terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Eis o tempo de Conversão (14/02/2018)

A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, tempo esse de conversão e mudança. Na liturgia deste dia, somos marcados com o sinal das cinzas com tais palavras: “Convertei vos e credes no evangelho”.

Esse sinal é para nós um lembrete de nossa pequenez e de como somos limitados, recorda-nos, também, que do pó viemos e a ele vamos voltar; mais do que materiais ou carnais, somos espirituais, e que buscamos o Eterno, e não o passageiro, o que passa.

Contudo, como podemos daqui alcançar as coisas celestes? O profeta Joel nos mostra e consegue nos aproximar desse desejo do céu:

“Voltai a mim de todo o coração com jejuns, lágrimas e gemidos de luto...Voltai ao Senhor porque ele é bom e compassivo”.

As palavras do profeta, vão também ao encontro da espiritualidade quaresmal apontando a nós uma volta sincera e arrependida a Deus, por meio da vivência de práticas espirituais, que são pilares cristãos: o jejum, a esmola (caridade) e a oração.

Essas práticas, se vividas de forma verdadeira, inculcam em nossa alma um novo vigor e disposição, o que requer uma radicalidade e um firme propósito. A Quaresma é, pois, tempo propício de escuta de Deus, arrependimento de nossos pecados, tempo de olhar nossas fraquezas para abandonar tudo que impeça que nossa vida seja uma irradiação da face de Jesus Cristo, deixando que Ele mesmo guie a caminhada em nosso deserto pessoal.

Essa preparação para a Páscoa de Jesus requer, portanto, que cada um de nós entendamos por completo o ser Cristão. Viver a Quaresma é, por conseguinte: reconhecimento dos pecados, arrepender-se verdadeiramente, e continuar a caminhar junto ao Cristo. Numa palavra: conversão!

Num de seus escritos Santa Teresa de Jesus exprime de forma concreta a conversão e o seguimento daquele que é transformado e opta por Jesus.

“De ora em diante para vos imitar de algum modo Senhor, quero padecer todos os sofrimentos que me sobrevierem, e tê-los por grande tesouro. Juntos caminhemos, Senhor onde fordes irei eu, por onde passardes hei de passar”.

Que vivamos com fé e esperança esse tempo de graça e de grande crescimento espiritual que é a Quaresma, caminhemos decididamente com este Cristo que sofre, mas que, ao fim, ressuscita a nossa vida por completo.
Marwin Amaral Martins



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