sexta-feira, 14 de abril de 2017

Paixão de Nosso Senhor: Ele nos amou até o fim (14/04/2017)

   Neste dia celebramos a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, um momento oportuno para reavaliar as nossas atitudes de cristãos, esta solenidade nos faz olhar com os olhos da fé para aquilo de Jesus fez, Ele se entregou sem ressalvas para resgatar todos os pecadores, sendo o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
   Na primeira leitura (Is 52,13-53,12.) Isaías profetiza com séculos de antecedência o caminho doloroso que Cristo passaria para ser glorificado, o profeta nos relata que muitos olhariam pensando que fosse um desprezado e que tanto pouco a sua aparência poderia nos atrair, o fato que Ele carregou sobre os seus ombros o peso de nossos pecados, com o seu sangue redimiu o mundo inteiro, não tendo crime algum e nada de falso foi encontrado em suas palavras foi castigado como um malfeitor e condenado a morte, mas “Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos”.
   Meditando o salmo 30 ouvimos as palavras proferidas por Jesus na cruz “ Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, mesmo flagelado, humilhado e ridicularizado, Cristo coloca a sua confiança no Senhor sabendo que Deus não o deixaria entregue a eterna humilhação e pede que pela compaixão Ele seja fortalecido e encorajado para passar por este doloroso e necessário calvário.
   Na leitura da carta aos Hebreus (Hb 4,14-16; 5,7-9.) vemos que Jesus Cristo é o sumo sacerdote que entrou no céu e devemos manter firmes na fé, Ele é que se compadece de nossas fraquezas, pois também experimentou esta vida com as suas lutas e dores, mas diferente de nós, Ele não se deixo corromper pelo pecado, Jesus enquanto estava na condição humana sofreu muito e muito angustiado dirigiu as suas súplica aquele que era capaz de livra-lo da morte e Deus o libertou pela sua entrega e obediência, a Ele devemos recorrer, suplicar pela sua misericórdia e assim um dia alcançarmos a sua graça.
   No evangelho segundo João (Jo 18,1-19,42.) vemos um relato de toda a via dolorosa que Jesus percorreu, a dor de ser traído por um de seus discípulos, ser caluniado, flagelado e humilhado, ser negado por Pedro que prometera estar com Ele em qualquer momento, esteve diante de um tribunal que já tinha a sentença definida, olhar para a multidão que dias antes gritavam “Hosana ao filho de Davi” e que hoje gritavam “Crucifica-o”, sozinho, ferido e humilhado Ele amou até o fim.
   Pilatos pediu que o povo escolhesse quem deveria ser solto, Jesus ou Barrabás, os chefes dos sacerdotes excitavam o povo para escolher um criminoso e mandaram executar aquele que veio salvar o mundo. Em nosso mundo vemos isso acontecer com muita frequência, a sociedade, as redes sociais, a política e o liberalismo ecoam aos nossos ouvidos, solte Barrabás e crucifique Jesus, nós como cristãos devemos resistir a esta tentação e seguir os passos de Jesus.
   Não bastasse tamanha humilhação, Jesus viu os soldados repartindo as suas vestes e sorteando o seu manto, Ele quis participar da dor de muitos que sofrem perseguições, que tem roubados a sua vida e a sua dignidade, Cristo nu na cruz nos mostra que não há limites para o seu amor e Ele sempre estará junto dos que mais sofrem.
   No alto da cruz Jesus reconhece alguns rostos, pessoas que o acompanharam em vários momentos da sua missão, olhando viu sua mãe e o discípulo que Ele amava, e disse: “Mulher, este é o teu filho” e seguida disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”, num gesto de imenso amor Cristo se compadece com o mundo que vive órfão e entrega a sua mãe como a mãe de toda a humanidade, agradeçamos a Jesus por entregar a nós pecadores aquela que desde o início tornou a salvação do mundo possível, que o sim de Nossa Senhora ecoe em nossa missão.
   Totalmente entregue a sua paixão e morto na cruz, Jesus tem em José de Arimateia a garantia de um sepultamento digno, este discípulo que seguia Jesus secretamente reivindicou a Pilatos o corpo e este foi entregue sem que seus ossos fossem quebrados, podendo assim receber os preparativos para o funeral conforme os costumes dos judeus.
   Jesus nos amou de forma de mais ninguém poderá nos amar, mesmo não sendo merecedores Ele derramou o seu preciosíssimo sangue para redimir os nossos pecados, não podemos deixar que seja em vão este gesto de tão grande amor, hoje participamos da sua paixão para juntos com Ele participarmos da glória da ressurreição, mas para isso devermos trilhar o caminho que Cristo percorreu, sem medo e sem pecado, colocar a nossa confiança no Senhor e assim ressurgiremos com Jesus Cristo ressuscitado na glória de Deus Pai.  
Rubens Corrêa

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