Neste
domingo encerramos o ano litúrgico. Durante todo o ano celebramos os mistérios
da vida de Jesus Cristo, seu nascimento, sua morte e ressurreição, sua ascensão,
Pentecostes, Virgem Maria e os Santos e junto celebramos nossa caminhada para
Deus.
Encerramos
também o Ano Santo da Misericórdia, um jubileu extraordinário convocado pelo
Papa Francisco, que teve seu centro na misericórdia divina.
Celebramos ainda, o dia do Leigo, aqueles que
ocupam diversos serviços na vida da igreja e ainda assumem suas famílias e são
testemunhas no meio da sociedade.
No Segundo
Livro de Samuel (2Sm 5,1-3.) vimos que “Naqueles
dias, todas as tribos de Israel
vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui estamos. Somos
teus ossos e tua carne. Tempos
atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E
o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’’ Vieram,
pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles
uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.”
Que
tipo de autoridade política e religiosa temos? O que queremos? A leitura deixa
bem claro que o povo é de Deus e a autoridade é quem vai chefiar esse povo. A
função das autoridades (qualquer pessoa que assuma função de líder) é guiar,
cuidar, zelar, a autoridade é antes de tudo um servo do Senhor com a missão de
conduzir seu povo.
O
salmo (Sl 121) canta a felicidade do povo em se reunir em Jerusalém para partilhar
a liberdade e a vida, reunido em torno do projeto de Deus que assegura a
justiça para todos.
“— Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do
Senhor!
— Que alegria, quando ouvi que me disseram: 'Vamos à casa do Senhor!'. E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
— Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.”
— Que alegria, quando ouvi que me disseram: 'Vamos à casa do Senhor!'. E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
— Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.”
Paulo
escreve aos Colossenses (Cl 1,12-20.) para dizer que somente Cristo é o
mediador entre Deus e os humanos. “Irmãos: Com alegria dai graças ao Pai, que vos
tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. Ele nos libertou do poder das trevas e
nos recebeu no reino de seu Filho amado, por
quem temos a redenção, o perdão dos pecados. Ele
é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas
todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e
dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele
existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da
Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo
ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os
seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
Nos
reconciliamos com Deus através da cruz de Cristo. Só por Jesus temos acesso ao
conhecimento do Deus invisível.
Lucas
(Lc 23,35-43.), em seu evangelho nos fez descobrir os valores e atitudes do
Reino de Deus, durante todo o ano litúrgico e hoje nos traz uma figura do auge
da marginalização: o preso crucificado. “Naquele
tempo, os chefes zombavam de
Jesus dizendo: ‘A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o
Cristo de Deus, o Escolhido!’ Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se,
ofereciam-lhe vinagre, e diziam: ‘Se
és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!’ Acima dele havia um letreiro: ‘Este
é o Rei dos Judeus’. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: ‘Tu
não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!’ Mas o outro o repreendeu,
dizendo: ‘Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para
nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de
mal’. E acrescentou: ‘Jesus,
lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado’. Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade eu te
digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso’”.
O
evangelista Lucas nos apresentou os valores e atitudes de Jesus em contato com
marginalizados, rotulados, menosprezados: pastores, mulheres, viúvas,
publicanos, prostitutas, samaritanos, leprosos, não os julgou ou condenou e sim
mostrou o amor divino, a misericórdia de Deus.
Celebremos
esse dia com a certeza de que Cristo é o Rei que deu sua própria vida para nos
introduzir em seu reino, um Reino de amor, justiça e igualdade.
Ser
cristão é construir o Reino de Cristo no mundo através do serviço gratuito e
fraterno, humilde, deixando-se fazer a vontade do Pai. Como você está
trabalhando para fazer acontecer o Reino? Como seriam nossas comunidades se
conseguíssemos trazer para dentro delas a realeza de Jesus?
Carla Matos |
Nenhum comentário:
Postar um comentário