.
Meditando a Palavra (Deus nos
fala)
A leitura de Isaías (Is 60,1-6)
se refere à situação desanimadora de Jerusalém. É o tempo de pós-exílio, onde
tudo está por fazer: Jerusalém está prostrada por causa de sua população
diminuta e pela falta de recursos para reconstruir o templo e a cidade. O papel
do profeta da esperança é dar alento ao seu povo reafirmando a presença de Deus
no seu meio.
A carta de Paulo aos Efésios
(Ef 3,2-3.5-6) fala do desígnio eterno de Deus de se revelar à humanidade. Este
mistério de amor completou-se em Jesus, o Messias (ungido de Deus). Deus
revelou-se no momento presente pelo Espírito: os pagãos são admitidos à mesma
herança, pois são membros do mesmo corpo
e também associados à mesma promessa.
No Evangelho de Mateus (Mt
2,1-12), uma luz(estrela) paira sobre o lugar do nascimento de Jesus. Ele nos
fala da visita dos reis magos vindo do Oriente que são conduzidos ao lugar onde
se encontra o menino e sua Mãe. A revelação aos magos é uma manifestação de Deus
aos pagãos. A salvação de Deus é oferecida a todos e ninguém fica fora do plano
geral de salvação.
Sobre os presentes ofertados,
estes trazem seus significados da antiguidade: O ouro era um presente para um Rei,
representando a realeza; O incenso era um presente para um Sacerdote,
representando a fé. Nos trás à memória como era usado nos templos para
simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmo
141,2: “Suba minha prece como incenso em tua presença”); A mirra, presente para
um profeta. Usado desde a antiguidade para embalsamento, a mirra nos remete à
morte de Jesus.
Segundo o Evangelho de João 19,
39-40, a mirra foi usada no embalsamento de Jesus: “Nicodemos, aquele que
anteriormente procurara Jesus à noite, também veio, trazendo cerca de cem
libras de uma mistura de mirra e aloés. Eles tomaram então o corpo de Jesus e o
envolveram em panos de linho com os aromas, como os judeus costumavam
sepultar”.
Contexto histórico salvífico
Neste ano dedicado à Vida Consagrada, é uma oportunidade para
agradecermos ao Espírito Santo o precioso dom que nos dá para viver o
seguimento de Jesus. Esse, também, é o desejo expresso do Papa Francisco.
No Brasil, o ano de 2015 será também
o “Ano da Paz”. Convocados a promovermos a Paz por meio de atos e ações,
colocando-nos sempre disponíveis para o irmão, a Igreja do Brasil nos convida e
nos oferece um caminho a percorrer, proposto pela Campanha da Fraternidade que
tem o tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (cf.
Mc 10,45).
Ao vivenciar esse período rico da nossa Igreja, em que somos chamados pelo Papa Francisco para uma conversão missionária, que nós todos como discípulos missionários possamos ser uma Igreja em saída. Testemunhas da alegria do Evangelho, da vida em Jesus Cristo. E, na prática do Evangelho, sabermos discernir os sinais dos tempos e perceber o que Deus pede a cada um de nós. Unidos a Cristo, somos convocados a viver o ato da fé nos engajando na vida do Cristo, ofertando a ele a nossa própria vida, ela mesma, dom de Deus. Nessa entrega, cada um faz a sua experiência de Deus.
Ao vivenciar esse período rico da nossa Igreja, em que somos chamados pelo Papa Francisco para uma conversão missionária, que nós todos como discípulos missionários possamos ser uma Igreja em saída. Testemunhas da alegria do Evangelho, da vida em Jesus Cristo. E, na prática do Evangelho, sabermos discernir os sinais dos tempos e perceber o que Deus pede a cada um de nós. Unidos a Cristo, somos convocados a viver o ato da fé nos engajando na vida do Cristo, ofertando a ele a nossa própria vida, ela mesma, dom de Deus. Nessa entrega, cada um faz a sua experiência de Deus.
Luis Filipe Dias |