domingo, 30 de abril de 2017

“Fica conosco Senhor.” (30/04/2017)

   Neste terceiro Domingo da Páscoa vemos como Jesus caminha ao nosso lado nos guiando, conversa conosco nos ensinando e partilha conosco o pão nos alimentando, e ficamos como cegos que não o enxergamos, sim é o mesmo Cristo ressuscitado que Pedro anuncia e também nos convida a ser como ele testemunhas do Reino de Deus com as nossas ações e palavras.

   Na leitura dos Atos dos Apóstolos (At 2,14.22-33.) vemos Pedro encorajado pelo Espirito Santo fazendo o seu testemunho diante da multidão.
Leitura dos Atos dos Apóstolos: No dia de Pentecostes, 14Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 22“Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis.
23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.
25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 28Deste-me a conhecer os caminhos da vida, e a tua presença me encherá de alegria’.
29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono.
31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 32Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas. 33E agora, exaltado pela direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai, e o derramou, como estais vendo e ouvindo”. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

   Pedro que antes negara o Senhor agora é uma importante testemunha da sua ressurreição, ele usando o dom oratória recebido do Espirito Santo fez memória dos milagres, prodígios e sinais que Cristo realizou, mostrou que mesmo Jesus sendo entregue nas mãos dos ímpios para ser humilhado e morto, Deus o exaltou fazendo-o vencer a morte, nEle se cumpre as promessas feitas a Davi de que um descendente herdaria o trono, mas este trono é celestial. Que possamos vencer os nossos medos e fraquezas e com todo o nosso coração sejamos testemunhas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

   Na segunda leitura (1Pd 1,17-21.) Pedro nos recorda que fomos resgatados pelo precioso sangue de Cristo.
Leitura da Primeira Carta de São Pedro: Caríssimos: 17Se invocais como Pai aquele que sem discriminação julga a cada um de acordo com as suas obras, vivei então respeitando a Deus durante o tempo de vossa migração neste mundo.
18Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito.
20Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. 21Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

   Pedro nos lembra que a nossa peregrinação neste mundo é temporária e que Deus justo juiz nos julgará pelas nossas obras, devemos percorrer o caminho da santidade, pois com o seu preciosíssimo sangue Jesus Cristo redimiu os nossos pecados para que libertos do mal pudéssemos com Ele alcançar as glorias celestes.

   No evangelho segundo Lucas (Lc 24,13-35.) Jesus ressuscitado caminha com os discípulos no caminho de Emaús.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas: 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém.
14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. 25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. — Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

   Depois da morte de Jesus alguns dos seus seguidores começam a dispersar pelo mundo, vemos nesta passagem dois discípulos voltando para suas famílias em Emaús e eis que o próprio Jesus se aproxima e caminha com eles, e estes estavam revestidos de tristezas por tudo o que tinham visto e com a cabeça nas coisas deste mundo, não reconheceram o mestre que com eles caminhava.
   Jesus pergunta-lhes sobre o que vão conversando e um deles chamado Cleófas questiona Jesus sobre os fatos ocorridos e relata o motivo de sua tristeza, mas Cristo ressuscitado aproveita o momento para catequizar aqueles homens que vagavam em profunda angustia.
   Chegando próximo ao povo Jesus simula seguir a diante, mas eles insistem que Ele permaneça com eles e Jesus entra casa, toma o pão, abençoa e parte com eles, neste momento os olhos se abriram e o Senhor desapareceu diante deles, eles recordaram a conversa pelo caminho e diziam que meus cegos os seus corações ardiam em brasa quando Jesus lhes ensinava, decidiram então retornar a Jerusalém e testemunhar para os apóstolos.
   Quem era o outro discípulo? O evangelho não relata o seu nome, este outro discípulo somos nós meus irmãos, muitas vezes as angustias desta vida nos deixam com cegos e não conseguirmos ver que Cristo sempre está ao nosso lado nos ensinando e partilhando conosco o que ele tem de melhor, o seu corpo e sangue que nos redimi dos nossos pecados, que como aqueles discípulos possamos retornar para a nossa Jerusalém Celeste testemunhando com as nossas palavras e ações a ressurreição do Reino de Deus.
   Que neste domingo que ainda celebramos a festa da Páscoa, possamos acreditar verdadeiramente como Nossa Senhora acreditou que Jesus Cristo venceu a morte e que junto deles estaremos no Reino de Deus, mas para isso devemos como Pedro peregrinar por esta terra sendo fieis testemunhas do amor de Deus, amor este que não abandona os filhos desgarrados como aqueles discípulos de Emaús, que façamos como eles que ao novamente sentir a presença do Senhor retornaram ao convívio da comunidade de fé e dizer a Jesus: “Fica conosco Senhor.”

Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa

sábado, 22 de abril de 2017

Meu Senhor e meu Deus, aumentai minha fé. (23/04/2017)

   Neste segundo Domingo da Páscoa nos encontramos novamente com Jesus ressuscitado, muitas vezes nos vemos como Tomé que precisou ver fisicamente para acreditar na ressurreição de Jesus, outras vezes acreditamos cegamente confiando na veracidade dos fatos narrados pelos apóstolos que foram testemunhas oculares da glória da ressurreição de Jesus Cristo. Que possamos enxergar de um novo modo, vejamos com os olhos da fé.

   A leitura dos Atos dos Apóstolos (At 2,42-47.) nos traz um relato das primeiras comunidades, muito perseverantes procuravam seguir os passos de Jesus.
Leitura dos Atos dos Apóstolos: Os que se haviam convertido 42eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.
43E todos estavam cheios de temor por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. 44Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum; 45vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um.
46Diariamente, todos frequentavam o Templo, partiam o pão pelas casas e, unidos, tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. 47Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

   No início do cristianismo vemos como era mais intenso modo de seguir a Jesus Cristo, ouvindo o testemunho dos apóstolos o novo convertido despojava dos seus bens e tudo era repartido de conforme a necessidade de cada um, que imagem linda desta comunidade, caminhar entre eles e perceber que ninguém passava fome, pois com muita alegria repartiam o pão e a palavra de Deus, deveríamos nos espelhar neste exemplo, em nosso país que produz toneladas de alimentos vemos muitos irmãos morrendo de fome, enquanto a corrupção e ganancia furta do pobre os direitos básicos que garantiriam aos filhos de Deus uma vida com dignidade. Devemos mudar esta triste realidade.

   Em sua carta (1Pd 1,3-9.) Pedro bendiz ao Senhor Deus que ressuscitou Jesus Cristo e nEle podemos manter viva a nossa esperança.
Leitura da Primeira Carta de São Pedro: 3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, 4para uma herança incorruptível, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus.
5Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. 6Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações.
7Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória no dia da manifestação de Jesus Cristo.
8Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, 9pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

   Vemos neste grande apóstolo, Pedro, uma importante testemunha do Reino de Deus, ele que três vezes negou o Senhor, também reafirmou três vezes o seu amor por Jesus, hoje vem nos dizer que Deus em sua infinita misericórdia ressuscitou Jesus dente os mortos para também ressuscitar a nossa esperança no Reino de Deus. Pedro que glorificou a Deus com o seu martírio, sendo crucificado de cabeça para baixo, vem nos dizer que devemos fundamentar a nossa fé em Jesus Cristo mesmo que sejamos perseguidos pelo mundo e passar por muitas provações, pois um dia participaremos da eterna glória de Jesus na presença de Deus.

   Como é fácil nos identificarmos com alguns personagens bíblico, no evangelho segundo João (Jo 20,19-31.) vemos a incredulidade do apóstolo Tomé.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João: 19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome. — Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

