sábado, 27 de setembro de 2014

Que o nosso sim seja verdadeiramente sim (28/09/2014)


   Neste domingo Jesus nos mostra a importância de ouvir o chamado e respondermos, não só com as palavras, mas, sim com as nossas ações, muitos de nós ouvimos a palavra de Deus e decidimos seguir, mas, as coisas do mundo nos faz desistir do caminho, outros percorrem por outros caminhos, mas, em algum momento encontram Jesus e não mais abre mão de estar na presença dele. Todos são chamados a serem novos cristãos, não um cristão da boca para fora, e sim um cristão que ensina através das palavras, ações e exemplos, que o nosso sim seja verdadeiramente sim e que o nosso não seja verdadeiramente não, isso é o que Deus nos pede.
   Na primeira leitura o profeta Ezequiel nos diz, Assim diz o Senhor: Vós andais dizendo: A conduta do Senhor não é correta. Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá, não morrerá.(Ez. 18, 25 – 28.) Nem salvação e nem a condenação vem de berço, de nossas famílias recebemos o ensinamento e exemplos de boas e más condutas, mas, cabe a cada um de nós decidirmos qual o caminho seguir, muitos nasceram em berços cristãos e no inicio de suas vidas testemunham esta fé, mas, em algum momento de suas vidas, seja por deslizes ou por opção, deviam do caminho e assumem posturas contrárias a fé que professava, por outro lado, outros que nasceram de famílias sem nenhuma estrutura cristã e cidadã, encontra o caminho da salvação, tornando a sua vida uma obra viva de Deus. Como dizer que esta pessoa estava eternamente condenada e a outra salva? A todos Deus dá a oportunidade de encontrar o caminho, mas, isso depende de como vamos responder este chamado.
   Na segunda leitura vemos uma grande lição de como ser um bom cristão, Irmãos: Se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão, tornai então completa a minha alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia, procurando a unidade. Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro. Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus.(Fl. 2, 1 – 5.) Jesus nos deu a maior e mais bela das leis, a lei do amor, quando amamos o próximo, não queremos ser mais do que o outro, ou até mesmo ficar competindo para ver que é o cristão mais ungido e mais fiel, Jesus nos pediu para que estivéssemos unidos no mesmo propósito, não nos pediu para sermos mais ou melhores que os outros, claro que as nossas atitudes podem ajudar aos nossos irmãos a encontrar o caminho, mas, ele também terá o mesmo amor que Deus tem por nós. Em muitas igrejas católicas e protestantes vemos muitas coisas que nos afastam de Deus, precisamos corrigir isso, igreja deve ser para unir os elos que se rompem no decorrer do caminho e nunca para descartar estes elos.
   Jesus era quem tinha o maior privilégio no reino do céu, e ele não fez disso como algo que pudesse nos deixar abaixo dele, ele quis que todos pudessem participar da glória de Deus, Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor! — para a glória de Deus Pai. (Fl. 2, 6 – 11.) Se Jesus que tinha condição divina, não quis se mostrar superior aos outros, porque nós pecadores e fracos queremos ser mais e receber mais destaque que os outros? Estamos caminhando na contramão de Jesus e precisamos mudar urgente. 
   No evangelho Jesus nos ensina uma importante lição para a nossa vida, Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha! O filho respondeu: Não quero. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: Sim, senhor, eu vou. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: O primeiro.(Mt. 21, 28 – 31a.) Muitas pessoas recebem o chamado de Jesus, uns não aceita, mas, acaba seguindo, outros aceitam com muita alegria, mas, acabam não seguindo. Vemos pessoas que aos olhos do mundo vivem perdidas por não seguir esta ou aquela religião, mas, são pessoas generosas, que tratam bem as pessoas e vivem a caridade como Jesus fez, para eles a religião não faz falta, porque vive todos os princípios que Jesus ensinou, por outro lado existem pessoas que são assíduas nas igrejas, não perdem nenhum culto, missas, encontros e reuniões das igrejas, mas, são pessoas mesquinhas, fofoqueiras, que excluem os outros e se acham donos da razão. Quem está verdadeiramente seguindo a Jesus, o que disse não a participação na comunidade, mas, age como cristão, ou aquele que disse sim estando dentro da igreja e só sabe desagregar? Não estou aqui dizendo que não devemos atuar na igreja, mas, esta atuação deve ser vivida também em nossas vidas sociais, o cristão não é cristão só na igreja, e sim no mundo inteiro.
   A sociedade de hoje como a da época de Jesus coloca rótulos nas pessoas, Então Jesus lhes disse: Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele.(Mt. 21, 31b – 32.) Para Jesus não importa a quanto tempo estamos no caminho do reino de Deus e sim como estamos seguindo, a vezes seguimos desde pequeninos e não conseguimos viver a essência do reino de Deus, e outros que durante toda vida andaram perdidos nas drogas, no crime e na prostituição, e quando têm este encontro com Jesus, decidem abandonar o caminho da morte para seguir a vida que há em Jesus, não podemos permitir que o passado de machas e pecados, sujem o homem novo, em Cristo fomos redimido de todos pecados.
   O amor de Deus não tem limites, e ele nos convida a também a amar sem limites, devemos permitir que mais pessoas possam ter este encontro especial com Jesus, não impondo nada, somente mostrando o quando Deus se importa com cada um de seus filhos, e estes nossos irmãos decidindo abandonar o caminho da morte, cabe a cada um de nós ajuda-los a percorrer os caminhos da vida, tirando os rótulos que o mundo coloca, tirando-o da margem e trazendo ao centro da vida da comunidade. Dizer sim a Jesus, não é somente ir a igreja, fazer lindas orações com lindos louvores, é tornar da nossa vida uma eterna louvação ao Senhor, é lutar pela vida, e dizer não a tudo que representa a morte, a corrupção, os vícios e a prostituição, dizer sim  a Jesus é levar esperança a quem falta, dar de comer a quem tem fome, dar água a quem tem sede, é lutar por um mundo melhor para todos, ricos e pobres, negros e brancos, cristãos e não cristãos, sem distinção, esta é a missão que recebemos ao dizer sim a Jesus.

