quinta-feira, 26 de julho de 2018

Jesus transforma nossa pequena oferta em grandes Sinais do Reino de Deus (29/07/2018)


Neste domingo partilhamos com Jesus e os irmãos aquilo que temos e aquilo que somos, sabemos que os nossos recursos são poucos e muitas vezes nos achamos infinitamente pequenos frente ao mundo com tantas diversidades, mas, o Reino de Deus se faz de cada pequeno gesto que fazemos e presenciamos, sabemos que ninguém é tão pobre que não tenha nada para partilhar e ninguém é tão rico que não tenha nada o que receber, com Jesus aprendemos a partilhar não só o pão material, mas, principalmente o pão espiritual, ele é nossa inspiração para esta missão.

Na primeira leitura 2 Reis 4,42-44 vemos que Eliseu recebe como oferta os primeiros frutos da terra e partilhando estes frutos com quem necessitava nos revela como podemos verdadeiramente encontrar o Senhor.
Leitura do segundo livro dos Reis: Naqueles dias, 42veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”. 43Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”. 44O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor. ­­– Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Vemos nesta linda passagem bíblica que aquele homem não levou para Deus aquilo que estava sobrando e sim os primeiros frutos da terra, este gesto mostra o reconhecimento de tudo o que Deus estava provendo em sua vida, e o gesto de Eliseu mostrou que aquilo que partilhamos deverá ser colocado em comum com aqueles que mais necessitam, Deus não precisa dos nossos recursos, mas, neste mundo existem milhões de filhos de Deus abaixo da linha da pobreza e um pouco que, de coração, ofertamos servirá para aliviar a dor de quem mais sofre.

No Salmo 144(145) louvamos e bendizemos ao Senhor que sacia abundantemente os vossos filhos, nEle devemos colocar a nossa confiança.
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!
Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam, e vós lhes dais no tempo certo o alimento; vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura.
É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.

Em sua carta aos Efésios 4,1-6 o apóstolo São Paulo nos alerta sobre a importância de viver conforme a vocação que recebemos, mesmo em meio as tantas diversidades servimos a um único Deus.
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 1eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Por meio de Paulo a palavra de Deus se espalhou por todos os cantos do mundo, sendo incorporada nas mais diversas culturas, e hoje temos diversas manifestações religiosas no mundo inteiro. Como querer que todos tenham as mesmas maneiras de demonstrar a sua fé? O apóstolo Paulo nos mostra a importância de nos mantermos unidos na mesma fé, no mesmo batismo e no mesmo Senhor, estes são os elos que nos uni, e devemos respeitar as diversidades de culturas dentro do cristianismo, devemos nos alegrar com cada pessoa que em sua vida leva a mensagem de Deus no seu jeito de ser, e não impor pesados fardos, seguir a Jesus deve ser motivo de grande alegria e não de opressão.

No evangelho segundo São João 6,1-15 vemos Jesus nos mostrando o caminho que verdadeiramente pode mudar o mundo, ao multiplicar a pequena oferta daquela criança quis nos ensinou que nesta vida o que tem de valor é a capacidade de se doar.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João: Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. ­– Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.

Novamente vemos Jesus que olhando a multidão se compadece e realiza um grande sinal, mas, ele não realiza este sinal sozinho, quis precisar de alguém que colocou em comum tudo o que tinha, sem se preocupar em acumular. Vendo o gesto daquele menino entendemos a essência do que é ser cristão, sabemos que somos pequenos e que temos tão pouco a oferecer, colocamos em Jesus a esperança de ver os dons multiplicados e servindo a quem mais precisa, o menino não teve medo de ficar sem o seu alimento, ele confiou que Jesus iria saciar a sua fome de amor e de paz.

Somos um país de dimensões continentais, e também é grande o número de pessoas que passam fome em um país que todos os anos batem recordes de produção de alimentos. O que está errado nesta matemática? Alguém está somente enchendo o seu celeiro e acumulando muito mais do que precisa. No maior país cristão do mundo, e quando digo cristão me refiro a católicos e protestantes, é impensável admitir que alguém possa morrer de fome, a essência do seguimento de Jesus é partilhar com quem não tem. Será que estamos sempre nos omitindo e deixando somente para Jesus resolver tudo? Somos cristãos verdadeiros ignorando as necessidades do próximo?