   Para Tomé, após testemunhar as perversidades feitas com Jesus era muito difícil acreditar que Jesus novamente estava no meio deles, precisava tocar nas marcas dos pregos nas mãos e ao lado onde a lança tinha transpassado o coração de Jesus, mas eis que o Senhor retorna e antes mesmo que tocasse Tomé acreditou, “Meu Senhor e meu Deus!” Quantos de nós estamos cegos que não enxergamos Jesus no irmão necessitado?
   Novamente vivo, Jesus não pede aos seus apóstolos vingança por tudo o que sofreu do flagelo ao calvário, ele trouxe uma mensagem que devemos fazer ecoar nestes dias em que a guerra fica cada vez mais eminente, “A paz esteja convosco”, é isso que Ele quer de nós, que sejamos mensageiros desta paz que falta no mundo, não podemos perder as esperanças, Ele caminha conosco.
   Que neste Domingo, que celebramos a Festa da Divina Misericórdia, possamos verdadeiramente ouvir voz do Senhor e enxergar com os olhos da fé este mundo novo que Deus idealizou para nós, precisamos crer mesmo em situações desfavoráveis, precisamos fundamentar a nossa fé em Jesus Cristo que ressurgiu para nos devolver a esperança no mundo novo onde juntos como irmãos partilhamos não só a palavra, mas também o pão que devolve a dignidade a todos os filhos de Deus. Que Nossa Senhora interceda por nós junto ao seu Filho, ela nos ama com amor de mãe.
   Em Jesus e Maria.
Rubens Corrêa

sábado, 15 de abril de 2017

Páscoa do Senhor, Cristo Ressuscitou. Aleluia! Aleluia! (16-04-2017)

   Chegamos ao dia mais importante do ano para nós, cristãos: o Domingo de Páscoa. É Páscoa! Jesus ressuscitou! Está vivo e presente no meio de nós! Jesus venceu a morte, permanece conosco para sempre. Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos.

   Primeira Leitura (At 10,34a.37-43.)
   No capítulo 10 dos Atos dos Apóstolos, Pedro revela uma de suas intenções fundamentais e importante: a salvação trazida por Jesus Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem, é para todos os povos e nações, por isso Deus O ressuscitou

Leitura dos Atos dos Apóstolos:
Naqueles dias, 34aPedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele.
39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. 40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. 42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. 43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.  Palavra do Senhor. Graças a Deus.

   Na primeira leitura Pedro anuncia um caminho de libertação, aberto por Deus a todos os homens e mulheres, tendo como única condição, a conversão do coração. Pedro em seu discurso apresenta Jesus de Nazaré, desde seu batismo passando pela sua missão em resgatar vidas e dar dignidade a todas as pessoas, pela sua morte e morte de cruz, culminando com sua ressurreição. O discurso termina com a confissão de fé em Jesus, como juiz dos vivos e dos mortos, anunciado pelos profetas. “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.(v.43)

   O Salmo 117, nos diz que Este é o dia que o Senhor fez para nós:  alegremo-nos e nele exultemos!” Mas o dia que o Senhor fez, é o hoje. E aqui o salmista diz que devemos nos alegrar e nos regozijar no dia que fez o Senhor. E como podemos viver o dia que fez o Senhor, quando nesse dia tivermos problemas, medo, falta de fé? O salmista nos dá a resposta. Regozijando-nos e nos alegrando neste dia.

   Segunda Leitura (Cl 3,1-4.)
   Neste trecho Paulo escreve aos colossenses, e chama atenção que a vida do cristão deve estar unida a Cristo, devemos imitar a vida do Mestre. Passar por este mundo, vivendo a esperança da ressurreição do Cristo.

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:
Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. Palavra do Senhor - Graças a Deus.

   Neste texto, Paulo apresenta, como ponto de partida e base da vida cristã, a união com Cristo ressuscitado, na qual o cristão é introduzido pelo batismo. A ressurreição de Cristo está no centro da nossa fé cristã, nos garante não como realidade sobrenatural, mas aceita pela fé, e não um fato simplesmente. O Cristo ressuscitado se apresenta num corpo glorioso. Este é o destino feliz para todos nós que cremos e vivemos essa esperança que nasce e brota da fé. A vida venceu a morte. E a ressurreição traz novo estilo de vida, buscar as coisas do alto. “Procurar as coisas do alto”, significa a vida nova revelada em Jesus Cristo. Não se trata de trocar as coisas da terra pelas do alto, como fôssemos alienados, mas saber que temos um projeto do alto para este mundo. Cristo é a nossa vida.

   Evangelho (Jo 20,1-9.)
   João foi testemunha ocular e auricular. Em seu evangelho nos escreve com propriedade afirmando a verdade dos fatos do Domingo da Ressurreição. A Ressurreição desperta os discípulos para a verdadeira fé em Jesus. Pode-se falar da fé deles ao longo do ministério terreno de Jesus.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.

