quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

“Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorar o Senhor”. Mt 2,2 (03/01/2016)

   “Que todos os povos, representados pelos três reis magos, adorem o Criador do universo; e Deus não seja conhecido apenas na Judeia, mas no mundo inteiro, a fim de que por toda a parte o seu nome seja grande em Israel”. (São Leão Magno)

Introdução
   Natal e Epifania celebram aspectos diferentes de um mesmo mistério: “a manifestação do Salvador em nossa terra, em nossa realidade humana”. Como povo peregrino, hoje somos convocados a ir em busca do menino e buscar a libertação e paz para todos os povos.

Recordando a Palavra de Deus
   Isaías 60,1-6: Um poema de júbilo. Com o regresso do exílio da Babilônia, o povo começa a reconstrução de suas vidas. O profeta anuncia uma esperança viva. Para Jerusalém volta uma multidão de estrangeiros. Haverá muita alegria e de coração aberto receberá as riquezas dos povos estrangeiros. Os camelos estão carregados de presentes como para ofertar a um rei.
   Salmo 71 (72): É um salmo messiânico, tem na pessoa do rei o centro das atenções. O salmista nos ajuda a contemplar a presença do novo Rei a quem todos os povos pagam tributo.
   Efésios 3,2-3.5-6: Mistério que se realiza em Jesus, o Messias. Deus se dá a conhecer a todos. Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, herdeiros da mesma promessa em Jesus Cristo. Todos somos chamados a ser discípulos de Jesus.

Mateus 2,1-12: A visita dos magos do oriente a Jesus e sua Mãe.
   Eles chegam a Jerusalém, perguntam pelo rei dos judeus, pois viram sua estrela no oriente e vieram prestar homenagem ao novo rei nascido. Os Sumos sacerdotes e os doutores foram questionados sobre o lugar onde devia nascer o Messias e citando o profeta Miqueias encontram a explicação do mistério (ver Miqueis 5,1). A profecia de Miqueias opõe a humilde aldeia de Belém à capital, Jerusalém.  Avisados para não voltarem a Jerusalém, eles voltam por outro caminho, frustrando os planos de Herodes de querer matar o menino. A mudança de rota é na Bíblia símbolo de conversão. O encontro dos magos com Jesus os fez retornar por outro caminho, um caminho novo. O nosso encontro com o Senhor deve levar-nos a caminhos não andados, procurando novas saídas. Os magos servem de exemplo para todos os que buscam um sentido novo para a vida e para as suas contradições.

O culto agradável e Deus é fazer a oferta generosa do próprio coração.
   Viver a Epifania é assumir o Evangelho e seguir a luz de Cristo que deve iluminar toda a nossa vida. Nossa missão é manifestar ao mundo que Cristo continua a iluminar os caminhos da história. Damos graças ao Pai por nos dar a alegria de celebrar a manifestação do seu amor.
   “O serviço prestado por essa estrela, de conduzir os magos até ao recém-nascido e sua mãe, nos convida a imitar sua obediência, isto é, servir com todas as forças essa graça que nos chama todos para Cristo”. ( São Leão Magno)
Luis Filipe Dias

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Santa Mãe de Deus, rogai por nós (01/01/2016)

