A Liturgia celebra neste
domingo (só no Brasil) aquela “multidão numerosa que ninguém podia contar” que
nos aparece na primeira leitura. Os santos que hoje a Igreja celebra não são
apenas aqueles que estão oficialmente canonizados, mas também aqueles outros,
muito mais numerosos e desconhecidos, que souberam “com o auxílio divino
conservar e aperfeiçoar, vivendo-a, esta santidade que receberam” (LG 40).
Somos todos chamados à
santidade
“Apareceu na visão uma
multidão enorme, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé
diante do trono e diante do Cordeiro”. (Ap 7,9)
“É assim a geração dos
que procuram o Senhor”. (Salmo 23)
“Somos filhos de Deus.”
(1Jo3,2)
No Evangelho (Mt 5,
1-12a) o próprio Jesus ilumina o tema da santidade e da bem-aventurança eterna
ensinando o caminho que a ela conduz; ponto de partida, são as condições
concretas da vida humana, onde o sofrimento não é um acontecimento fortuito,
mas uma realidade inerente à sua estrutura. Jesus não veio para suprimir, mas
para o redimir, fazendo dele um meio de salvação e de bem-aventurança eterna. A
pobreza, as aflições, as injustiças, as perseguições aceites com humildade de
coração e submissão à vontade de Deus, com serenidade nascida da fé n' Ele e
com o desejo de participar na Paixão de Cristo não aviltam o homem; antes o
enobrecem, purificam, fazem semelhante ao Salvador que sofre e, por isso, digno
de tomar parte na Sua glória.
O itinerário das
bem-aventuranças foi percorrido pelos Santos; mas, muito particularmente, foi
percorrido por Jesus que quis tomar sobre si as misérias e os sofrimentos
humanos para ensinar os homens a santificá-los.
N' Ele, pobre, sofredor,
manso, misericordioso, pacífico, perseguido e, por este caminho, chegado à
glória, encontram os cristãos a mais perfeita realização das bem-aventuranças
evangélicas.
Há pessoas à nossa volta
que pela simplicidade de vida, pela alegria que irradiam, pelo bem que fazem,
pela paz que comunicam, pela disponibilidade com que ajudam os outros, pela
prontidão com que se dão, transparecem o sorriso e a misericórdia de Deus.
Os santos não nasceram
totalmente santos.
O caminho de Jesus é
exigente. Não é uma exigência exterior, forçada, imposta. É uma exigência que
decorre do seguimento. Se somos de Cristo, então ajamos como Ele. Viver em
lógica de serviço e cuidado aos demais, como o último de todos, colocando os
outros à frente, não é um processo fácil. Exige vigilância, consistência,
insistindo uma e outra vez. É o caminho das bem-aventuranças em que nos
colocamos em dinâmica de compaixão, de ternura, de caridade.
Oração
Senhor Jesus, ensina-nos o caminho da santidade,
vivendo como Tu o caminho das bem-aventuranças. Amem.Luis Filipe Dias |
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