   O túmulo vazio não foi prova da ressurreição, mas um sinal de alerta. Tanto Maria Madalena quanto Simão Pedro fizeram a mesma experiência. No entanto, deles se fala que ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. Eles foram incapazes de perceber o sinal. A vida nova é viver unido a Cristo e fazer o bem. Sem fé na Ressurreição temos uma fé sem vigor. Celebrar a Páscoa é celebrar esta vida nova de toda humanidade, que rompeu da escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para graça de Deus, das trevas para a luz, da morte para a vida, tudo se renova e permite que desfrutemos dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que vive no nosso meio, nos acompanha e que nos acolherá um dia na vida eterna plenamente.
   Jesus vive, Ele está vivo. Aleluia! No Mistério Pascal, que é a vida de Jesus em nós e nossa vida Nele, tornamos sinal vivo da sua presença no mundo. Irmãos e irmãs, constantemente, somos chamados a fazer e viver a experiência do Cristo ressuscitado, experiência na vida pessoal, mas também na vida em comunidade. A liturgia deste domingo, fala bem fundo ao nosso coração, ressoa aos nossos ouvidos a saudação dos primeiros cristãos que alegres diziam: Cristo ressuscitou. Aleluia! Podemos repetir esta mesma saudação com a mesma alegria: sim é verdade Cristo ressuscitou, Ele vive entre nós! UMA FELIZ E ABENÇOADA PÁSCOA A TODOS E TODAS.
Marlene Resstel

Vigília Pascal, que brilhe em nós a Luz do Cristo Ressuscitado (15/04/2017)