Precisamos nos espelhar no gesto daquele menino, fazer o bem as pessoas que necessitam sem questionar qual fé que ele professa, de qual igreja participa ou em quem votou nas últimas eleições, quando deixamos de lado estas coisa, permitimos que a verdadeira graça de Deus se manifeste em nosso meio, somos uma gota neste imenso oceano, mas, ele se torna grande quando consegue unir milhares e milhares de milhões de gotas, e é assim que Jesus realiza hoje os seus grandes sinais, reunindo nele, milhares e milhares de milhões de pequenos sinais que nós todos os dias realizamos em prol de quem precisa.
Rubens Corrêa


domingo, 22 de julho de 2018

Retornando a Jesus o que trazemos de nossa missão? (22/07/2018)


Neste domingo somos convidados a junto de Jesus restaurar as nossas forças para novamente partirmos em missão. Neste retorno para junto de quem nos enviou o que trazemos de resultado de nosso trabalho? Recebemos do próprio Jesus a missão de cuidar do seu rebanho e não podemos deixar que ele se perca, somos nós os escolhidos para levar ao mundo a verdadeira paz que é o próprio Jesus, de dois em dois partimos e também assim devemos retornar para junto daquele que nos enviou.

Na primeira leitura Jeremias 23,1-6 nos faz um alerta do próprio Deus, é preciso ter zelo com a missão que nos foi confiada.
Leitura do livro do profeta Jeremias: 1“Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor! 2Desse modo, isto diz o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes o meu rebanho, e o afugentastes e não cuidastes dele; eis que irei verificar isso entre vós e castigar a malícia de vossas ações, diz o Senhor. 3E eu reunirei o resto de minhas ovelhas de todos os países para onde forem expulsas e as farei voltar a seus campos, e elas se reproduzirão e multiplicarão. 4Suscitarei para elas novos pastores que as apascentem; não sofrerão mais o medo e a angústia, nenhuma delas se perderá, diz o Senhor. 5Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. 6Naqueles dias, Judá será salvo, e Israel viverá tranquilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa justiça’.” – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Ao falar ao povo do seu tempo Jeremias também nos chamar a atenção sobre os cuidados que devemos ter com a missão que nos foi confiada, pastorear o rebanho do Senhor é para nós uma grande honra, mas também nos exige comprometimento com as necessidades deste rebanho. Hoje vemos que muitos dos que se dizem pastor na verdade são mercenários que buscam junto ao rebanho do Senhor uma forma de obter vantagens pessoais sem se importar com as ovelhas que o Senhor o confiou, “Aí de vós que agistes assim”. Deus suscitou novos pastores do povo com a incumbência de reunir novamente o seu rebanho e prometeu que da casa de Davi surgiria um Rei sábio e justo, este Rei é Jesus, nEle devemos espelhar nossas ações se quisermos ser verdadeiros pastores para o rebanho do Senhor.

No Salmo 22(23) confiamos a nossa vida ao Senhor, é Ele o pastor que nos conduz e nada temeremos, nEle encontramos a verdadeira felicidade.
O Senhor é o pastor que me conduz: felicidade e todo bem hão de seguir-me!
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha e restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!
Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.

Em sua carta aos Efésios 2,13-18 São Paulo nos mostra que com sua entrega na cruz Cristo criou um homem novo.
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 13agora, em Jesus Cristo, vós, que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos pelo sangue de Cristo. 14Ele, de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade. 15Ele aboliu a lei com seus mandamentos e decretos. Ele quis, assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz. 16Quis reconciliá-los com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz; assim ele destruiu em si mesmo a inimizade. 17Ele veio anunciar a paz a vós, que estáveis longe, e a paz aos que estavam próximos. 18É graças a ele que uns e outros, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Em sua missão de anunciar o evangelho de Jesus Cristo o apostolo São Paulo testemunha que foi com o seu sangue que Nosso Senhor acabou com a divisão e fez surgir a unidade, Ele que é verdadeira paz se revelou tanto aos que estavam perto quanto aos estavam longe, judeus e pagãos foram chamados a ser este novo homem em Cristo Jesus, homem este que não mais vive oprimido mandamentos e decretos, que encontrou em Nosso Senhor o verdadeiro sentido da sua vida e que se deixa conduzir pelo Espirito Santo para ser testemunha desta paz para um mundo que vive em conflito. Paulo ouviu o chamado que transformou a sua vida, de perseguidor de cristãos passou a ser testemunha de Nosso Senhor, sem reservas ele entregou nas mãos de Nosso Senhor a sua vida e se fez em missão para levar Jesus aos confins da terra, hoje somos nosso os convidados para esta missão. Qual será a nossa resposta?

