quinta-feira, 2 de junho de 2016

Palavras e gestos que ressuscitam (05/06/2016)

Admonição
Neste domingo, em que lemos no Evangelho a história da ressurreição do filho da viúva de Naim, Lucas quer mostrar com este relato a chegada dos tempos messiânicos da salvação.
Jesus revela o caminho alternativo para uma sociedade justa (Evangelho). O profeta é o portador da Palavra de Deus, capaz de transformar radicalmente a realidade pessoal e social (I leitura). Jesus escolhe e envia discípulos missionários, como Paulo, para anunciar a todos os povos as maravilhas do Senhor (II leitura).

Comentário bíblico
I leitura (1 Rs 17,17-24): A profecia vence a morte
Esta leitura do primeiro livro dos Reis narra o episódio de uma viúva de Sarepta, pequeno povoado na Fenícia. Elias, o homem de Deus, intercede pela causa da viúva em risco de perder seu filho. O Deus misericordioso e compassivo atende a súplica do profeta e devolve a vida ao seu filho enfermo.

O Salmo 29 (30) é uma oração de louvor e ação de graças a Deus pela libertação de uma doença grave. O salmista exalta aquele que o levantou do abismo (ou xeol), restaurando-o na vida plena. Agradecemos ao Senhor, que nos liberta das situações difíceis, fazendo-nos experimentar sua força de vida e salvação.

II leitura (Gl 1,11-19): A graça da conversão
A segunda leitura da carta aos Gálatas destaca o ministério de Paulo fundamentado no Evangelho de Cristo. A vocação missionária do grande apóstolo de Cristo é descrita como um chamado profético e tal como Jeremias (Jr 1,4-10) Paulo sente-se chamado por Deus desde o ventre materno (Gl 1,15).

Evangelho do dia (Lc 7,11-17): Jesus liberta das garras da morte
O Evangelho de Lucas é o único que nos apresenta o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. As viúvas e os órfãos juntamente com os estrangeiros têm um lugar de destaque por necessitarem de proteção. (cf Dt 10,18). Elas dependiam dos filhos e por isso esta viúva ficaria em estado crítico ao perder seu filho único. Ela se encontra indefesa, sem recursos financeiros e sem o apoio de ninguém nem mesmo dos seus familiares.

Jesus chega, acompanhado por seus discípulos e uma grande multidão, e encontra a procissão levando o morto a sepultar. Aparecem duas realidades opostas: um cortejo conduzido por Jesus Cristo, o doador da vida e o outro cortejo, pleno de sinais de morte. Como Filho de Deus, portador da vida, Jesus toma a iniciativa e ressuscita o filho da viúva. O Deus da vida ouve o lamento dos que choram e os socorre com seu amor misericordioso.

Atualizando a Palavra
As duas viúvas representam toda a humanidade necessitada do amparo de Deus na luta em favor da vida. Seguindo o caminho trilhado por Cristo, somos chamados a viver a compaixão, a bondade, a misericórdia, acolhendo e ajudando as pessoas que vivem situações de morte por cause de desemprego, drogas, violência, fome, doenças, e morte prematura dos filhos.
O trabalho persistente e solidário, comprometido com a defesa da vida, liberta da morte gerada pelo egoísmo, exploração e opressão.
Somos chamados a anunciar a Boa nova do Reino enfrentando os desafios de cada dia.
Pe. Luis Filipe Dias

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