segunda-feira, 31 de julho de 2017

“Transfigurou-se diante deles” Mt 17,2 (06/08/2017)

Introdução
As leituras deste domingo destacam a transfiguração de Jesus como prefiguração de sua ressurreição. É salutar saber que, embora os Evangelhos jamais tenham mencionado o nome do monte onde Jesus se transfigurou, no entanto, a tradição do século IV, com Cirilo de Jerusalém e Jerônimo, aponta o monte Tabor como o lugar cristofânico.

Esta festa torna-se universal graças ao Papa Calixto III, em 1457, em ação de graças pela vitória contra os turcos em Belgrado, em 6 de agosto de 1456.

A visão apocalíptica assinalada na visão de Daniel (I Leitura), o testemunho de Pedro (II Leitura) e a voz do Pai (Evangelho) indicam o conteúdo central da liturgia deste domingo que toma o lugar do XVIII domingo comum.

Comentários aos textos
I Leitura (Daniel 7,9-10.13-14): “Suas vestes eram brancas como a neve”.
A visão apocalíptica descrita por Daniel ilumina para nós a passagem da Transfiguração descrita no Evangelho, seja no seu esplendor divino seja no sentido de que o Eterno Pai vai outorgar ao Filho do Homem todo o poderio universal.

II Leitura (2 Pedro 1,16-19): “Como lâmpada que brilha no escuro”.
Pedro recorda que no monte Tabor a filiação divina de Jesus foi reafirmada pela voz do Pai. Nesta filiação se derrama toda a graça e dela recebemos a herança de uma filiação focada na plenitude de Deus feito homem.

Evangelho (Mateus 17,1-9): “Suas roupas ficaram alvas como a luz”.
O evento da Transfiguração descrito no Evangelho da festa, nos chama a atenção para dois detalhes: a figura de Moisés que caracteriza a “lei” e Elias com sua “eloquência profética”, ambos foram na montanha fazer uma experiência de Deus assim como Jesus na sua Transfiguração.

Moisés recebe sua vocação-missão para conduzir um povo rebelde à Terra prometida; Elias tem a missão de conduzir o povo de Deus seguindo instruções específicas da parte de Deus.

Jesus anuncia a Pedro, Tiago e João que, mesmo tendo visto sua glória em antecipação. Pede segredo do ocorrido, revela que para chegar à glória futura terá de passar pelo crivo da humilhação, da paixão, da morte e finalmente da Ressurreição.

Moisés, depois de cumprir sua missão, terá um substituto, Josué, seu fiel discípulo e colaborador; Elias terá Eliseu que herda parte do seu carisma e Jesus terá Pedro, sobre o qual edifica sua Igreja.

O dia do Padre foi transferido para este dia em vez do dia 4:
- Saber vestir o avental do serviço ao povo santo de Deus (Hb 5,1);
- a Igreja se coloca de joelhos diante de Cristo, o Eterno Sacerdote;
- ... “não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15,16)
 Comunidade é se transfigurar em Cristo

UM ANTEGOZO DO REINO: A TRANSFIGURAÇÃO
554. A partir do dia em que Pedro confessou que Jesus era o Cristo, Filho do Deus vivo, o Mestre «começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e lá sofrer, que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia» (Mt 16, 21). Pedro rejeita este anúncio e os outros também não o entendem (Lc 9,45). É neste contexto que se situa o episódio misterioso da transfiguração de Jesus (Mt 17,1-9), em cima de uma alta montanha, perante três testemunhas por Ele escolhidas: Pedro, Tiago e João. O rosto e as vestes de Jesus tornaram-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, «e falam da sua morte, que ia consumar-se em Jerusalém» (Lc 9, 31). Uma nuvem envolve-os e uma voz do céu diz: «Este é o meu Filho predileto: escutai-O» (Lc 9, 35).

555. Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para «entrar na sua glória» (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém.

Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias (Cf. Lc 24,27).