No evangelho segundo São Marcos 6,30-34 vemos o retorno dos apóstolos que partiram em missão ao mundo.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos: Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. ­­­– Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.

O evangelista nos mostra os apóstolos trazendo os resultados da missão para Jesus, eles se reuniram com Nosso Senhor que os ouviu atentamente e os convidou para junto com Ele se retirassem ao deserto para descansar e comer, é assim que deve ser, de Jesus partimos em missão pelo mundo inteiro e é a Ele que devemos retornar trazendo os resultados dos nossos trabalhos, nEle repousamos e restauramos nossas forças para uma nova etapa da nossa missão.

Nesta passagem bíblica Jesus de forma bem sutil vem nos mostrar algo que será determinante em nossa missão, todo missionário seja ele leigo ou de alguma ordem religiosa deve reservar um período dentro do ano para um retiro espiritual, é como os apóstolos retornando da missão empolgados com tudo que o realizaram e com uma vontade enorme de imediatamente partir para uma nova missão, mas Jesus os chama para um lugar deserto para descansar, comer e restaurar as forças, este momento com Jesus é na verdade uma forma de cuidar para que todos juntos tivesse nEle a unidade de participar da mesma mesa. Em nossa vida corrida com inúmeras coisa a ser realizadas dificilmente encontramos este tempo e vivemos cansados com tantas tarefas para fazer, muitas vezes nos afastamos do verdadeiro sentido da missão de evangelizar e acabamos por realizar nossas atividades sem empolgação de forma mecânica, é necessário para buscando em Jesus esta unidade e depois assim retornamos com toda a disposição para realizar mais e o melhor que podemos.

São Marcos nos diz que Jesus e os apóstolos partiram em uma barca, a multidão os viram e correram a pé de encontro a eles, ao descer da barca Nosso Senhor olhando aquela multidão teve compaixão daquele enorme rebanho de ovelhas sem pastor. É para este enorme rebanho que vive perdido no mundo que Jesus nos chama para a missão de pastorear, mas não devemos fazer por nós mesmo, está em Nosso Senhor o modelo de pastor a ser seguido, um pastor que se compadece, que cuida, que alimenta, que repreende, que ama e da dá a vida pelas ovelhas. Jesus não buscou nada para si e se entregou sem reservas a missão de revelar ao mundo um Deus que é Pai e que nos ama incondicionalmente. Será que devemos fazer diferente?

Que neste domingo possamos retornar aquele nos enviou trazendo os frutos, as dificuldades e as angustias da nossa missão, nEle restauramos a nossa vontade de servir ao Senhor sem reservas, mas para isso devemos nos permitir um momento de intimidade com Jesus, deitar em seu colo, partilhar da mesma mesa e comer do mesmo pão, para assim seguir no mesmo caminho de Nosso Senhor, sendo verdadeiro pastor e anunciar que o teu reino de justiça e paz. Que Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos nos ajudem em nossa Missão.
Rubens Corrêa


sábado, 14 de julho de 2018

De dois em dois é hora de partir para a missão (15/07/2018)

Neste domingo somos enviados para a missão de evangelizar o mundo todo, assim como os discípulos, Jesus nos envia de dois em dois para anunciar que chegou o tempo da graça de Deus, mas, nos caminhos desta missão encontramos muitos obstáculos e ter ao nosso lado alguém que compartilha da nossa missão, torna a jornada menos difícil e mais possível de ser percorrida, caminhar sozinho é sempre a pior escolha porque precisamos uns dos outros, nesta vida temos muito o que aprender e ensinar, e a convivência com os irmãos nos faz transformados e transformadores, juntos somos mais.

Na leitura da profecia de Amós 7,12-15 vemos como pode ser difícil o cumprimento da missão de profetizar.
Leitura da profecia de Amós: Naqueles dias, 12disse Amasias, sacerdote de Betel, a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; 13mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino”. 14Respondeu Amós a Amasias, dizendo: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. 15O Senhor chamou-me quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’”. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Em nossa missão várias vezes nos deparamos com inúmeras razões para abandonar o nosso ministério, perseguições, mentiras, fofocas e exclusões, enfim são muitas coisas que podem tornar difícil o anuncio do evangelho, mas, Deus nos fortalece colocando pessoas em nossos caminhos, que não permitirão que desanimemos e que abandonemos a missão. Muitos profetas, apóstolos e mártires sofreram coisas terríveis e nunca se esqueceram de que Jesus sempre caminhava ao lado deles, e nós precisamos acreditar nisso e seguir o caminho mesmo em meio a tantas turbulências, ele nunca nos abandonará.