   Será que toda esperança se acabou? O Senhor foi traído, perseguido, flagelado, humilhado, negado, julgado, despojado, morto e sepultado. E os nossos sonhos de ver acontecer o Reino de Deus anunciado por Jesus? Tudo está consumado em seu suspiro final, nossos sonhos foram sepultados com Jesus. Neste sábado Santo celebramos a Vigília Pascal, uma noite memorável em que o Senhor ressurge glorioso vencendo a morte e mudando radicalmente o rumo da história, celebremos, pois, esta festa fazendo ressurgir em nós um homem novo, uma mulher nova, juntamente com Jesus fazendo rolar a pedra que nos impede de sermos filhos autênticos de Deus.
   Na primeira leitura (Gn 1,1– 2,2.), vemos que Deus em seu gesto de amor incondicional cria tudo o que existe e também cria o homem para cuidar de tudo que ele criou. Notamos que hoje a criação maravilhosa de Deus está sendo cruelmente destruída, poluem o ar, os rios e mares, derrubam e queimam as florestas, destruindo o habitat dos aninais causando a extinção de muitas espécies, mas, o mais terrível que podemos ver é a destruição da própria espécie, vemos muitos morrendo pela violência, pelas drogas, pela negligência nos hospitais, pelas guerras absurdas e pela fome que assola muitos lugares, vemos que o homem está na contramão da história, destruindo tudo aquilo que Deus criou, precisamos mudar esta história.
   Na segunda leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18.), vemos a oferta de Abraão, que oferece o próprio filho em holocausto a Deus, mas, Deus envia o seu anjo e não permite que ele derrame o sangue do seu filho. Vendo com bons olhos a oferenda de Abraão, Deus firma com ele a sua aliança e abençoa toda a sua descendência. E nós o que oferecemos a Deus? Muitas vezes Deus fica em segundo plano em nossa vida, oferecemos a ele o que sobra e quando sobra, vemos que ainda acontece de acusar a ele pelos nossos fracassos e insucessos. Ele nos oferece o seu amor e a sua benção perpetua, mas para isso devemos dar o passo rumo a esta nova vida que surge a partir desta experiência com Deus, Abraão experimentou este amor e nós também podemos, basta nos entregar por inteiro no colo de Deus.
   Na terceira leitura (Êx 14,15 – 15,1.), vemos que Deus reafirma a aliança feita com Abraão, libertando o povo da escravidão e da mão opressora do faraó, Deus mostra novamente que se mantem fiel as suas promessas, vemos que mesmo com todo o poder e soldados o faraó padeceu pela sua maldade, não prevalecendo a sua opressão sobre o povo. Por diversas vezes nos sentimos oprimidos pelos nossos pecados e não conseguimos encontrar sozinhos a saída para esta situação, neste momento temos que confiar como Moisés confiou em Deus, e abrir caminho entre o mar das desilusões para trilharmos um novo caminho de um homem novo em Jesus.
   Na quarta leitura (Rm 6,3-11.), São Paulo fala aos romanos que Jesus experimentou a vida como nós meros mortais, sentiu alegria, sentiu angustia e medo, padeceu na dor, sendo perseguido, preso, julgado e morto, em tudo se fez iguais a nós, menos no pecado, ele tomou sobre si os nossos pecados para que morressem junto com ele o homem velho manchado pela culpa, e junto com a sua ressurreição surgisse um homem novo livre do poder da morte, do medo e do pecado. Nós como batizados devemos crer que Cristo padeceu por nossas culpas e que com a sua ressurreição nasce uma nova missão para nós, levar o Cristo a todo o mundo.
   No evangelho segundo Mateus (Mt 28,1-10.), meditamos sobre o ponto alto da nossa fé, o momento que as mulheres vão ao tumulo para seguir um costume judeu de perfumar o corpo do falecido, mas, não encontram o corpo de Jesus, e recebem de um anjo uma grande mensagem de esperança, a vida venceu a morte, Jesus ressuscitou, ressuscitando junto todos os nossos sonhos e essa notícia não poderia ficar restrita a essas mulheres, por isso elas foram enviadas a levar a boa nova aos discípulos, também os enviando em missão para ver o Senhor na Galileia.
   Neste mundo onde vemos tantas realidades de mortes em nosso meio é difícil acreditar que o bem prevalecerá, mas, a ressurreição de Jesus nos faz ter força para acreditar nisso, e mais do que isso, ela deve servir de impulso para lutarmos por um mundo novo, livre das amarras das injustiças, da opressão, da corrupção, do pecado e da violência, devemos ser este mensageiro que levou a boa notícia a aquelas mulheres. Nesta vigília pascal somos convocados a ser sinais de esperança aos irmãos que perderam o sentido de viver, que sejamos para estes irmãos o rosto sorridente, o ombro que acolhe e a mão que levanta, sendo a força e a imagem do Cristo ressuscitado para todo o mundo.
   Celebrar a Vigília Pascal é colocar a nossa fé em Cristo Ressuscitado, Ele que sofreu as angustias e o flagelo em sua condição humano, ressurge Glorioso em sua condição divina devolvendo aos cristãos a esperança de ver o Reino de Deus acontecer. Ao ascender hoje o Círio Pascal também ascendemos em nós a chama do amor de Cristo, Ele é a Luz que resplandece sobre o mundo inteiro e que possamos manter em nossos corações esta chama bem acesa para que ela resplandeça o Cristo Ressuscitado para todos os cantos do mundo.
   Que Nossa Senhora nos ajude nesta missão. Salve Maria. 
Rubens Corrêa

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Paixão de Nosso Senhor: Ele nos amou até o fim (14/04/2017)