   Ao iniciarmos um novo ano, no primeiro dia celebração a Solenidade da Santa Mãe de Deus, nesta data também se comemora o dia mundial da paz, vemos em Maria uma serva humilde que se colocou como instrumento nas mãos de Deus, foi ela que Deus Pai escolheu e preparou por gerações para trazer ao mundo o seu filho Jesus, príncipe da paz, com ela aprendemos a dizer sim ao projeto de Deus.
   Na primeira leitura (Nm 6,22-27.) vemos que: “O Senhor falou a Moisés, dizendo: ‘Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei’.”
   Deus não se cansa de abençoar o seu povo, quando nele confiamos nos sentimos fortalecidos para as diversidades da vida, Aarão e seus filhos são orientados a como proferir as bênçãos sobre o povo, mas, sabemos que toda a benção vem de Deus, é em nome dele que abençoamos uns aos outros, e não há benção melhor que contemplar a face de Deus e saber que ele se compadece por nós, vem dele a paz que necessitamos.
   O apóstolo Paulo em sua carta aos Gálatas (Gl 4,4-7.) nos diz: “Irmãos: Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá — ó Pai! Assim, já não és escravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus.”
   Deus no seu plano de amor nos deu seu filho, pelo seu sangue na cruz ele nos redimiu do pecado, nos chamando de irmãos nos deu a filiação divina, e com Jesus clamamos ó Pai, e como filhos somos herdeiros do reino dos céus, ao herdarmos o reino de Deus, também herdamos a missão deixada por Jesus, precisamos assumir a nossa parcela de responsabilidade da na construção de um mundo melhor, com sua humildade Maria nos mostra o caminho, e caminho está em seguir os passos de Jesus.
   No evangelho segundo Lucas (Lc 2,16-21.) contemplamos a visita dos pastores ao menino Jesus, “Naquele tempo, os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.”
   Os pastores acreditaram no que os anjos revelaram e puderam contemplar o salvador do mundo ainda recém-nascido, e eles espalharam a boa noticia a todos com quem encontravam, Maria também estava maravilhada com tudo o que estava acontecendo em sua humilde família, conservava todos os fatos e meditava em seu coração, imagino a noite o menino Jesus ouvindo as belas histórias que sua mãe contava sobre o seu nascimento, um momento muito especial para mãe e filho.
   Que nesta primeira solenidade do ano possamos aprender com Maria o exemplo de humildade, ela que carregou em seu ventre o menino Deus, não se achou melhor que ninguém, e nós certamente somos bem menos que ela, Maria entendeu qual era a sua missão no projeto de Deus e seguiu até o fim, devemos também nós assumir a nossa missão com humildade, amor e fé, virtudes que encontramos na Santa Mãe de Deus, e sabemos que ela não cessa de interceder por nós junto a seu filho.
Rubens Corrêa

domingo, 27 de dezembro de 2015

Com Jesus, Maria e José, aprendemos a santificar nossas famílias (27/12/2015)