A paixão de Jesus é da vontade do Pai: o Filho age como Servo de Deus (Cf. Is 42,1). A nuvem indica a presença do Espírito Santo: Apareceu toda a Trindade: o Pai na voz; o Filho na humanidade; o Espírito Santo na nuvem luminosa» (S. Tomás de Aquino):

«Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai» (Liturgia bizantina).

556. No limiar da vida pública, o batismo; no limiar da Páscoa, a transfiguração. Pelo batismo de Jesus foi declarado o mistério da (nossa) primeira regeneração» – o nosso Batismo; e a transfiguração é o sacramento da (nossa) segunda regeneração» – a nossa própria ressurreição. Desde agora, nós participamos na ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que atua nos sacramentos do Corpo de Cristo.

A transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa de Cristo, «que transfigurará o nosso corpo miserável para o conformar com o seu corpo glorioso» (Fl 3, 21). Mas lembra-nos também que temos de passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus» (At 14, 22): «Era isso que Pedro ainda não tinha compreendido, quando manifestava o desejo de ficar com Cristo em cima da montanha.

Isso, Ele te reservou, Pedro, para depois da morte. Mas agora, Ele próprio te diz: Desce para sofrer na Terra, para servir na Terra, para ser desprezado e crucificado na Terra. A Vida desce para se fazer matar: o Pão desce para passar fome; o Caminho desce para se cansar de andar; a Fonte desce para ter sede; – e tu recusas-te a sofrer?» (Santo Agostinho).
Luis Filipe Dias



sábado, 29 de julho de 2017

O Reino de Deus é nossa prioridade fundamental. Hoje comparado com: TESOURO, PÉROLA E REDE (30/07/2017)

Estamos caminhando no Tempo Comum, refletindo neste domingo a necessidade de procurar viver o seguimento do Senhor. Nesse sentido, a Liturgia nos leva a refletir da necessidade de nos desfazermos de tudo o que possuímos para caminharmos em direção para realização do projeto do Reino de Deus entre nós. O Evangelista São Mateus nos coloca três parábolas no Evangelho de hoje, em que fala de dois homens, um lavrador e um comerciante, que trabalham, procuram, encontram, compram e vendem… todas essas atividades que as pessoas comuns praticam no dia a dia de suas vidas. O que nos chama a atenção, entretanto, são as palavras tesouro e pérola. Tesouro e pérola, faz referência à sabedoria que é colocada pelo Antigo Testamento, para se aproximar da figura que se tornou realidade, chamada REINO DOS CÉUS. A última parábola trata da presença do bem e do mal entre nós.

Leitura do Primeiro Livro dos Reis 3,5.7-12
Naqueles dias: 5Em Gabaon o Senhor apareceu a Salomão, em sonho, durante a noite, e lhe disse: 'Pede o que desejas e eu to darei'. 7E Salomão disse: Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar. 8Além disso, teu servo está no meio do teu povo eleito,
povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?' 10Esta oração de Salomão agradou ao Senhor. 11E Deus disse a Salomão: 'Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, 12vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti,
nem haverá depois de ti.Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Salomão ficou famoso por causa de sua sabedoria. É muito conhecido o episódio das duas mulheres prostitutas que brigavam por um mesmo filho (1Rs 3,16-28). Salomão solucionou o caso, mandando partir a criança ao meio e dividi-la entre as duas mulheres. Quando uma das mães reagiu, dizendo que ele poderia dar o filho à outra, e esta prontamente aceitou a proposta do rei, Salomão logo concluiu que a primeira era a verdadeira e ordenou que fosse considerada a mãe legítima. E o rei foi louvado pela sua sabedoria ao julgar. Na leitura de hoje, Salomão pede a Deus sabedoria para governar, julgar com igualdade e bom senso ao discernir. Deus lhe concede além do pedido: um coração sábio e inteligente, como ninguém teve antes dele.  A sabedoria é muito importante aos governantes de hoje, para bem servir o povo. A sabedoria de Deus é coisa boa, mas o ser humano, desvia-a para o mal, pois não sabe discernir entre o bem e o mal. Para que isso aconteça, é preciso muita sabedoria. De todos nós cristãos é necessária a sabedoria divina para distinguir o que é bom do que é menos bom, ou seja do mal.

