Neste domingo Nosso Senhor Jesus Cristo nos diz “vigiai”, esta é uma
palavra curta e de um sentido muito amplo, não sabemos quando o Senhor retornará
e tanto pouco o dia em que deixaremos este mundo, mas seja qual for o dia
devemos estar preparados para estar diante de Deus, mesmo em meio as incertezas
desta vida devemos ter fé como Abraão e Sara, a quem Deus prometera um novo lar
e uma descendência numerosa, confiar como o povo que era escravos no Egito,
eles tinham a certeza que o Senhor os libertaria e Deus cumpriu todas as promessas
e espera de nós fidelidade, “a quem muito foi confiado, muito mais será
exigido!”
Primeira Leitura: Sabedoria 18,6-9
Leitura do livro da Sabedoria: 6A noite da
libertação fora predita a nossos pais para que, sabendo a que juramento tinham
dado crédito, se conservassem intrépidos. 7Ela foi esperada
por teu povo como salvação para os justos e como perdição para os
inimigos. 8Com efeito, aquilo com que puniste
nossos adversários serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti. 9Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios
secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos
participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso,
enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais. – Palavra do
Senhor. – Graças a Deus.
O livro da Sabedoria faz memória da vigilância do povo hebreu que
acreditando na promessa de libertação se preparam para este momento, mesmo escravizados
por séculos tinham a certeza que um dia o Senhor os libertariam e que os seus opressores seriam punidos por
todas as atrocidades que sujeitaram o povo escolhido, era nesta certeza que
entoavam cânticos de louvor ao Deus que haveria de os libertar. Assim também
devemos ser, confiar que no Senhor a nossa vitória é certa, se nos mantivermos
fieis ao seu projeto nenhum mal prevalecerá sobre nós.
No Salmo 32(33) entoamos o nosso hino de louvor a Deus, o Senhor
da história, Deus Criador que age pela palavra e pela ação, nEle devemos
colocar nossa confiança, Ele que conduz a nossa vida.
Feliz
o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Feliz
o povo cujo Deus é o Senhor e a nação que escolheu por sua herança!
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem e que confiam, esperando
em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo
de penúria.
No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e
proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós
esperamos!
Segunda Leitura: Hebreus 11,1-2.8-19
Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera,
a convicção acerca de realidades que não se veem. 2Foi a fé que valeu aos antepassados um bom
testemunho. 8Foi pela fé que Abraão obedeceu
à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança e partiu sem
saber para onde ia. 9Foi pela fé que
ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e
Jacó, os coerdeiros da mesma promessa. 10Pois esperava a
cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. 11Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de
idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o
autor da promessa. 12É por isso
também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável
às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”. 13Todos esses morreram na fé. Não receberam a
realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe e se declararam
estrangeiros e migrantes nesta terra. 14Os que falam
assim demonstram que estão buscando uma pátria 15e, se se lembrassem daquela que deixaram, até
teriam tempo de voltar para lá. 16Mas, agora, eles
desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isso, Deus não se
envergonha deles ao ser chamado o seu Deus. Pois preparou mesmo uma cidade para
eles. 17Foi pela fé que Abraão, posto à prova, ofereceu
Isaac; ele, o depositário da promessa, sacrificava o seu filho único, 18do qual havia sido dito: “É em Isaac que uma
descendência levará o teu nome”. 19Ele estava
convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos e assim recuperou
o filho – o que é também um símbolo. – Palavra do Senhor.
A carta aos Hebreus nos traz uma catequese de fé, o autor relembra o
exemplo de Abraão que acreditando na promessa de Deus, que até aquele momento para
ele era desconhecido, parte para uma terra distante deixando a casa do seu pai,
neste momento eram muitas perguntas e pouquíssimas respostas, mas ele confia e
segue o caminho que Deus o indicava. Mesmo em meio as dificuldades do caminho,
voltar nunca foi para ele uma alternativa, pois aquilo que buscava valia cada sacrifício
que teria que se submeter. Foi confiando no Senhor que Sara, idosa e estéril,
concebeu e deu à luz a Isaac, nele se cumpriu a promessa de uma descendência,
filho este que Abraão não hesitou em oferecer em holocausto ao Senhor,
confiando que Deus pode tudo e o Senhor o liberou desta demonstração de fé
guardando a vida do menino. Este exemplo da fé de Abraão deve ecoar em nossa
vida, ele que foi capaz de acreditar em algo que era desconhecido, sua fé demonstra
que para nós, que confiar no Senhor que conhecemos é uma tarefa bem mais fácil.