   Celebramos hoje a Solenidade da Sagrada Família, Jesus quis nascer no seio de uma família para santificá-la e para nos dar o exemplo a seguir de amor, dedicação e obediência, no mundo de hoje vemos muitas famílias desestruturadas pelo individualismo, pelo álcool e pelas drogas, as famílias devem desempenhar o um papel importante na sociedade, formar bons e conscientes cidadãos para o mundo, sabemos que em muitos lares Jesus não consegue entrar, é preciso que abramos as portas das nossas famílias para que ele as santifique como fez com aquela humilde família de Nazaré.
   Do livro do Eclesiástico (Eclo 3,3-7.14-17a.) recebemos a lição de como cuidarmos de nossas famílias: “Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação.”
   A leitura nos diz da importância de honrar pai e mãe, os amparando principalmente na velhice, hoje vemos como é difícil para os mais novos entender que temos muito que aprender com quem aprendeu com a vida, nos falta sermos mais obedientes e compreensivos com nossos pais. Quantos idosos vivem jogados nos asilos ou nos cantos de nossas famílias? Nada do façamos pelos nossos idosos, sejam os pais, os tios ou avós, será esquecidos por Deus, um dia também seremos idosos e como gostaríamos de ser tratados? Devemos hoje ensinar a nossos filhos a valorizar a sabedoria de quem tem muito a nos ensinar.
   Em sua carta aos Colossenses (Cl 3,12-21.) o apóstolo Paulo nos diz: “Irmãos: Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.”
   Paulo nos aponta um caminho para cuidarmos de nossas famílias, e este caminho passa pela misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, com Cristo aprendemos a importância do perdão dentro do nosso lar, ele é a riqueza que habita em nós, maridos e esposas devem mutuamente se amar, se respeitar e se submeter, devem ser bons exemplos de famílias para os filhos, para que eles também trilhem este caminho sem desanimar. Que no seio de nossas famílias possa nascer um louvor verdadeiro a Deus, e isso fazemos seguindo os exemplos de Jesus Cristo.
   Em seu evangelho (Lc 2,41-52.) Lucas nos mostra temos muito o que aprender com o menino Jesus: “Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: — ‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura’. Jesus respondeu: — ‘Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?’ Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas. E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens.”
   Podemos imaginar a angustia que sentiram José e Maria, quando não encontraram Jesus na caravana, um menino de 12 anos perdido, certamente muitas coisas se passaram nas cabeças deles, também podemos imaginar o grande alivio e admiração que sentiram ao encontra-lo no templo conversando com os mestres, ao ser questionado por sua mãe, Jesus disse deveria estar na casa do seu Pai.
   Muitas mães e muitos pais procuram angustiados os seus filhos, mas, não os encontram nos templos, os encontram no meio do crime, das drogas e da prostituição, para eles o alivio é de os encontrarem com vida e ainda assim sentem-se angustiados sem saber como fazer para livra-los desta situação, com Jesus aprendemos que o nosso lugar não é perdido por aí, e sim, é na casa de Deus, ao sair do templo, Jesus seguiu com seus pais para Nazaré, ele crescia em sabedoria, estatura e graça, se mantinha obediente a seus pais, e Maria conservava tudo em seu coração.
   Que nesta Solenidade da Sagrada Família, Jesus, Maria e José, possamos a aprender com eles a santificar nossas famílias, nunca devemos desprezar a sabedoria de quem muito já viveu, mas, também podemos aprender com os mais novos, se as coisas não estão bem em nossas famílias, não devemos buscar nos outros a culpa deste insucesso, somos nós que devemos incansavelmente trabalhar para transformá-las em uma família santa, o mundo hoje nos oferece tantas coisas que seduz e destrói as nossas famílias, mas, ouvindo as palavras do menino Jesus, devemos sempre saber que o lugar para nossas famílias é na casa do Pai, e que a Sagrada Família nos ilumine nesta caminhada.
Rubens Corrêa

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Jesus nasce pobre para estar perto de quem mais necessita (25/12/2015)