   Neste dia celebramos a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, um momento oportuno para reavaliar as nossas atitudes de cristãos, esta solenidade nos faz olhar com os olhos da fé para aquilo de Jesus fez, Ele se entregou sem ressalvas para resgatar todos os pecadores, sendo o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
   Na primeira leitura (Is 52,13-53,12.) Isaías profetiza com séculos de antecedência o caminho doloroso que Cristo passaria para ser glorificado, o profeta nos relata que muitos olhariam pensando que fosse um desprezado e que tanto pouco a sua aparência poderia nos atrair, o fato que Ele carregou sobre os seus ombros o peso de nossos pecados, com o seu sangue redimiu o mundo inteiro, não tendo crime algum e nada de falso foi encontrado em suas palavras foi castigado como um malfeitor e condenado a morte, mas “Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos”.
   Meditando o salmo 30 ouvimos as palavras proferidas por Jesus na cruz “ Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, mesmo flagelado, humilhado e ridicularizado, Cristo coloca a sua confiança no Senhor sabendo que Deus não o deixaria entregue a eterna humilhação e pede que pela compaixão Ele seja fortalecido e encorajado para passar por este doloroso e necessário calvário.
   Na leitura da carta aos Hebreus (Hb 4,14-16; 5,7-9.) vemos que Jesus Cristo é o sumo sacerdote que entrou no céu e devemos manter firmes na fé, Ele é que se compadece de nossas fraquezas, pois também experimentou esta vida com as suas lutas e dores, mas diferente de nós, Ele não se deixo corromper pelo pecado, Jesus enquanto estava na condição humana sofreu muito e muito angustiado dirigiu as suas súplica aquele que era capaz de livra-lo da morte e Deus o libertou pela sua entrega e obediência, a Ele devemos recorrer, suplicar pela sua misericórdia e assim um dia alcançarmos a sua graça.
   No evangelho segundo João (Jo 18,1-19,42.) vemos um relato de toda a via dolorosa que Jesus percorreu, a dor de ser traído por um de seus discípulos, ser caluniado, flagelado e humilhado, ser negado por Pedro que prometera estar com Ele em qualquer momento, esteve diante de um tribunal que já tinha a sentença definida, olhar para a multidão que dias antes gritavam “Hosana ao filho de Davi” e que hoje gritavam “Crucifica-o”, sozinho, ferido e humilhado Ele amou até o fim.
   Pilatos pediu que o povo escolhesse quem deveria ser solto, Jesus ou Barrabás, os chefes dos sacerdotes excitavam o povo para escolher um criminoso e mandaram executar aquele que veio salvar o mundo. Em nosso mundo vemos isso acontecer com muita frequência, a sociedade, as redes sociais, a política e o liberalismo ecoam aos nossos ouvidos, solte Barrabás e crucifique Jesus, nós como cristãos devemos resistir a esta tentação e seguir os passos de Jesus.
   Não bastasse tamanha humilhação, Jesus viu os soldados repartindo as suas vestes e sorteando o seu manto, Ele quis participar da dor de muitos que sofrem perseguições, que tem roubados a sua vida e a sua dignidade, Cristo nu na cruz nos mostra que não há limites para o seu amor e Ele sempre estará junto dos que mais sofrem.
   No alto da cruz Jesus reconhece alguns rostos, pessoas que o acompanharam em vários momentos da sua missão, olhando viu sua mãe e o discípulo que Ele amava, e disse: “Mulher, este é o teu filho” e seguida disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”, num gesto de imenso amor Cristo se compadece com o mundo que vive órfão e entrega a sua mãe como a mãe de toda a humanidade, agradeçamos a Jesus por entregar a nós pecadores aquela que desde o início tornou a salvação do mundo possível, que o sim de Nossa Senhora ecoe em nossa missão.
   Totalmente entregue a sua paixão e morto na cruz, Jesus tem em José de Arimateia a garantia de um sepultamento digno, este discípulo que seguia Jesus secretamente reivindicou a Pilatos o corpo e este foi entregue sem que seus ossos fossem quebrados, podendo assim receber os preparativos para o funeral conforme os costumes dos judeus.
   Jesus nos amou de forma de mais ninguém poderá nos amar, mesmo não sendo merecedores Ele derramou o seu preciosíssimo sangue para redimir os nossos pecados, não podemos deixar que seja em vão este gesto de tão grande amor, hoje participamos da sua paixão para juntos com Ele participarmos da glória da ressurreição, mas para isso devermos trilhar o caminho que Cristo percorreu, sem medo e sem pecado, colocar a nossa confiança no Senhor e assim ressurgiremos com Jesus Cristo ressuscitado na glória de Deus Pai.  
Rubens Corrêa

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Jesus, mestre servidor, nos dá o exemplo de humildade e amor (13/04/2017)

   Iniciamos o tríduo pascal nesta Quinta-feira Santa e somos convidados a percorrer junto com Jesus o caminho rumo ao calvário, se com Ele sofremos o flagelo e a morte temos a certeza de que com Ele também ressuscitaremos para uma nova vida, mas para isso devemos seguir o seu exemplo, Ele que é o Mestre e Senhor em sinal de humildade lavou os pés dos discípulos, façamos o mesmo seguindo tantos outros gestos de Jesus Cristo.