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 8,28-30
Irmãos:28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos.
30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Neste pequeno trecho da carta aos Romanos, Paulo afirma que aos que Deus chamou e ama, ele lhes confere o ser imagem do seu Filho e nele recuperar a glória perdida, assim nesta segunda leitura nos convida a seguir o caminho e a proposta de Jesus.  Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor a todos os outros valores e propostas. No entanto, Deus, na sua bondade, oferece gratuitamente ao homem pecador a sua graça e nos dá a possibilidade de chegar à salvação.  E é em Jesus Cristo que esse dom de Deus se comunica com todos os homens e mulheres uma nova condição. É o Espírito Santo que permite a todos nós acolher esse dom e viver na fidelidade à graça que Deus nos oferece.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-52
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola. 47O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E ai, haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?' Eles responderam: 'Sim.' 52Então Jesus acrescentou: 'Assim, pois, todo o mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas’. – Palavra da Salvação. – Glória a Vós Senhor.

Concluímos, neste domingo, a leitura do capítulo dedicado às “parábolas do Reino” (cf. Mt 13). Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor fundamental, o Reino. Jesus apresenta esse mundo novo de liberdade e de vida nova que Ele veio propor aos homens e mulheres, ao qual Ele chamava Reino de Deus. O maior tesouro é o Reino dos Céus. Quem descobriu a felicidade, a grandeza da vida nova que Deus nos oferece, está pronto também a sacrificar tudo, ou seja, deixar a vida velha, os falsos valores. A segunda parábola fala do comprador de pérolas, traz a mesma mensagem, vender tudo para comprá-la. Simboliza aquelas pessoas que estavam buscando a verdadeira felicidade e que conseguiram encontrá-la.  Deixam tudo que é nada, por um valor que é tudo, o Reino de Deus.

Concluamos, agora, com a última, das sete parábolas: "O Reino dos Céus é como uma rede jogada no mar deste mundo... Ela apanha todo tipo de peixe", apanhou a mim, a você... Olhem a Igreja, olhem a nossa comunidade: há de tudo. Todo tipo de gente, todo tipo de cristão. Mas, um dia, a rede será puxada para a margem, e os peixes bons serão recolhidos nos cestos do Senhor e os peixes ruins serão lançados fora, para o fogo queimar.  Eis como Jesus termina, nos prevenindo que é necessário que nossa decisão seja pelo Reino, que nossa vida valerá ou não a pena, terá ou não sentido dependendo de nossa atitude em relação ao Reino que ele veio anunciar. Os maiores tesouros que temos é a BÍBLIA, onde podemos encontrar sabedoria, consolo, fortaleza... nos alimentar de sua Palavra e na Eucaristia onde nos alimentamos do próprio Corpo de Jesus, que se deixa encontrar constantemente.

Nós Te bendizemos pelo Reino dos céus que estabeleceste no coração do nosso mundo como um tesouro escondido. Nós Te pedimos: dá aos teus fiéis a coragem de procurar em toda a parte o tesouro da tua presença escondida, para aí encontrar a riqueza do teu amor. Que aprendamos, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, mansidão, amor, partilha, fraternidade, renuncia, doação, humildade, é serviço...e começa aqui, agora. Meus irmãos e irmãs, que tenhamos um ótimo domingo e uma semana abençoada cheia de paz e realizações. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Marlene Coelho Resstel

domingo, 23 de julho de 2017

No dia da Colheita apresentemos ao Senhor o resultado de nossos campos (23/07/2017)

Neste domingo somos convidados a meditar sobre a parábola do joio e do trigo, em nossas vidas vemos que muitas vezes o joio e o trigo estão constantemente misturados e dificultam a nossa caminhada de fé, mas, em Jesus aprendemos a separar as coisas e coloca-las nos seus devidos lugares.