   Hoje meditamos sobre o Natal, vemos que nesta época muitos estão preocupados com a ceia e com presentes, mas, se esquecem do verdadeiro motivo de celebrarmos esta data, neste dia contemplamos o nascimento do menino que mudou o rumo da história, sendo luz para o povo que vivia em meio às trevas, devolvendo a esperança a quem já não acreditava nela, sejamos também nós mensageiros deste Cristo luz do mundo.
   Na primeira leitura (Is 9,1-6.) o profeta Isaías nos diz: “O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. Pois o jugo que oprimia o povo, - a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais - tu os abateste como na jornada de Madiã. Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.”
   A profecia de Isaías nos fala de uma luz que resplandeceu, esta é uma mensagem de esperança para um povo que vivia oprimido, sabemos que foi por amor que Deus deu seu filho ao mundo, este menino que traz de volta ao povo a alegria e a felicidade, ele vem para reinar com justiça e santidade, e seu reinado se estenderá por toda a terra. Hoje somos nós os responsáveis em anunciar a chegada desta luz que resplandece sobre o mundo, nós somos os mensageiros desta boa nova.
   O apóstolo Paulo em sua carta a Tito (Tt 2,11-14.) nos revela: “Caríssimo: A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.”
   Recebendo Jesus em nossas vidas, precisamos abandonar as praticas que não condizem com a atitude de cristãos, Cristo se entregou para nos libertar do pecado e não podemos caminhar novamente ao encontro do pecado, devemos viver neste mundo de forma equilibrada, buscando o caminha da justiça e piedade, nossa missão é ser imagem de Cristo piedoso para este mundo que vive com tantos conflitos, fazer o bem deve ser a nossa tarefa diária rumo a construção do mundo melhor.
   No evangelho (Lc 2,1-14.) vemos o relato do nascimento de Jesus: “Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda terra. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: ‘Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura.’ E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.’”
   Ao nascer em uma manjedoura, Jesus nos dá a sua primeira lição, um menino que veio para salvar a humanidade nascendo em um lugar tão simples que servia de abrigo para animais, e os primeiros a visitar o menino também eram pessoas simples, pastores que passavam a noite nos campos cuidando dos rebanhos, isso mostra que Jesus veio para todos, mas, sobre tudo para os mais necessitados e excluídos da sociedade, ele nasce pobre para estar mais perto de quem mais precisava.
   Em outros trechos dos evangelhos, vemos que José e Maria antes de ir para a manjedoura, procuraram lugar em casas e hospedaria, mas, não encontraram lugar, hoje vemos que em muitos lares Jesus não consegue entrar, estamos ocupando-nos tantas outras coisas e não deixamos espaço para que Jesus haja em nossas vidas, fatalmente se hoje José e Maria buscasse lugar para ter o seu menino, encontraria muitas portas fechadas, até mesmo daqueles que dizem seguir a Jesus.
   Que neste Natal possamos deixar que Jesus entre em nossas vidas e nos transforme profundamente, podemos reunir a família, fazer uma bela ceia e trocar presentes, mas, nunca podemos esquecer-nos do motivo da vinda de Jesus, ele veio para que todos tivessem vida em abundância, e nós somos responsáveis pela continuidade da missão de Jesus, devemos nunca acumular e sempre repartir, não podemos excluir ninguém, devemos reunir todas as ovelhas em único rebanho, que a partir deste Natal possamos ser cada vez mais cristãos e cidadãos conscientes, lutando por um mundo mais justo e fraterno, onde todos tenham seus direitos respeitados e seus deveres cumpridos, que possamos começar aqui na terra o Reino de Deus.
   Um feliz Natal.
Rubens Corrêa

domingo, 20 de dezembro de 2015

Maria, humilde serva na construção do reino de Deus (20/12/2015)