Rubens Corrêa


sábado, 20 de setembro de 2014

A misericórdia de Deus nos torna iguais (21/09/2014)


   Neste domingo somos convidados a meditar sobre as coisas que Deus tem realizado em nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos, muito de nós estamos desde crianças seguindo a Jesus e engajados nas equipes e ministérios da igreja, mas, corremos o risco de acharmos que somos mais merecedores que os nossos irmãos que vão abraçando a fé no decorrer de sua vida não tendo esta bagagem que trazemos de nossas famílias, para Deus todos somos iguais e também devemos nos alegrar com quem encontra o caminho da salvação.
   Na primeira leitura vemos que o caminho do senhor está acima de tudo e que devemos mudar a nossa postura para seguir por este caminho, Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra.(Is. 55, 6 – 9.) Devemos buscar Deus enquanto há tempo e nos afastar de tudo o que nos impede de seguir os seus ensinamento, e o que ele nos ensina é o verdadeiro sentido da vida e a felicidade duradoura, não a felicidade momentânea que o mundo nos oferece, só ele pode nos mostrar o verdadeiro caminho.
   Na segunda leitura o apóstolo São Paulo nos diz, Irmãos: Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte. Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne significa que meu trabalho será frutuoso, neste caso, não sei o que escolher. Sinto-me atraído para os dois lados: tenho o desejo de partir, para estar com Cristo — o que para mim seria de longe o melhor — mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo. Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.(Fl 1,20c-24.27a) Ele nos mostra que a sua vida só encontrou sentido quando Jesus virou centro dela, a adesão de Paulo a Jesus não foi da boca para fora, ele viveu verdadeiramente este ministério e entregou a sua vida por esta causa, para ele, perder a vida aqui na terra era a certeza de estar o quanto antes na presença de Jesus, muitas vezes nos amedrontamos com coisas banais, somos muito humanos, mas, devemos nos espelhar na entrega de Paulo, que de perseguidor passou a ser perseguido em nome do evangelho, Jesus tem que ser o sentido de nossas vidas para encontrarmos a verdadeira felicidade. 
   No evangelho vemos o quanto Deus nos ensina com os pequenos gestos, O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: Por que estais aí o dia inteiro desocupados? Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou. O patrão lhes disse: Ide vós também para a minha vinha. Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!(Mt. 20, 1 – 8.) Cada um de nós recebemos o chamado em algum momento de nossas vidas, uns logo no início da vida, outros na adolescência e juventude, outros ainda na vida adulta e alguns somente no final da vida, mas, o importante é a resposta não importa quando ela acontece.
   Deus sempre age com misericórdia, para ele não há distinção ou predileção, não existe hierarquias no amor de Deus, ele ama porque é amor, Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro. Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom? Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.(Mt. 20, 10 – 16a.) Há Senhor como somos humanos e mesquinhos, achamos que por seguimos desde pequeninhos devemos ter um lugar de destaque nas igrejas e no reino de Deus, ele não tem nenhuma obrigação conosco e não nos deve prestar contas do que ele faz com a sua misericórdia, nós que devemos mudar o nosso pensamento e nos alegrarmos com os irmãos que encontram a salvação e começam a caminhar do nosso lado, quando estamos juntos o caminho se torna mais fácil e mais bonito de ser percorrido.
   Em todas as igrejas vemos que existe quem se acha mais santo e mais escolhido, mas, Deus enxerga diferente, ele vê o coração, e quando nos achamos melhor que os outros não deixamos espaço em nosso coração para Deus, pois, ele está cheio orgulho próprio e críticas para os outros, Jesus acolheu a todos os que o procuram, ele não saiu por aí exigido que os outros o reconhecesse com o salvador, ele plantou a semente em cada um de nós, e só nos cabe cuidar para que esta semente gemine e que se torne uma grande árvore que irá dar sombra para outros e que dará novas sementes para que surjam novas árvores, a missão é difícil e muito linda, não podemos perder tempo com coisas que nós julgamos fundamentais, fundamental mesmo é que levemos em nossas vidas, gestos, palavras e ações o Cristo ressuscitado para todo aquele que precisar, seja em qualquer momento da vida. 
Rubens Corrêa