Na leitura do Livro da Sabedoria (Sb 12,13.16-19.) vemos que mesmo em meio a tantas coisas ruins, Deus se faz presente na vida do povo dando a eles uma razão para seguir o caminho e com sua ação no mundo, Ele vem nos ensinar e nos revela o que espera de cada um de nós.

Leitura do Livro da Sabedoria: 13Não há, além de ti, outro Deus que cuide de todas as coisas e a quem devas mostrar que teu julgamento não foi injusto.
16A tua força é princípio da tua justiça, e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente.
17Mostras a tua força a quem não crê na perfeição do teu poder; e nos que te conhecem, castigas o seu atrevimento.
18No entanto, dominando tua própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração; pois, quando quiseres, está ao teu alcance fazer uso do teu poder.
19Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecadores. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Este Deus é que está cuidando de todos nós, Ele julga com justiça e este julgamento vai muito além das aparências, ao contrário de que muitos dizem, Deus não é vingativo, Ele é misericordioso e também quer que sejamos misericordiosos, Ele tem todo o poder, mas, não usa este poder para oprimir e nem se impor, Ele perdoa nos nossos pecados e também quer que nós façamos o mesmo para com os nossos irmãos.

Muitas vezes negamos o perdão ao nosso irmão, enchemos os nossos corações de rancor, ódio e tristeza, e assim não percebemos este dom tão maravilhoso que é o amor de Deus, estamos tão preocupados em alimentar o ódio e a magoa, deixando escapar tão numerosas graças que Deus vem derramando tão abundantemente sobre nós e sobre as nossas famílias. É preciso deixarmos que Deus aja em nossas vidas sendo esta presença confortadora que nos encha de esperança de um mundo melhor.

Em sua Carta aos Romanos (Rm 8,26-27.) o Apóstolo Paulo nos fala da importância de deixarmos o Espírito Santo agir por meio de nós.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos: 26O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
27E aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Por meio do Espírito Santo, Deus age em nós, Ele nos concede aquilo que precisamos, antes mesmo que possamos imaginar que precisamos, este espírito é força para nossa caminhada de fé, Ele nos animar e nos impulsiona para a missão. Foi assim com os Apóstolos e é assim também com cada uma de nós, mas é preciso que deixemos que este Espírito Santo se manifeste em nossas vidas sendo sinais do Cristo ressuscitado para os irmãos mais necessitados.

No Evangelho segundo Mateus (Mt 13,24-43.) Jesus nos apresenta a parábola do joio e do trigo, mas, de que joio e trigo Jesus estava falando?
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’
28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’
29O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’”
31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”.
33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”.
36Então Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!”
37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifeiros são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes.
43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”. — Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

São lançadas em nossas vidas diferentes tipos de sementes, muitas sementes são boas que nos permite uma boa colheita, mas, também recebemos sementes de má qualidade que só trazem prejuízos. Uma escolha faz toda a diferença, e é preciso que tenhamos sabedoria em lhe dar com situações adversas, no evangelho o dono do campo direcionou as suas preocupações para o trigo, e deixou que crescesse juntos o joio e o trigo. Em nossas vidas às vezes arrancamos tudo e condenamos até aquilo que está bom, é preciso que saibamos o momento certo de separar as coisas.

Muitas vezes nos vemos desacreditado em nossas vidas e não nos demos conta que mesmo fazendo pouco, estamos também construindo aqui na terra o reino de Deus, como aquela pequena semente de mostarda, que ao cair em solo fecundo cresce muito, servindo de abrigos para os pássaros, assim também quando semeamos a palavra de Deus, esta palavra entrando no coração das pessoas se tornam tão grande que abriga muitos outros corações desesperados, é a nossa pequena semente se tornando grande árvore.

Jesus semeia boas sementes em nossos corações, mas, o mundo também oferece muitas outras coisas, é muito fácil se perder pelo caminho, vivemos colocando prioridade nas coisas erradas, deixamos de valorizar as nossas famílias e as verdadeiras amizades, vivemos correndo o tempo todo querendo obter mais, pisamos nos outros transformando-os em degrau de escada para subir na vida a qualquer custo, disseminamos a discórdia em nossos ambientes de trabalho tornando a vida dos outros em um inferno. Fazendo isso somos joio ou somos trigo?