No Salmo 84(85) confirmamos na bondade do Senhor, é Ele que nos concederá a Salvação.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!
Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

Em sua carta aos Efésios 1,3-14, Paulo nos diz que somos escolhidos para santidade desde antes da criação do mundo.
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: 3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. 4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. 5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu bem-amado. 7Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça, 8que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda sabedoria e prudência. 9Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo, 10para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular, em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra. 11Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados 12a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo. 13Nele também vós ouvistes a palavra da verdade, o evangelho que vos salva. Nele, ainda, acreditastes e fostes marcados com o selo do Espírito prometido, o Espírito Santo, 14que é o penhor da nossa herança para a redenção do povo que ele adquiriu para o louvor da sua glória. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Como reconhecer tudo o que Deus tem realizado em nossas vidas? Devemos em todo o momento de nossas vidas, louvar e bendizer o seu nome. Mas como podemos fazer isso? A melhor louvação a Deus é colocar-se a serviço daquele que necessita, de nada adiante dobrarmos os nossos joelhos, orarmos e cantarmos lindos hinos de louvores, se em nosso dia-a-dia ofendemos, enganamos e oprimimos os nossos irmãos. Paulo entendeu perfeitamente este chamado e entregou a sua vida a serviço do Reino de Deus, e nós somos chamadas a também servir a Deus por meio dos irmãos oprimidos e massacrados pelo sistema que visa exclusivamente o ganho de capital, não podemos nos omitir.

No evangelho segundo Marcos 6,7-13 Jesus envia os seus discípulos de dois em dois para a missão de evangelizar o mundo todo.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos: Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” 12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo. – Palavra da salvação. – Glória a Vós Senhor.

Enviando os seus discípulos, Jesus concede a eles o poder sobre os espíritos impuros, mas em nenhum momento pede a eles que imponha os seus ensinamentos, todos somos livres para abraçarmos ou não a fé em Jesus, partindo em dois para a missão os discípulos tem na pessoa do outro uma força motivadora e a ligação com Jesus, e isso faz com que não desviem do caminho e dos ensinamentos do mestre.

Hoje vemos que muitos falam em nome de Jesus, mas, usa da religião como forma de oprimir os outros e obter lucro à custa da fé alheia, vemos tantas brigas entre as mais diversas denominações do cristianismo, se seguimos doutrinas diferentes devemos achar aquilo que nos une e respeitar as diversidades, pois cremos no mesmo Deus que é pai de todos. Cristãos de todas as denominações, é hora de parar de brigar entre si e unir forças para lutar contra as injustiças que oprimem o povo.
Rubens Corrêa

domingo, 8 de julho de 2018

O Profeta é um Sinal de Deus no meio do Povo (08/07/2018)


As leituras de hoje abordam as dificuldades dos profetas em serem aceitos, principalmente em sua própria terra. Somos chamados para sermos testemunhas de Deus durante todo o tempo.

Na leitura da Profecia de Ezequiel (Ez 2,2-5), conhecemos sobre sua vocação.
Leitura da profecia de Ezequiel: 2Naqueles dias, depois de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé. Então eu ouvi aquele que me falava, 3o qual me disse: “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se revoltaram contra mim até o dia de hoje. 4A estes filhos de cabeça dura e coração de pedra vou-te enviar, e tu lhes dirás: ‘Assim diz o Senhor Deus’. 5Quer te escutem, quer não – pois são um bando de rebeldes –, ficarão sabendo que houve entre eles um profeta”. – Palavra do Senhor. -Graças a Deus.

Ezequiel, homem fraco e mortal, foi enviado por Deus para ser profeta no meio de um povo rebelde que estava se afastando do caminho de Deus, sua missão era levar as propostas de Deus.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 122 (123)
Os nossos olhos estão fitos no Senhor: tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
Eu levanto os meus olhos para vós, que habitais nos altos céus. Como os olhos dos escravos estão fitos nas mãos do seu senhor.
Como os olhos das escravas estão fitos nas mãos de sua senhora, assim os nossos olhos, no Senhor, até de nós ter piedade.
Tende piedade, ó Senhor, tende piedade; já é demais esse desprezo! Estamos fartos do escárnio dos ricaços e do desprezo dos soberbos!