Evangelho: Lucas 12,32-48
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas: Naquele
tempo, disse Jesus a seus discípulos:32“Não tenhais
medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o reino. 33Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que
não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega
nem a traça corrói. 34Porque, onde
está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 35Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas
acesas. 36Sede como homens que estão
esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento para lhe abrirem
imediatamente a porta, logo que ele chegar e bater. 37Felizes os empregados que o senhor encontrar
acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo, ele mesmo vai cingir-se,
fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38E, caso ele chegue à meia-noite ou às três da
madrugada, felizes serão se assim os encontrar! 39Mas ficai certos, se o dono da casa soubesse a hora
em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do
homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41Então Pedro disse: “Senhor, tu contas essa parábola
para nós ou para todos?” 42E o Senhor
respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à
frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43Feliz o empregado que o patrão, ao chegar,
encontrar agindo assim! 44Em verdade eu
vos digo, o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está
demorando’ e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a
embriagar-se, 46o senhor daquele empregado
chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o
fará participar do destino dos infiéis. 47Aquele empregado
que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou nem agiu conforme a sua
vontade será chicoteado muitas vezes. 48Porém o
empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo será
chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito
foi confiado, muito mais será exigido!” – Palavra da salvação. – Glória a Vós
Senhor.
O evangelista São Lucas nos mostra Nosso Senhor Jesus
Cristo ensinando os seus discípulos, e alerta “onde tiver o seu tesouro aí está
o seu coração”, mas este alerta também hoje serve para cada um nós, feliz daquele
que tem juntado o seu tesouro no céu, onde ele não será perdido, seja pela
traça ou pelo ladrão, vivemos em uma sociedade onde poucos tem muito e muitos
não tem nada ou quase nada, é preciso estar vigilantes não sabemos quando o Senhor
virá e certamente esta diferença não será tolerada.
Entre todas as colocações que Nosso Senhor fez neste evangelho,
o que mais chama a atenção é a frase, “A quem muito foi dado, muito será
pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”, relata sobre o
empregado que o patrão confiou a administração da sua casa enquanto estivesse
fora, se ao voltar encontrar tudo em ordem e com outros empregados bem cuidado,
este empregado seria muito bem recompensado, mas se ele aproveitasse a ausência
do patrão, maltratando os demais e se perdendo em bebedeira, este seria surpreendido
com a volta inesperada do seu senhor e sofreria severos castigos pela quebra na
confiança. É assim que acontecerá quando estivermos diante de Nosso Senhor, ele
nos cobrará de acordo com o que nos deu. E nós estamos preparados para esta prestação
de contas? Não é possível esperar mais, se andamos fora do caminho do Senhor é
preciso corrigir o quanto antes o percurso e voltar a trilhar o caminho certo.
Neste domingo também celebramos o dia dos pais, oremos
de forma especial por cada pai, que eles possam assumir com alegria a missão
que Deus os confiou seguindo o exemplo de São José que com muita dedicação se
colocou a serviço do Reino de Deus sendo o pai terrestre de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Oremos pelos pais falecidos que possam encontrar a
glória de Deus, oremos pelos pais ausentes que possam lembrar da importante
missão que estão negligenciando e serão cobrados por isso no dia que estiverem
diante de Deus, oremos pelos pais que perderam seus filhos, seja para a doença,
para a violência ou para as drogas, saibam que Deus pode cicatrizar qualquer ferida
e quando estamos com Ele suportamos qualquer dor, oremos pelos pais
desempregados que possam ter o direito garantido pela constituição de poder
prover para a sua família aquilo que lhe é indispensável para viver dignamente,
oremos pelos pais que cuidam dos filhos promovendo um lar cristão que eles
nunca se cansem nesta caminhada, mesmo quando tudo parecer difícil e a
sociedade tentar impor aquilo que destrói a família, espelhemos na Santa Família
de Nazaré e tudo dará certo.
A liturgia deste domingo nos faz um chamado e um
alerta, Nosso Senhor nos confia a sua casa e seus empregados para cuidemos bem de
tudo. Quando Ele retornar como nos encontrará? Isso diz respeito a nossa atuação
na família, na igreja e na sociedade, precisamos seguir seus ensinamentos na
parte afetiva, religiosa e também nos negócios. Pensem nisso e se necessário
mudem enquanto há tempo, não sabemos quando o patrão retornará.
Rubens Corrêa |
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