Meditamos neste domingo como é difícil percorrer o caminho de Jesus,
muitos são os obstáculos que diariamente temos que superar e por diversas vezes
somos tentados a abandonar o projeto nos aventurando por outras estradas. Temos
na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo um grande exemplo a seguir, mesmo
sofrendo muitas perseguições e sabendo de tudo que iria acontecer, ele não
desistiu de nos mostrar os caminhos para a salvação, que nos deixemos guiar
pela luz de Cristo.
As palavras do profeta Isaías 50,5-9 nos mostra como é penoso o
caminho do servo de Deus, mas ao ouvir o chamado do Senhor é impossível
resistir e voltar para trás.
Leitura do livro do
profeta Isaías: 5O Senhor abriu-me os ouvidos;
não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas
para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de
bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus
é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto
impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. 8A meu lado está quem me justifica; alguém me fará
objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. 9Sim, o Senhor Deus é meu auxiliador; quem é que me
vai condenar? – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.
Em nossas igrejas e na sociedade, quantos desafios precisamos superar
para seguir a Nosso Senhor? Sabemos que não é fácil, e para os apóstolos também
não foi, mas, devemos nos manter perseverantes e confiar que o Senhor está ao
nosso lado sustentando a nossa missão e Ele nunca nos abandona, segui-lo é com
certeza a melhor decisão que podemos tomar.
No Salmo 114(115) colocamos a nossa
confiança no Senhor, é Ele ouve o clamor da minha oração e me socorre no
momento de aflição.
Andarei na presença
de Deus, junto a ele na terra dos vivos.
Eu amo o Senhor,
porque ouve o grito da minha oração. Inclinou para mim seu ouvido, no dia em
que eu o invoquei.
Prendiam-me as
cordas da morte, apertavam-me os laços do abismo; invadiam-me angústia e
tristeza. Eu então invoquei o Senhor: “Salvai, ó Senhor, minha vida!”
O Senhor é justiça
e bondade, nosso Deus é amor-compaixão. É o Senhor quem defende os humildes: eu
estava oprimido, e salvou-me.
Libertou minha vida
da morte, enxugou de meus olhos o pranto e livrou os meus pés do tropeço. Andarei
na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos.
A Leitura da carta de São Tiago 2,14-18 nos mostra a que a essência da fé é
demonstrada nas obras.
Leitura da carta de
são Tiago: 14Meus irmãos, que adianta alguém
dizer que tem fé quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de
salvá-lo? 15Imaginai que um irmão ou uma
irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; 16se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz,
aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que
adiantará isso? 17Assim também a fé, se não se
traduz em obras, por si só está morta. 18Em compensação,
alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé
sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!” – Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
As palavras do apóstolo São Tiago mechem profundamente nas estruturas
religiosas e nas estruturas da sociedade, não podemos tentar separar a fé das
obras, pois uma não existe sem a outra, de nada adianta louvar e bendizer ao
Senhor com os nossos lábios enquanto milhões de filhos de Deus passam fome,
estão sem teto, sendo vítimas da violência, das drogas, da escravidão e da
opressão. E o que falar dos líderes religiosos que enriquecem à custa da fé dos
outros? Retém para si o que deveriam colocar em comum com os que mais sofrem,
eles estão na contramão dos ensinamentos de Jesus, precisamos voltar para o
rumo certo.
No evangelho segundo São Marcos 8,27-35 vemos que inspirado
por Deus, Pedro reconhece em Jesus, o Messias prometido.
Proclamação do
evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos: Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados
de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os
homens que eu sou?” 28Eles
responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros,
ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele
perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o
Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente
de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida,
começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do homem devia sofrer muito, ser
rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei; devia ser
morto e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso
abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e
repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, satanás! Tu não pensas
como Deus, e sim como os homens”. 34Então chamou a
multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si
mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser
salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e
do evangelho vai salvá-la”. – Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.
Vemos na figura de Pedro um pouco de cada um de nós,
reconhecemos que Jesus é o verdadeiro Messias que deu a sua vida para nos
salvar dos nossos pecados, mas, quando as adversidades da vida aparecem,
sentimos medo e deixamos que as coisas do mundo nos paralisem, precisamos
romper esta barreira e percorrer o caminho juntos com Nosso Senhor até o
calvário, e de lá abrir os caminhos da vida eterna com o Cristo ressuscitado,
Pedro entendeu a mensagem de Jesus e a exemplo do mestre, também entregou sua
vida em favor de muitos. E nós, por quanto tempo nos omitiremos enquanto
testemunhamos tantos sofrimentos neste mundo?
Que neste domingo possamos sentir o despertar da nossa fé, colocando a serviço de quem mais precisa, nos colocando nas mãos de Deus para que ele realize a sua obra de salvação por meio de nós, somos instrumentos do Senhor para que os nossos irmãos também encontre o caminho da salvação e de uma vida digna, com saúde, paz, segurança, educação, emprego e liberdade, precisamos descruzar os braços e mostrar a nossa fé pelas nossas obras, é Jesus que anima a nossa caminhada.
Rubens Corrêa |
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