Na leitura da Carta do apóstolo São Paulo aos Coríntios (2Cor 12,7-10), entendemos que Deus se manifesta através de pessoas simples e falhas.
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 7para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais. 8A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. 9Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. 10Eis por que eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte. – Palavra do Senhor. – Graças a Deus.

Paulo quer que o vejam como um homem normal, frágil e vulnerável, a quem Deus chamou e enviou para dar testemunho de Jesus Cristo no meio dos homens.

No evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 6,1-6), Marcos nos mostra a dificuldade das pessoas de Nazaré em acreditar em um Jesus carpinteiro, filho de Maria e nascido naquela terra.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos: Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando. – Palavra da salvação.  – Glória a Vós Senhor.

“Santo de casa não faz milagre”, era assim que pensava o povo de Nazaré, os parentes de Jesus o conheciam bem e não acreditavam de uma pessoa normal, um carpinteiro, filho de Maria, pudesse ser conceituado para dizer as coisas que dizia.

“Eles queriam um grande rei, que fosse forte e dominador”, e ao contrário recebem um Messias que era como eles, pobre, simples, difícil entender que Deus estava se manifestando nas palavras e gestos daquele homem que vivia na pobreza, como o Salvador iria salvar o povo se Ele era como o povo e não tinha poderes sobrenaturais.

Os ensinamentos de Jesus eram apreciados nos lugares por onde Ele passou, porém, em sua terra natal não conseguem reconhecer a presença de Deus naquilo que Jesus diz e faz.

Ezequiel procurou alimentar a esperança dos exilados e transmitir ao Povo a certeza de que o Deus salvador e libertador não tinha abandonado nem esquecido o seu Povo. A vocação é sempre uma iniciativa de Deus e não uma escolha do homem. Foi Deus que chamou Ezequiel e que o designou para o seu serviço.

“O problema pessoal de Paulo mostra sua fragilidade. Com a graça de Deus, Paulo tudo pode, apesar da sua debilidade. Deus não eliminou o problema, apesar dos insistentes pedidos de Paulo; mas é Ele que dá a Paulo a força para continuar a sua missão, apesar dos limites que esse “espinho na carne” lhe impõe. Na verdade, o problema pessoal de que Paulo sofre dá testemunho de que Deus atua e manifesta o seu poder no mundo através de instrumentos débeis, finitos e limitados. No apóstolo – ser humano, vivendo na condição de finitude, de vulnerabilidade, de debilidade – manifesta-se ao mundo e aos homens a força de Deus e de Cristo.”

A presença do Senhor fortalece o ministério apostólico de Paulo. Como nós, que acreditamos ser “seus”, estamos acolhendo Jesus?

No Evangelho, Marcos chama a atenção das comunidades cristãs de que Jesus pode ser rejeitado justamente por aqueles que acreditam conhecê-lo melhor: os que se fecham em suas ideias preconcebidas, sem abrir-se à novidade de sua mensagem, nem ao mistério de sua pessoa. Deus manifesta-Se aos homens na fraqueza e na fragilidade

Ser profeta é ser um enviado de Deus, que atua em nome de Deus e que tem uma mensagem de Deus para oferecer aos homens.

Deus chama homens reais, frágeis e limitados, não seres extraordinários ou dotados de capacidades incomuns para ajudar na evangelização. Os “profetas” não são um grupo humano extinto há muitos séculos, mas são uma realidade com que Deus continua a contar para intervir no mundo e para recriar a história. Quem são, hoje, os profetas? Onde estão eles?

Vivendo em comunhão com Deus e vivendo a realidade do mundo que nos cerca devemos denunciar, avisar, ou mesmo tentar corrigir as situações onde não é valorizada a dignidade humana. É preciso ter consciência, também, que as nossas limitações e indignidades muito humanas não podem servir de desculpa para deixar de realizar a missão que Deus nos confiar, com certeza se estamos na luta, Deus nos fortalece para que realizemos o melhor para seu projeto.

Todos experimentámos momentos de incompreensão e de oposição (que, muitas vezes, vêm do interior da nossa própria comunidade e que, por isso, magoam mais). É aí que o exemplo de Paulo deve brilhar diante dos nossos olhos e ajudar-nos a vencer o desânimo e a tentação de desistir.

Temos consciência de que Deus nos chama, às vezes de formas bem banais, para ser profeta? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós? Temos a noção de que somos a “boca” através da qual a Palavra de Deus se dirige aos homens? Como posso trabalhar para o projeto de Deus? Qual minha função?
Carla Matos