sábado, 16 de setembro de 2017

Com Jesus aprendemos que não há limites para o perdão (17/09/2017)

Neste domingo meditamos com Jesus sobre a importância do perdão, muitas vezes pensamos que Deus deve ter compaixão de nós e perdoar todos os passos falsos que damos, mas não estamos dispostos a ter misericórdia daqueles irmãos que cometem alguma falta conosco e sumariamente os condenamos. Um bom cristão deve deixar o seu coração liberto do ódio e nunca procurar vingança, só assim que estaremos nos preparando para encontrar a compaixão de Deus e ganharemos as graças do perdão divino.

O livro do Eclesiástico 27,33-28,9 nos mostra um caminho para viver a virtude de ser um filho de Deus.
Leitura do livro do Eclesiástico: 33O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. 28,1Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. 2Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. 3Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? 4Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? 5Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? 6Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; 7pensa na destruição e na morte e persevera nos mandamentos. 8Pensa nos mandamentos e não guardes rancor ao teu próximo. 9Pensa na aliança do Altíssimo e não leves em conta a falta alheia! – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Esta passagem bíblica nos faz um questionamento importante para a vivencia da nossa fé. Como suplicar a misericórdia de Deus enquanto nutrimos em nosso coração o ódio e desejo de vingança contra o nosso irmão? Sabemos o quanto é difícil quando somos caluniados e quando tramam o mal contra nós, quando somos lesados em nossos direitos e quando somos usados para obtenção de vantagens alheias, mas se buscarmos excessivamente a vingança e desejarmos mal contra quem nos faz o mal, estamos nos afastando da compaixão de Deus e nos igualamos àquele que promove injustiça.
 
Claro que aqui na terra é preciso que seja feita a justiça, mas seremos nós os juízes desta causa? Deixemos o julgamento para as autoridades encarregadas desta tarefa e abramos o nosso coração ao perdão e a misericórdia, só assim nos aproximaremos de Nosso Senhor Jesus Cristo que do alto da cruz disse: “Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”.

No Salmo Responsorial 102(103) vemos o quão grande é a misericórdia de Deus para conosco, “Ele não nos trata como exige a nossa culpa”.
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores!

Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão.

Não fica sempre repetindo as suas queixas / nem guarda eternamente o seu rancor. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas.

Quanto os céus por sobre a terra se elevam, / tanto é grande o seu amor aos que o temem; / quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes.


Em sua carta aos Romanos 14,7-9 o apóstolo São Paulo nos fala que é para Cristo que vivemos.
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 7ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Não somos senhores de nossas vidas, elas não nos pertencem, é para Cristo que vivemos e morremos, é para dar testemunho do seu amor que estamos aqui, Ele se entregou se reservas, abraçou a cruz e aceitou a sua dolorosa paixão, morreu para que todos fossem resgatados do pecado, sim Nosso Senhor Jesus Cristo é e sempre será o Senhor de todos, sejam eles vivos ou mortos, Ele venceu a morte.

No evangelho segundo Mateus 18,21-35 Jesus nos dar a dimensão do que é perdoar, Ele nos mostra como encontrar o caminho para o Reino de Deus.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. – Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.

Pedro com a sua visão humana pergunta a Jesus sobre o limite do perdão, mas a resposta de Nosso Senhor não é humana e sim divina, para o perdão não há limite, setenta vezes sete representa a infinidade do amor de Deus, isto é um mistério que só podemos contemplar com os olhos da fé, a misericórdia e a compaixão de Deus não tem fim.

Para que possamos compreender bem o que disse Jesus, Ele mesmo nos conta uma parábola de um homem que tem uma enorme dívida perdoada após suplicar aos pés do patrão, mas em seguida foi incapaz de perdoar uma dívida menor de um dos seus companheiros fazendo pesar sobre ele toda a sua ira, ao olharmos para a nossa vida cotidiana vemos como são atuais as palavras de Jesus, clamamos a misericórdia de Deus pedindo perdão por nossas fraquezas e somos incapazes de estender esta misericórdia aos nossos irmãos, para nós tudo o que nos afeta é mais grave e sem perdão, Deus está de olho em todas as nossas condutas.

Alguns companheiros se revoltaram com a conduta deste servo e o denunciaram ao patrão, este por sua vez o questionou pela sua ação desproporcional, ele recebeu o perdão e não conseguiu perdoar, fazendo isso perdeu o beneficio anterior e sobre tortura pagou pela falta de misericórdia. Quantas vezes agimos assim em nossa família, em nossa comunidade e em nossa sociedade? Estamos preparados para sermos tratados com o mesmo rigor com que tratamos o próximo? Neste evangelho Jesus nos dar esta grande lição, mesmo em situações tão adversas é preciso deixar o coração livre do rancor e ódio, só assim haverá espaço para cultivar o amor de Deus.

Que neste domingo possamos abrir o nosso coração para a graça de Deus, é hora de fazer uma faxina e limpar da nossa vida o ódio, o rancor e o desejo de vingança, como cristãos devemos seguir os passos de Jesus, perdoar sem se cansar, é preciso insistir que este é o caminho que nos levará ao Pai, que Nossa Senhora, Mãe Piedosa, nos ajude a fazer o que nos pede Nosso Senhor, Ela que acompanhou seu Filho do flagelo até a morte na cruz e que o viu perdoar aqueles que torturaram, Ela a exemplo do teu Filho também os perdoou. Mãe da Divina Misericórdia, rogai por nós.
Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa

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