   Chegamos ao quarto domingo do Advento e junto com ele nos vem um convite para refletirmos sobre a humildade de Maria, ela estando grávida do Salvador do mundo se dirige a uma cidade distante para servir sua prima Isabel. Como imaginar que alguém de tamanha importância se colocaria como serva? Somente alguém com muita humildade para demonstrar um grande amor ao próximo, e isso devemos aprender com ela.
   A profecia de Miqueias (Mq 5,1-4a.) nos diz: “Assim diz o Senhor: Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. Deus deixará seu povo ao abandono, até o tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até os confins da terra, e ele mesmo será a Paz.”
   A menor entre todas as cidades e com pouca expressão política para aquele povo, é de lá que nasceria aquele que transformaria o mundo todo, Deus se compadece do sofrimento do seu povo enviando o seu filho para ser luz para o mundo que vive na escuridão, o profeta nos mostra a esperança de que da cidade de Davi nasceria um novo rei que conduziria os homens a viver em paz e seu reinado se estenderia até os confins da terra.
   Na segunda leitura (Hb 10,5-10.) vemos que somos santificados pela oferenda de Cristo, “Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo afirma: ‘Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. Por isso eu disse: Eis que venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’. Depois de dizer: ‘Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado’ – coisas oferecidas segundo a Lei, – ele acrescenta: ‘Eu vim para fazer a tua vontade’. Com isso suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.”
   Jesus, em sua entrega na cruz, nos abre o caminho para a salvação, com sua oferenda nos redime dos nossos pecados e já não há mais a necessidade de novos sacrifícios, ele veio para fazer a vontade do Pai e nos convida a trilhar este novo caminho com humildade e amor, sendo testemunhas do amor de Deus para os nossos irmãos, Jesus conta conosco para espalhar a boa nova pelo mundo todo, esta é a nossa missão.  
   Em seu evangelho (Lc 1,39-45.) Lucas nos diz: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.Com um grande grito exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu’.”
   Mesmo sendo a mãe do Salvador, Maria nutria em si a vontade de servir, fez uma viagem muito difícil para uma jovem gestante, mas, a vontade de servir a sua prima Isabel falava mais alto, ela não se ostentou do privilégio de ter em seu ventre o filho de Deus, em sua pequenez nos deu um grande exemplo de amor ao próximo, olhando para a vida de Jesus entendemos a grandeza do gesto de Maria.
   Isabel, por sua vez se sente agraciada por receber tão ilustre visita, receber a mãe do Senhor em sua casa, reconhecendo em Maria o cumprimento das promessas de Deus para o seu povo, grávida de João Batista, Isabel sente o menino pular em seu ventre e se enche do Espirito Santo.
   Neste mundo, onde todos os dias, aparecem tantas e tantas celebridades que hoje estão em evidencia e que amanhã ninguém sabe por onde anda, vemos no exemplo de Maria algo que deve mover as nossas vidas, não precisamos estar em destaque nas nossas igrejas e na sociedade, devemos saber que somos mais um na construção do reino de Deus, Jesus mesmo nos diz que aquele que quer ser o maior deve ser aquele que serve aos outros, Maria mostrou isso pelos seus humildes gestos e hoje reconhecemos a grandeza de sua doação.
   Que neste domingo possamos nos preparar para o verdadeiro Natal, sabemos que há milhares de pessoas que estão passando fome, que sofrem com a violência, com as drogas e com a corrupção no nosso país, não podemos ser mais um a compactuar com esta situação, devemos ser a voz de Jesus denunciando estas situações de morte para o povo e como Maria nos colocar como humildes servos na construção do mundo melhor, não só para este Natal, mas, para todo o sempre.
 
Rubens Corrêa

sábado, 12 de dezembro de 2015

Com humildade João prepara o caminho do Senhor (13/12/2015)