   Na primeira leitura (Êx 12,1-8.11-14.) Moisés recebe de Deus todas as instruções que deveria transmitir ao povo, todos devem estar preparados para ser verdadeiramente libertos.


Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2“Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.
4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.
5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.
7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor.
13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.

   Como na leitura do Livro do Êxodo Deus vem passar em nossa vida e devemos estar devidamente prontos para recebe-lo, no antigo testamento Ele liberta o seu povo da escravidão e hoje vem nos libertar de tantas outras coisas que nos escraviza no pecado, o sangue de Jesus derramado na cruz vem nos marcar como filhos libertos de Deus, eis a nossa marca.

   Em sua carta aos Coríntios (1Cor 11,23-26.) o apóstolo Paulo nos revela o momento da instituição da Eucaristia, mistério sublime em que Cristo se faz refeição para alimentar nossa fome e sede de paz.


Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.

   Somente por um gesto de grande amor Jesus se fez pão e vinho, não simplesmente aquele pão que supri as necessidade fisiológicas do ser humano, não simplesmente aquele vinho que embriaga o homem fazendo perder a razão, Cristo se fez pão para alimentar as nossas forças para a difícil jornada a nossa vida e deu-se em vinho, mas vinho novo, o seu preciosíssimo sangue, que mostra que o caminho para santidade é feito de muitas tribulações e que no fim  participaremos da alegria do banquete da vida eterna.

   João em seu evangelho (Jo 13,1-15.) nos mostra Jesus que se faz servidor para nos dar exemplo de qual caminho seguir para alcançar a santidade.


1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.


   Como imaginar que alguém sabendo que seria traído e morto, teria um gesto de total amor e entrega? Jesus não segue os padrões de comportamento humano, seus atos só podem ser explicados de forma divina. Ao tirar o manto, pegar a toalha e bacia para lavar os pés dos discípulos, Ele coloca de lado a sua posição de Mestre e identifica com a pessoa do servo, vale lembrar que naquela época somente os servos e escravos lavavam os pés dos seus senhores.
A figura de Pedro nos mostra muitas vezes como agimos, sem entender as atitudes do Senhor ele não permite que Cristo lave os seus pés, mas Jesus diz se Pedro quiser ter parte com Ele deverá passar por cima das suas convicções e permitir que os pés sejam lavados.
   Cristo conhece o coração de todos, sabia que seria traído por Judas e mesmo assim lavou os seus pés e também partilhou com ele o seu corpo e seu sangue, Jesus nos conhece em profundidade cada um de nós, sabe das nossas dificuldades, fraquezas e pecados, mas mesmo assim Ele vem ao nosso encontro para lavar os nossos pés, partilha conosco o seu corpo e seu sangue, chamando-nos para uma vida nova junto Dele e longe do pecado, Ele também chamou a Judas, que preferiu o caminho do pecado que o levou a morte. E nós qual caminho seguiremos?
   Que neste dia que se inicia a tríduo pascal aproveitemos para uma profunda mudança de vida, devemos chegar na Pascoa do Senhor com um coração limpo e novo, totalmente liberto das amarras do pecado, confiando sempre no Senhor e colocando nas suas mãos a nossa vida. Não podemos esquecer que a campanha da fraternidade deste ano nos convoca ao compromisso de cristão de cuidar dos biomas em todas as suas diversidades, fauna e flora, Deus em seu infinito amor criou tudo e nos entregou a sua grande obra para cuidar, não podemos permitir que a destruição do nosso planeta continue, o cristão deve sempre lutar pela vida e não existirá vida se não preservarmos. Que Nossa Senhora nos ajude nesta missão.
Rubens Corrêa

domingo, 9 de abril de 2017

Domingo de Ramos – Jesus é nosso Rei e o Amor é a sua Lei (09/04/2017)

Nesse domingo iniciamos a semana santa, é a última semana de preparação para a Páscoa do Senhor.
Com a procissão de Ramos proclamamos que Jesus é o Messias, que Jesus é nosso Rei e relembramos sua entrada triunfal em Jerusalém poucos dias antes de sua Morte e Ressurreição.
Eis o mistério de nossa fé, crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No Evangelho Mateus (Mt 21,1-11.) destaca a entrada de Jesus em Jerusalém aclamado pelo povo como aquele que traz o reino da justiça, Jesus é o Rei que se apresenta como homem simples, humilde e pacífico e vai confrontar-se com o poder econômico, político e religioso.