Nas passagens bíblicas Jesus vem nos convidar a sermos diferentes, pois ele conhece o nosso interior, sabe o que se passa em nossa cabeça, sabe quais são os nossos sentimentos, a cada dia vem semeando o amor, a paz e a sabedoria, nós também podemos semear. E vamos escolher semear o que? É preciso enchermos este mundo de trigo e que a colheita seja produtiva, mais do que sermos trigo, devemos fazer com que os nossos irmãos também sejam trigo, por isso devemos semear o amor e a paz nos campos dos nossos irmãos, mas, tudo sem impor, Jesus não se impôs, nos deixou livres para escolhermos o caminho. Que no dia colheita, sejamos o trigo que será levado para o celeiro e possamos fazer com que muitos outros também estejam neste celeiro, pois esta é a nossa missão, levar Jesus por toda a parte, sendo este sinal de esperança que conduz para a vida eterna.

Ontem Jesus falava aos discípulos e ao povo daquela época, hoje Ele vem falar ao nosso coração, que possamos acolher em nosso coração a semente da tua palavra, que o Espírito Santo possa faze-la geminar em nós e que no dia da colheita possamos nos apresentar dignamente diante do Senhor trazendo em nossas mãos os resultados do campo da nossa vida, que esteja em nossas mãos o amor que tivemos com o próximo, a ajuda que demos a quem mais necessitava, a luta contra todo o tipo de pecado e corrupção, a dedicação a nossa família e a nossa comunidade. Que Nossa Senhora oriente os nossos passos para encontrar o caminho da salvação que é Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa

sábado, 15 de julho de 2017

Como estamos nos preparando para ser a terra boa onde Jesus lança suas sementes? (16/07/2017)

Neste domingo somos convidados a meditar com Jesus sobre a parábola do semeador e saber como estamos preparando o terreno para as sementes que são semeadas diariamente em nossos corações, como recebemos a palavra de Deus em nossas vidas.

Na primeira leitura (Is 55,10-11.) o profeta Isaías usa a chuva e seus efeitos para ilustrar as graças que vem da palavra de Deus.
Leitura do Livro do Profeta Isaías: Isto diz o Senhor: 10“Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Como a chuva que ao descer do céu tem a nobre função de irrigar e fecundar a terra, a palavra lançada não pode voltar vazia, o objetivo é que ela produza efeitos, a palavra de Deus não pode entrar e sair de nossas vidas sem que nos envolva completamente, é preciso que ouçamos e que algo em nossas vidas se transforme, assim como a terra seca se transforma em terra fecunda ao receber a água que vem do céu.

Em sua Carta aos Romanos (Rm 8,18-23.) São Paulo nos mostra a dimensão da glória de Deus revelada em nós.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos: 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós.
19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus.
22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Nada que possamos sofrer aqui nesta vida é comparável glória a ser revelada em nós, o anuncio do Reino de Deus deve nos encher de alegria mesmo nas situações adversas, mesmo em meio a tempestade. Quantos estão esperando por esta revelação? E a quem foi confiada a revelação desta palavra que tem o poder de libertar da escravidão da corrupção? Somos nós a quem Deus confiou esta missão, e precisamos anuncia-la incansavelmente, não podemos esperar que outros a façam, somos nós que devemos revelar Jesus para o mundo todo, começando em nossas casas, em nossas comunidades, até que chegue ao mundo inteiro. Nós que recebemos o Espirito Santo no batismo, recebemos também esta missão de ser sacerdote, rei e pastor, de anunciar que Deus é Pai misericordioso e que nele somos criatura novas livres do pecado. 

No evangelho (Mt 13,1-23.) recebemos de São Mateus uma descrição ensinamentos de Jesus por meio de parábolas, e neste domingo vamos meditar sobre a parábola do semeador, é uma bela história, mas, não é somente uma história, é um convite para que meditemos com estamos recebendo a palavra em nossas vidas.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: 1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia.
2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia.
3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram.
5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas.
8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”
10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas?”
11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem.
13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam nem compreendem. 14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’.
16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram.
18Ouvi, portanto, a parábola do semeador: 19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.
20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo.
22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto.
23A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”.— Palavra da Salvação.— Glória a vós, Senhor.


