Meditamos neste domingo sobre o que
ofertamos a Deus, sabemos que ele ver além das aparências, ele sabe de tudo,
conhece o intimo do nosso coração, muitas vezes ofertamos o que nos sobra, seja
o tempo ou o dinheiro, ele espera muito mais de nós, precisamos nos doar por
inteiro e não somente oferecer as migalhas de nossas vidas, Cristo entregou sua
vida para que tenhamos vida, cabe a cada um de nós seguir o exemplo de Jesus
ofertando o que há de melhor em nós.
Na primeira leitura (1Rs 17,10-16.) vemos
que em um período de seca, uma viúva busca um pouco de lenha para preparar o
pão com o resto da farinha e do azeite que possuía, seria a última refeição
dela e do seu filho, cansado de sua jornada e necessitando de revigorar a suas
forças, Elias solicitou a mulher que lhe trouxesse um pouco de agua e que
preparasse um pão, ela explicou que só havia o necessário para ela e o filho
comer e esperar a morte.
Disse-lhe então Elias: “Não te preocupes! Vai e faze como disseste. Mas, primeiro, prepara-me
com isso um pãozinho e traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. Porque
assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘A vasilha de farinha não acabará e a
jarra de azeite não diminuirá, até ao dia em que o Senhor enviar a chuva sobre
a face da terra’”. A mulher fez o que Elias disse, e durante muito tempo
eles comeram sem que a farinha e o azeite acabassem, conforme o Senhor revelou
por meio de Elias.
Mesmo em uma situação tão adversa ela
decidiu fazer conforme Elias havia falado, ofertou tudo e Deus proveu tão abundantemente
os alimentando por muito tempo com que havia somente para alimentar pela última
vez duas pessoas. É isso que Deus age em nossas vidas, pega um pouco da nossa insignificância
para realizar grandes coisas, de nós ele exige um passo inicial, após isso ele
nos transforma profundamente.
A segunda leitura (Hb 9,24-28.) nos diz que:
“Cristo não entrou num santuário feito
por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer,
agora, na presença de Deus, em nosso favor. E não foi para se oferecer a si
muitas vezes, como o sumo sacerdote que, cada ano, entra no Santuário com
sangue alheio. Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes, desde
a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por
todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. O
destino de todo homem é morrer uma só vez e, depois, vem o julgamento. Do mesmo
modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da
multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o
esperam.”
Jesus puro e sem pecado, ofereceu a si
próprio em sacrifício para que pudéssemos estar libertos do pecado, pelo teu
gesto libertador nos tornamos homens e mulheres livres, e esta liberdade nos
traz responsabilidades com Deus e com o próximo, pois devemos estar preparados
para o dia em que contemplaremos Deus face a face, e o que apresentaremos
diante do Senhor, Cristo nos salvou para que seguíssemos os seus exemplos de
solidariedade e misericórdia, nós que professamos esta fé em Jesus Cristo
ressuscitado não podemos nos omitir diante de tantas coisas que fere, oprime e
mata os nossos irmãos, temos que ser a imagem do Cristo para o mundo de hoje,
sendo sinais de esperança para tantas pessoas que sofrem.
No evangelho (Mc 12,38-44.) Jesus nos alerta
para termos cuidados com os doutores da lei que vestem-se para serem notados e
cumprimentados, buscam os melhores lugares no banquetes, e saqueiam as casas
das viúvas fingindo fazer longas orações. “Por
isso eles receberão a pior condenação”. Estando no templo, Jesus observava
as multidões colocando as ofertas no cofre do templo, observou que os ricos
depositavam muito dinheiro, e viu que uma pobre viúva depositou duas moedas que
praticamente não valiam nada. Chamando os discípulos Jesus disse-lhe: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu
mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham
de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para
viver”.
Vemos como vem de longe a exploração da fé
alheia, como a religião serve de oportunidade de ascensão financeira para muitos,
pessoas que exploram os sofrimentos e angustia do próximo para ganhar dinheiro,
eram sobre estes que Jesus falava nesta passagem, tanto os doutores da lei de
ontem com os de hoje, a religião deve ser sinal de esperança e deve prover por
aqueles que mais necessitam.
Ao olhar o gesto desta pobre viúva que
ofereceu algo que praticamente não valia nada, mas que era tudo o que possuía,
meditamos sobre o que estamos entregando ao Senhor, em nossas vidas muitas
vezes deixamos Deus em segundo plano, fazendo nossa oferta muito mais por obrigação
do que por agradecimento por tudo o que ele tem feito por nós, o que eu digo
aqui vai muito além do dinheiro, precisamos pensar em quanto tempo estamos
dedicando ao nosso Deus, encontramos tempo para tudo, mas, para as coisas de
Deus estamos sempre ocupados.
Que neste domingo possamos aprender com os
gestos destas viúvas, que mesmo passando por muitas dificuldades se doaram por
inteiro para Deus, e que nós, como igreja, possamos acolher com alegria estes
dons que todos os dias são depositados diante do altar do Senhor e colocando-os
a disposição dos quem mais necessitam, é esta a missão da igreja, e igreja
somos todos nós, que como aquela viúva, todos os dias nos colocamos como
ofertas diante do Senhor, sabemos que sozinhos somos quase nada, mas, que juntos
transformaremos o mundo pelo amor e pela paz.
Rubens Corrêa |
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