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! 3Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.
4Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: 5Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”.
6Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. 7Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. 8A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. 9As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”
10Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” 11E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.

Isaias (Is 50, 4-7.) nos mostra que a missão do servo é encorajar os fracos e abatidos, por isso não recua diante das dificuldades, já que tudo que faz é apoiado em Deus.

4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

No salmo 21(22) vemos o desespero de quem, se sente abandonado por Deus, porém ao final vem a certeza de que o temor à Deus lhe trará a salvação.

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
 Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: 'Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'.
 Cães numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos. Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam!
Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
 Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o toda a raça de Israel.

Na Segunda Leitura (Fl 2,6-11.), embora seja Deus, Jesus Cristo se apresenta como homem, abre mão de qualquer privilégio para obedecer a Deus e servir aos homens.

6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame : 'Jesus Cristo é o Senhor', para a glória de Deus Pai.

Anúncio do Evangelho (Mt 27,11-54.), chega o dia do julgamento, a vida se manifesta e a salvação está aberta a todos que confessem que Jesus é o Filho de Deus.

Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, 11Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus declarou: — “É como dizes”. 
12E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13Então Pilatos perguntou: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?” 
14Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. 15Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
“Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?” 
18Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: 
“Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.
20Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. 21O governador tornou a perguntar: “Qual dos dois quereis que eu solte?” Eles gritaram:  “Barrabás”. 
22Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?” Todos gritaram: — “Seja crucificado!” 23Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força:  “Seja crucificado!” 24Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:
“Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!” 
25O povo todo respondeu:— “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.
26Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. 27Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.
28Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
29depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo: — “Salve, rei dos judeus!” 
30Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. 32Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”. 
34Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. 36E ficaram ali sentados, montando guarda. 37Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: — “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. 
38Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. 39As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo: 
40“Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
41Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:
42“A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
44Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. 45Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: — “Eli, Eli, lamá sabactâni?” Que quer dizer: — “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
47Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:— “Ele está chamando Elias!” 
48E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. 49Outros, porém, disseram:— “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!” 
50Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. 51E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. 52Os túmulos se abriram e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram! 53Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. 54O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: — “Ele era mesmo Filho de Deus!”

Hoje, todos nós, exultantes, com ramos nas mãos, proclamamos que Jesus é o Messias, o Ungido. Ao recebê-Lo com as palmas da vitória, damos testemunho de seu triunfo sobre a morte, compreendemos o significado de seu último sinal, quando ressuscitou Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida!” Os ramos abençoados que levaremos para as nossas casas, após a celebração, lembram que todo cristão deve abrir mão de seus privilégios e se doar pela salvação do mundo, contra tudo que destrói a vida, assim como fez Jesus Cristo.
Na liturgia de hoje, Jesus inicia seu caminho em direção ao Calvário, o mesmo povo que cheio de esperança o aclama como Rei, pois acredita que ele irá libertá-lo da opressão política, econômica e religiosa exigirá sua condenação, poucos dias depois, manipulado pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso messias. E incitado pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria de Pôncio Pilatos, governador romano da província, que o condenasse à morte. 
Paciente, Jesus se encaminha para enfrentar sem violência, a humilhação e o aparente fracasso, impostos pela maldade humana. O Domingo de Ramos é marcado, de uma parte, pelo mistério, pelo despojamento e pela entrega total e, de outra, pela glória do Filho de Deus. O relato da Paixão é um convite a entrarmos na Semana Santa, preparando o coração para comemorar a Páscoa.
Acreditar na vida. Crer que o mundo e a vida têm conserto. Isso é celebrar a Páscoa. A descrença é a morte de Deus no coração. A fé nos lembra que o Ressuscitado está e continua conosco no mundo, Ele é nossa vida.
Carla Matos