Jesus semeou a semente em nossas vidas, mas, existem muitos tipos de terrenos que recebem estas sementes, as que caem à beira do caminho são facilmente tiradas, as que caem em solo pedregoso germinam, mas, não se aprofundam e morrem, as que caem entre os espinhos, são sufocadas ao crescerem junto os espinhos, as que caem em solo fértil crescem e produzem muitos frutos. Que tipo de solo é o nosso coração? Como estamos recebendo esta semente? Estamos produzindo frutos? São muitas perguntas, mas, são importantes perguntas para a vivência da fé, às vezes nos empolgamos com algo que acontece em nossa igreja e quando isso se torna comum perdemos a vontade de participar. Porque será que isso acontece? Neste caso podemos afirmar que como aquelas sementes que caíram em terreno pedregoso, a nossa fé germinou, mas, não tinham raízes, algo que realmente faça sentido, veio o sol, ou seja, tornou-se comum, e ela secou.

Devemos saber onde colocar a nossa fé, nas passagens bíblicas vemos que muitos seguiam a Jesus, ele atraia multidões com sua forma de falar e com os milagres que realizava, mas, não haviam nestas pessoas nenhum compromisso com algo mais nobre, cada um queria aliviar as suas próprias angustias, algo bem individualizado, e o ensinamento de Jesus é algo bem diferente disso, ele quer que o nosso coração seja esta terra boa onde a semente germine e produza muitos frutos. Alguns receberam assim a palavra de Deus e por isso que hoje estamos aqui tentando passar a diante este ensinamento. Quantos frutos surgiram a partir dos apóstolos? Sim foram muitos e ainda são muitos, somos os frutos destas sementes, frutos dão sementes e sementes em terra boa dão novos frutos, este é o ciclo que devemos seguir.

Ao ser questionados pelos discípulos o porquê de ensiná-los por meio de parábolas, Jesus diz que a eles foi concedido conhecer os mistérios do Reino dos Céus, outros não, para que olhando não vejam e ouvindo não escutem, para se cumprir a profecia de Isaías. Muitas vezes nos encantamos com tantas coisas e nos perdemos dentro do nosso egoísmo, e sendo assim, mesmo vendo não vemos, e ouvindo nada entendemos, pois, para compreender verdadeiramente a mensagem de Jesus temos que nos esvaziar cada vez mais de nós mesmos, para nos preencher dos outros, foi assim que Jesus fez.

A parábola do semeador nos convida a conversão verdadeira, pois muitos de nós estamos em todas as missas e celebrações, sejam elas semanais ou diárias e ao encontrar com o irmão na rua viramos o rosto como se não o conhecêssemos, falamos de paz e em nossos trabalhos disseminamos a mentira e a discórdia entre os colegas, pregamos o amor ao próximo e não temos coragem de sair do nosso conforto do lar para fazer o bem ao próximo, falamos contra as corrupções na política e ao ser parado em uma blitz do transito tentamos subornar o policial ou nos recusamos de fazer o teste do bafômetro, enfim são muitas situações em que vivemos diferentes do que anunciamos.

Que neste domingo possamos nos inspirar no exemplo de Nossa Senhora, ela que foi terra fértil e que recebeu em seu ventre a semente que transformou o mundo inteiro, mesmo com tão nobre missão se manteve humilde e assim também nós devemos ser, um terreno fértil onde Jesus possa lançar as suas sementes e produzir muitos bons frutos, mas sabemos que é o semeador que escolhe a semente e onde ela deve germinar, são dele todos os méritos de uma boa colheita.


 Para mudar o mundo não devemos tentar começar esta mudança a partir dos outros e sim começarmos de nós, pois, o mundo novo começa de ações novas de cristãos e cidadãos novos, devemos ser esta terra boa onde Jesus lança a semente e que ela produza os frutos para a prosperidade.

Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa

sexta-feira, 7 de julho de 2017

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados.” (09/07/2017)

Nesse domingo Deus nos faz um convite: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso”. Ao refletirmos as leituras, tentaremos descobrir quem são, hoje, os cansados e aflitos que Deus chama para junto de si.

Na Leitura do profeta Zacarias (Zc 9,9-10.) nos é mostrado que todo o poder bélico dos exércitos será derrotado pelo Rei justo que dominará toda a terra e salvará todo o povo de Deus.
Leitura da Profecia de Zacarias: Assim diz o Senhor: 9“Exulta, cidade de Sião! Rejubila, cidade de Jerusalém. Eis que vem teu rei ao teu encontro, ele é justo, ele salva; é humilde e vem montado num jumento, um potro, cria de jumenta. 10Eliminará os carros de Efraim, os cavalos de Jerusalém; ele quebrará o arco de guerreiro, anunciará a paz às nações. Seu domínio se estenderá de um mar a outro mar, e desde o rio até aos confins da terra”. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Na primeira leitura era época do reinado de Alexandre Magno, período em que os gregos dominavam toda a Palestina. O profeta anuncia que o projeto de Deus não será realizado mediante o poder opressor e a força militar, mas através da ação do Messias, cuja característica fundamental é a justiça e a solidariedade com os pobres. O Messias construirá a paz, isto é, a vida plena para todas as nações, chamadas que são a fazer parte do povo de Deus.

O Salmo 144/145, nos revela que Deus é bom para com todos.
Bendirei, eternamente, vosso nome, ó Senhor!
1Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu Rei, e bendizer o vosso nome pelos séculos. Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre.
2Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.
3Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!
4O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou.

Em sua carta aos Romanos (Rm 8,9.11-13.), Paulo revela que as estruturas sociais injustas podem ser refeitas se deixarmos o espírito Santo de Deus agir em nós.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos, 9vós não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 11E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós. 12Portanto, irmãos, temos uma dívida, mas não para com a carne, para vivermos segundo a carne. 13Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis, mas se, pelo espírito, matardes o procedimento carnal, então vivereis. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Paulo relata que a libertação do homem foi realizada por Cristo como obra que se realiza a partir de dentro. Deus enviou o espírito para que nos movêssemos de acordo com sua vontade, todo aquele que se guia pelo Espírito Santo de Deus vive em constante renovação para realizar a obra do senhor longe do pecado e do egoísmo.

O Evangelho de Mateus (Mt 11,25-30.) nos mostra que cumprir humildemente a vontade Dele e permitir que Ele oriente e dirija nossa vida nos levará a viver com justiça e misericórdia.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo são Mateus: Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: 25“Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” – Palavra da Salvação. – Glória a vós, Senhor.

No evangelho vemos que Jesus revela a vontade do pai, que é instaurar o Reino, com palavras e AÇÕES. Os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada do povo. Em troca ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia.

Quem são esses que carregam essa carga pesada? São todos aqueles que sofrem na vida por falta de saúde, de educação, de moradia, carentes de dignas condições de vida, preocupados diante da violência, pobreza e injustiça.
E como essa carga lhes é tirada? É tirada quando lhes é dado esperança de que existem pessoas, que baseadas nos ensinamentos de Jesus, trabalham para que essas situações sejam revertidas, trabalham para que os famintos tenham alimento, para que os sem teto tenham moradia, para que os que vivem na violência tenham paz e segurança.

A igreja tenta manter viva a igreja de Cristo com ação evangelizadora em todos os seus níveis. E não podemos nos esquecer que é por meio do dízimo, que é uma contribuição motivada pela fé, que os fiéis podem realizar os vários trabalhos necessários para tentar assegurar uma vivencia digna para os menos favorecidos. Por isso o sentido do dízimo vai muito além de uma simples forma de captação de recursos para outras pastorais, é ele que mantém viva a Igreja que trabalha para construir um mundo mais justo e solidário para todos.
Carla Matos