Na liturgia deste domingo, continuamos a
ouvir o evangelista Lucas que nos fala da oração, hoje ele nos fala como
devemos orar: com humildade. A oração é que move a nossa
vida espiritual e a nossa ação missionária. Se quisermos levar avante a missão
de evangelizar temos que ser alimentados pela oração. A parábola do
fariseu e do publicano, a última das parábolas próprias de Lucas, desmascara a
falsa religião de alguns que convencidos serem justos, desprezam os outros. Hoje é o dia mundial das
missões, lembremos do tema da Campanha Missionária: “Cuidar da Casa Comum é
nossa missão”. Lembremos também dos nossos irmãos missionários e missionárias,
que não medem esforços, deixam tudo, para levar a Boa Nova do Reino.
Primeira
Leitura (Eclo 35,15-17.20-22.) 15O Senhor é um
juiz que não faz discriminação de pessoas. 16Ele não é
parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; 17jamais despreza
a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. 20Quem serve a
Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. 21A prece do
humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não
descansará até que o Altíssimo intervenha, 22afaça justiça aos
justos e execute o julgamento. Palavra do Senhor. Graças a Deus.
Nesta leitura, o autor do Livro do
Eclesiástico se refere ao pobre, ao órfão e à viúva, como símbolo da figura da
pessoa que não tem ninguém por ela, nos mostra a compaixão de Deus em face do
pecado e da necessidade humana. “Deus é um juiz justo” que não faz diferenças entre
as pessoas, mas ouve a oração sincera de seus filhos. Que bom seria se todos os
juízes da Terra fossem iguais a Deus!
O salmista
bendize ao Senhor com um cântico de ação de graças ao Senhor que escuta o
clamor do pobre e liberta a vida de seus servos que nele creem. Deus está
sempre perto daqueles que o invocam com o coração cheios de angústias e tribulações,
confortando os que estão abatidos em suas dificuldades e dores. Deus ai está
com cada um de nós com sua mão protetora.
Segunda Leitura (2Tm 4,6-8.16-18.) Caríssimo: 6Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício;
aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati
o bom combate, completei
a corrida, guardei a fé. 8Agora
está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas
também a todos que esperam com amor a sua
manifestação gloriosa. 16Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. 17Mas o Senhor esteve a meu lado e
me deu forças, ele fez
com que a mensagem fosse anunciada por mim
integralmente, e ouvida por todas as nações;
e eu fui libertado da boca do leão. 18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém. Palavra do Senhor – Graças a Deus.
Paulo reconhece que chegou a sua hora, e
testemunha para nós sua confiança na justiça de Deus e o fim de sua
missão apostólica, ele se compara a uma corrida e um combate, quando ele diz: “Combati o bom combate, completei a corrida,
guardei a fé” (2Tm.4,7), nos incentiva ainda a fidelidade e como prêmio, a
vitória está reservada, a coroa da justiça, cabe a cada um de nós cultivarmos no
coração o desejo de conquista-la a cada dia, na medida
da nossa vivencia, com passos firmes. Ele nos dará forças nos libertando de
todos os males. Sejamos
vigilantes, e busquemos a nossa conversão diariamente.
Evangelho ( Lc 18, 9-14.) Naquele tempo: 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça
e desprezavam os outros: 10'Dois homens subiram ao Templo
para rezar: um era
fariseu, o outro cobrador de impostos.11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: 'Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem
como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'. 13O cobrador de impostos, porém,
ficou à distância, e nem se
atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia
no peito, dizendo: “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!' 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro
não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.' Palavra da Salvação – Glória a vós Senhor.
O Evangelho nos
apresenta uma parábola que é uma sequência que ouvimos no último domingo, uma
classe de pessoas: os autossuficientes. Hoje a parábola do Fariseu e o
Publicano. O fariseu seguidor rigoroso da lei começa agradecendo sua própria
bondade e espera a salvação como recompensa pelas obras realizadas, revela
também uma atitude de juiz diante do publicano, direito reservado a Deus. O
publicano desta parábola, desprezado, cobrador de impostos do Império Romano,
reconhece seu mau comportamento, reconhece a misericórdia de Deus e bate no
peito em sinal de arrependimento e conversão, implora cheio de confiança, tem
misericórdia de mim que sou pecador. Muitos de nós,
acreditamos que a prática da fé, já basta para alcançarmos a salvação. E
assim como o fariseu, muitos de nós se julgam puros, e “separados” dos impuros. Jesus
aprova a atitude do publicano porque ele, com muita humildade, não estava
julgando ninguém, mas reconhecia-se pecador, confiava e pedia misericórdia para
Deus. Deus acolhe e ouve as aflições de quem reza com coração sincero e
humilde. Que a Palavra do Senhor nos ajude e nos ilumine a percebermos nossas
atitudes e como o publicano reconhecermos nossas fraquezas e a presença de Deus
em nossas vidas. Buscando os Sacramentos da Reconciliação e Unção dos Enfermos
que são sacramentos de cura, a Eucaristia, alimento que nos sustenta, nos dá
coragem para enfrentarmos os embates do dia a dia.
Marlene Resstel |
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