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Através da cruz de Jesus, compreendo o amor pela missão (14/09/2014)

   Neste domingo celebramos a exaltação da cruz, longe de ser uma adoração ao símbolo de morte e humilhação a qual Jesus foi submetido, a cruz representa para nós cristãos um ato de amor incondicional, às vezes defendemos com unhas e dentes a nossa maneira de seguir a fé em Jesus Cristo, mas, nos esquecemos de tudo o que representou a entrega na cruz e como ele a abraçou durante o percurso do calvário, Jesus não foi vencido pela cruz, ele a santificou e nos entregou como símbolo maior da sua adesão ao projeto de Deus.
   Na primeira leitura vemos o povo que se revolta com Moisés e com Deus, “Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável.”(Nm. 21, 4b – 5.) Uma longa caminha no deserto a caminho da terra prometida, muitas privações e dificuldades, o povo ainda não tinha amadurecido a fé e a confiança no Senhor, nós também não somos diferentes, em nossas vidas muitas vezes desistimos da caminhada por que o caminho é muito difícil e transferimos a outros a culpa de nossos fracassos. 
   Nos versículos seguintes vemos que quando o mal nos amedronta voltamos e pedimos a proteção de quem anteriormente colocamos a culpa dos nossos sofrimentos, “Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. O povo foi ter com Moisés e disse: Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes. Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor respondeu: Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.”(Nm. 21, 6 – 9.) Poderíamos focar nesta leitura na figura do Deus cruel e vingativo, mas, Deus não se faz presente no meio do povo desta forma, as serpentes que encontramos no meio do caminho são resultado de nossas escolhas ruins, quando o nosso coração se afasta de Deus, o nosso corpo sofre por isso, Moisés intercede a Deus a favor do povo, e Deus devolve a esperança e a vida ao povo. Olhar para a serpente de bronze e se curar, não é mérito a um ídolo de bronze e sim é a volta da confiança do povo aos designíos de Deus
   Na segunda leitura o Apostolo São Paulo nos diz, “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor — para a glória de Deus Pai.”(Fl. 2, 6 – 11.) Jesus não se ostentou de sua condição divina, ele se manteve fiel até mesmo quando sofria terríveis torturas, sendo tratado como o pior de todos os bandidos, foi por amor que ele se entregou para nos redimir dos nossos pecados. E nós estamos sendo merecedores deste amor gratuito de Jesus por nós? Que lugar Jesus ocupa em nossas vidas? Devemos ser o sinal vivo deste amor de Jesus para os nossos irmãos.
   No evangelho segundo São João, Jesus nos fala: “Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.”(Jo. 3, 13 – 17.) Jesus mostra que ele é o caminho  para ganharmos a salvação, mas, como na primeira leitura Moisés ergue a serpente e aqueles que olharam ficaram curados, também ele deveria ser erguido para que olhando este gesto de amor acima de qualquer barreiras também possamos alcançar a salvação, mas, não devemos ficar somente contemplativos ao Jesus crucificado nos altares das igrejas, este Jesus se faz presente hoje em cada irmão que passa fome, sede, que está nu ou preso, devemos ver neste gesto de Jesus algo que nos impulsiona para lutar por um mundo melhor para todos.
   Jesus não ficou preso a cruz, ele ressuscitou e vive no meio de nós, devemos levar este sinal para os nossos irmãos, não como um sinal de morte impondo terríveis fardos, oprimindo em nome da fé, no passado tivemos erros terríveis em nome da fé, não podemos permitir que isso torne a acontecer, o sinal que devemos levar aos nossos irmãos é o da esperança, da liberdade e da vida, não uma sobrevida, e sim uma vida plena, com perfeito equilíbrio entre direitos e deveres, não podemos mais aceitar que um país como o Brasil, considerado como o maior país cristão do mundo, muitos sofrem com a miséria, com as drogas e com a violência, contemplar a cruz de Jesus é entender que mesmo sendo difícil e sofrendo perseguições devemos nos manter firmes na missão que ele confiou a cada um de nós.
Rubens Corrêa

