Neste domingo a palavra de Deus nos chama a meditar sobre os obstáculos
que encontramos ao percorremos o caminho do Senhor, sabemos que muitas vezes
somos tentados a não confiar na sua providencia e buscamos outros caminhos que
nos afastam da sua presença, outras vezes somos nós que afastamos os nossos
irmãos deste caminho, por eles vivenciarem de forma diferente a sua fé, mas
Jesus nos mostra que para ser seu discípulo é preciso renunciar a nós mesmos,
tomar sobre os ombros nossa cruz e segui-lo.
Na
primeira leitura (Zc 12,10-11;13,1.) o profeta Zacarias nos revela: “Assim diz o Senhor: ‘Derramarei sobre a
casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de
oração; eles olharão para mim. Ao que eles feriram de morte, hão de chorá-lo,
como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele a dor que se
sente pela morte de um primogênito. Naquele dia, haverá um grande pranto em
Jerusalém, como foi o de Adadremon, no campo de Magedo. Naquele dia, haverá uma
fonte acessível à casa de Davi e aos habitantes de Jerusalém, para ablução e
purificação’”.
O
profeta nos mostra que para reencontramos o caminho do Senhor é necessário
reconhecermos como pecadores, e mais do que isso é preciso uma mudança de vida,
não são alguns rituais que irão nos purificar, a reconciliação com Deus se faz
com uma atitude firme e constante de seguidores de corações verdadeiramente
convertidos e comprometidos com o projeto de Deus.
Em
sua carta aos Gálatas (Gl 3,26-29.) o apóstolo Paulo nos diz: “Irmãos: Vós todos sois filhos de Deus pela
fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de
Cristo. O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem
homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo. Sendo de Cristo,
sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa”.
As
palavras de Paulo nos leva a entender que não existe divisão quando estamos
unidos em Cristo, nós que somos batizados nos transformamos em imagem de Jesus
ressuscitado para o mundo, entre nós não pode haver nenhuma diferença que
privilegie um e marginalize o outro, em Cristo não somos mais medidos pela lei,
ele nos mede com um amor sem medida, para ele não há diferença de
nacionalidade, gênero e etnia, para Jesus somos todos irmãos e filhos amados de
Deus.
O evangelhista
Lucas (Lc 9,18-24.) nos mostra Jesus questionando os seus discípulos: “Certo dia, Jesus estava rezando num lugar
retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: ‘Quem
diz o povo que eu sou?’ Eles responderam: ‘Uns dizem que és João Batista;
outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que
ressuscitou’. Mas Jesus perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Pedro
respondeu: ‘O Cristo de Deus’. Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem
isso a alguém. E acrescentou: ‘O Filho do Homem deve sofrer muito, ser
rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser
morto e ressuscitar no terceiro dia’. Depois Jesus disse a todos: ‘Se alguém me
quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem
quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de
mim, esse a salvará’”.
Após
algum tempo caminhando com os discípulos e os ensinando, Jesus vê a necessidade
de saber se eles compreendiam que realmente ele era, os outros diziam que era
um profeta poderoso, mas Pedro ver em Jesus o messias tão esperado pelo povo e anunciado
pelos profetas, Jesus porém mostra que a missão passa pela perseguição, prisão,
flagelo e morte, e que sua ressurreição revelaria a todos a sua vitória e quem
quisesse segui-lo deveria estar disposto a trilhar pelo mesmo caminho.
Vemos como está na moda falar de Jesus, muitos o anunciam e ganham
muitas vantagens com isso, mas o Cristo ressuscitado nos mostra que é preciso
renunciar as vaidades, o orgulho, o poder e as riquezas, colocar sobre os
ombros a cruz nos oprime e nos angustia, seguindo-o verdadeiramente de corpo e
alma, não somos chamados a somente falarmos de Cristo, devemos viver como ele
sendo sinais de fé e esperança a tantos outros irmãos que caminham ao nosso
lado com as suas pesadas cruzes machucando não só os seus ombros, mas todo o
seu ser, os apóstolo entenderam isso e entregaram as suas vidas em favor dos
outros. E nós o que faremos?
Rubens Corrêa |
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