Aproximamo-nos do fim do ano litúrgico, e na
liturgia deste domingo somos convidados a meditar sobre o fim dos tempos,
muitos se preocupam em tentar formular previsões sobre este acontecimento, mas,
só uma coisa que verdadeiramente importa: Será que estamos devidamente
preparados para a vinda do Senhor? Como o próprio Cristo nos diz, não sabemos
nem o dia e nem a hora, devemos então viver plenamente cada dia como se fosse o
último de nossas vidas, não deixar para amanhã o bem que podemos fazer hoje.
Na primeira leitura (Dn 12,1-3.) o profeta
Daniel nos diz: “Naquele tempo, se
levantará Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo; e será um
tempo de angústia, como nunca houve até então, desde que começaram a existir
nações. Mas, nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem
inscritos no Livro. Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para
a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Mas os que tiverem sido sábios
brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os
caminhos da virtude brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.”
O profeta nos traz uma mensagem de esperança
em meio a muita tribulação, o Senhor envia alguém para socorrer o seu povo
escolhido, aqueles que mostraram sabedoria e trilharam os caminhos da virtude
brilharão com estrelas eternamente. Mas, quem são estes escolhidos? São aqueles
que praticam a justiça do Senhor, alimentam o faminto, dão de beber a quem tem
sede, agasalham os que estão com frio e acolhem os que estão desabrigados, eles
são sinais de paz, fé e esperança para os mais sofridos e marginalizados pela
sociedade, em seus sorrisos mostram a face de Deus que se compadece e caminha
com o seu povo.
Na carta aos Hebreus (Hb 10,11-14.18.) vemos
que: “Todo sacerdote se apresenta
diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos
sacrifícios, incapazes de apagar os pecados. Cristo, ao contrário, depois de
ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à
direita de Deus. Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam
postos debaixo de seus pés. De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição
definitiva os que ele santifica. Ora, onde existe o perdão, já não se faz
oferenda pelo pecado.”
É Jesus o verdadeiro sacerdote, ele não
ofereceu outra vida em sacrifício, ele entregou a si próprio em sacrifício para
que fossemos resgatados das amarras do pecado, ele está para sempre a direita
de Deus onde aguarda até que todos os inimigos estejam debaixo dos seus pés. Em
Cristo somos chamados à perfeição, ele nos santifica e não são mais necessários
novos holocaustos. Nós, como seus discípulos, devemos levar ao mundo sua
mensagem de amor e de paz, e denunciar todas as situações de mortes que oprime
os filhos de Deus, Cristo nos confia à missão de transformar este mundo pelo
amor.
No evangelho (Mc 13,24-32.) Marcos os mostra
Jesus revelando aos seus discípulos: “Naquele
tempo, Jesus disse a seus discípulos: ‘Naqueles dias, depois da grande
tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, as estrelas
começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Então vereis o Filho
do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos
quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra
da terra. Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam
verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. Assim
também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do
Homem está próximo, às portas. Em verdade vos digo, esta geração não passará
até que tudo isto aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras
não passarão. Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem
o Filho, mas somente o Pai’.”
Vivemos em um mundo de muitas guerras, as
violências todos os dias fazem inúmeras vitimas, são guerras pelo poder de uma
nação sobre a outra, e também para se adquirir maior controle econômico. Como falar
de amor, esperança e paz, em um ambiente tão desfavorável? Muitos podem achar
que o fim já chegou e que se aproxima a destruição do mundo, mas, se pensarmos
bem estas guerras e violências sempre existiram, no tempo de Jesus e dos discípulos,
muitos eram perseguidos em mortos, e nações se levantavam em guerras contra as
outras nações, Israel estava sobre o domínio do Império Romano e o povo vivia
oprimido pelos pesados tributos que tinham que pagar a Roma, o povo clamava por
libertação.
Em Cristo recebemos a libertação, ele se
mostra um salvador diferente, não pega em armas, ele liberta pela misericórdia e
pelo amor, refletir sobre o fim dos tempos nos põe a caminho do encontro
definitivo com Jesus, onde o veremos face a face, não podemos desperdiçar o
nosso tempo buscando respostas e previsões sobre o fim do mundo, devemos todos
os dias seguir o exemplo de Jesus agindo com misericórdia e amor, há muitas
pessoas que necessitam de nós, pessoas que vivem perdidas sem rumo na vida, e
nós não podemos negar a ajuda que elas precisam.
Que neste domingo possamos buscar o
verdadeiro sentido do encontro definitivo com Deus, sabemos que a cada dia
caminhamos para a passagem desta para a outra vida. E o que apresentaremos
diante do Senhor? Devemos fazer nesta vida o que Jesus nos pediu, sem preocuparmos
de quando partiremos, levar os nossos irmãos a também seguir ao encontro de
Deus deve ser o nosso objetivo, para que na morada celeste todos possamos estar
unidos a Jesus na presença de Deus Pai.
Rubens Corrêa |
Excelente texto, Rubens!
ResponderExcluirMuito esclarecedor, muito inspirado! Vai me ajudar na homilia que farei amanhã em São Pedro!
Mensagem de fé e esperança.
Muito bom!
Excelente texto, Rubens!
ResponderExcluirMuito esclarecedor, muito inspirado! Vai me ajudar na homilia que farei amanhã em São Pedro!
Mensagem de fé e esperança.
Muito bom!