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Amor que liberta! (07/09/2014)

   Estamos agora no capitulo 18 de Mateus. Jesus neste quarto discurso estabelece um diálogo com os seus discípulos, tendo sempre Pedro como o protagonista. Estes discípulos, somos todos nós, na medida em que nos propomos seguir os seus passos.
   No Evangelho segundo Mateus, a comunidade cristã ou igreja é designada como ecclesia. Ela é chamada a ser sinal do reino de Deus na história, até que esta chegue à sua plenitude. Isso exige dos membros da Igreja (comunidade eclesial) atitudes concretas e diferenciadas no cuidado do irmão e da irmã pela prática da Lei do amor: a vivência do mandamento do amor a si mesmo e ao próximo. Assim na comunidade cristã, somos responsáveis uns pelos outros. Até mesmo quando um irmão ou irmã erra. A pedagogia de Jesus apresentada no evangelho tem três passos fundamentais: o primeiro passo é ir ao encontro do irmão e corrigi-lo em particular (v.15). Se ele conseguiu voltar ao seu caminho cristão, nossa missão foi perfeita. Se isso não aconteceu, temos ainda outras atitudes a desenvolver: chamar uma ou duas pessoas da comunidade para ajuda-lo (v.16). Se ele ainda não conseguiu retornar o caminho cristão, arrependendo-se do erro, teremos ainda a possibilidade de reconduzi-lo à Igreja (ecclesia) para uma última chance (v.17).
   Evangelho de vida para hoje
  Jesus sempre se apresenta muito exigente quando se trata de seguir o seu caminho. No domingo Ele nos falava do desprendimento das coisas que nos impedem de o seguir e apontava o caminho da cruz. Hoje Ele nos lança o apelo para deixarmos de lado aquilo que nos distrai nesse caminho de vida. Deixamo-nos seduzir muitas vezes pelos “espirito do mundo” com todos os seus apelos atraentes e nos descuidamos nos caminho de Deus.
   Nosso desejo muitas vezes é fazer justiça para consertar o mundo tomando atitudes de justiceiros em vez dos caminhos da justiça de Deus. Nossa missão é a de recuperar o irmão ou irmã que erraram nos caminhos da vida. Devemos buscar todos os meios para ajudar e não fechar portas aos nossos irmãos e irmãs que necessitam poio e ajuda concreta.
   Somos convidados a desenvolver a arte de viver em sociedade na tolerância e no respeito. “O amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,8-10). Esse amor se traduz no esforço constante de sermos “sentinelas” da comunidade cristã, missão estabelecida pelo próprio Deus no Antigo Testamento falando aos profetas (Ez 33, 7-9) que velam pelo povo.
   O Grito dos Excluídos sempre atual
   No dia 7 de setembro de 1822 foi proclamada a Independência do Brasil. Para marcar esse dia, a CNBB criou o Grito dos Excluídos para que a memória não se viesse a perder. O Grito tem como objetivos: denunciar a exclusão social, tornar público o rosto desfigurado dos excluídos e propor caminhos cristãos de saída para o modelo social, politico e econômico mais justo. O sistema sociopolítico e econômico implantado em nosso país ainda tem gerado uma grande quantidade de pessoas excluídas das mais básicas condições de vida: educação, saúde, acessibilidade etc. Nossa missão cristã exige a denuncia dessas estruturas injustas, pois isso nos será pedido no juízo final.

Padre Luis Felipe Dias