   Neste terceiro domingo do Advento meditamos sobre a missão de João Batista, um homem rustico que vivia no deserto, mas que em sua humildade demonstrava grande sabedoria sendo um grande profeta que teve a importante missão de preparar o caminho do Senhor, ele em sua pequenez nos convida hoje a abrirmos verdadeiramente o coração para a graça de recebermos Jesus em nossa vida, sabemos que muito temos que aprender com João, este é o tempo favorável.
   Na primeira leitura (Sf 3,14-18ª.) vemos o Senhor agindo com misericórdia resgatando o seu povo, “Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: ‘Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, como nos dias de festa”.”
   Grandes maravilhas fez o Senhor por nós, devemos louvar e bendizer a Deus com todo o nosso ser, permitir que ele possa reinar em nossa vida e em nossa família, o Senhor é que nos defende e nos libertar para vivermos em paz e segurança nos caminhos da sua justiça, é por amor que ele realiza tudo isso, mas cabe a cada um de nós decidir pela adesão ou não, ao seu projeto de salvação, está em nossas mãos, Deus como pai nos espera de braços abertos.
   Em sua Carta aos Filipenses (Fl 4,4-7.) o Apóstolo Paulo nos exorta, “Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus.”
   A nossa alegria deve estar em Jesus Cristo, ele que entregou a sua vida para nos resgatar do pecado, ele ouve a nossa oração levando a nossa súplica diante do Senhor, devemos espalhar a sua mensagem de esperança e amor pelo mundo todo, permitir que todos os habitantes da Terra encontrem a sua misericórdia, Jesus conta conosco para evangelizar o mundo, e essa missão começa em nossa família para depois se difundir por todo o planeta.
   No evangelho (Lc 3,10-18.) aprendemos com João como nos preparar para acolher Jesus em nossa vida, “Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: ‘Que devemos fazer?’ João respondia: ‘Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!’ Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: ‘Mestre, que devemos fazer?’ João respondeu: ‘Não cobreis mais do que foi estabelecido’. Havia também soldados que perguntavam: ‘E nós, que devemos fazer?’ João respondia: ‘Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!’ O povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: ‘Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga’. E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa Nova.”
   Ouvindo as palavras de João, vemos que não há diferença entre a mensagem dele e a de Jesus, ele pregava a partilha e o amor ao próximo, denunciava a corrupção e toda a forma de injustiça, mesmo sendo um profeta com uma missão tão importante, se colocou como mais um humilde servo na construção do reino de Deus, ele soube se esvaziar de si para deixar que Deus agisse em todo o seu ser, sem dúvida nenhuma sabemos o quanto foi importante o legado de João, após ser batizado por ele, Jesus deu inicio a sua caminhada para a salvação do mundo.
   Temos muito que aprender com este profeta, devemos também hoje ser esta voz que clama para o mundo todo, sabemos que como João, somos pequenas pedras na construção do reino de Deus, e com humildade devemos saber o quanto somos errantes neste mundo, mas, em Cristo conseguimos transformar nossas limitações em uma voz forte e firme para denunciar sem medos tudo o que está errado neste mundo, e anunciar a mensagem de fé e esperança para um povo que vive oprimido por um sistema que só acumula e não distribui.
   Que neste domingo, saibamos o quanto Jesus conta conosco para levar vida em meio a tantas situações de morte, isso faz parte da nossa preparação para a chegada do menino Jesus, o tempo advento é para nós um convite à meditação, à reconciliação e ao comprometimento com a causa do mais sofridos, é preciso fazer a voz de Jesus ecoar em todos os cantos do mundo, dizendo, “Eu vim para que todos tenham vida em abundância”, e somos nós que levaremos a voz de Jesus em nossa voz, o sorriso de Jesus em nosso sorriso e a mão de Jesus em nossa mão, acredito que era assim que João agia e é assim de devemos também agir.
Rubens Corrêa

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

"E todas as pessoas verão a salvação de Deus” (06/12/2015)

   A salvação é oferta da ação misericordiosa de Deus para todas as nações: Todos podem ver a salvação de Deus!

Leituras: Baruc 5,1-9; Salmo 125 (126); Filipenses 1,4-6.8-11; Lucas 3, 1-6

Introdução
   O segundo domingo de Advento apresenta-nos um forte apelo de conversão e de renovação da nossa vida pela transformação de tudo o que dificulta a chegada do Senhor. Uma sincera conversão ao projeto de Deus se impõe no Advento.

Celebrando a Palavra
   Lucas nos apresenta uma figura típica do Avento: o precursor, João Batista, que é identificado como filho do sacerdote Zacarias. João Batista proclama um batismo de conversão: preparai os caminhos do Senhor!

   Baruc nos deixa uma boa nova de esperança. Ele chama à confiança mencionando as maravilhas que Deus vai realizar no meio do seu povo. Mesmo diante do sofrimento do exílio é chamado a depositar sua confiança e esperança no Senhor, que não o abandonará.
O salmo é de ação de graças porque o Senhor revela seu amor misericordioso.

   Grandes maravilhas fez por nós o Senhor, por isso exultamos de alegria: Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião, parecia-nos viver um sonho. Da nossa boca brotavam expressões de alegria/e de nossos lábios cânticos de júbilo. Diziam então os pagãos: “O Senhor fez por eles grandes coisas”. Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria. Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as torrentes do deserto. Os que semeiam em lágrimas/ recolhem com alegria. À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.

   A carta aos Filipenses é um hino de ação e graças. Aqui o apóstolo Paulo nos ensina com o exemplo da comunidade de Filipos, que se empenhou na pratica do amor e no crescimento da fé.
O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de dezembro. “Será uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança” (MV, n. 3).

Igreja em missão
   “Bangui torna-se neste dia a capital espiritual do mundo. O Ano Santo da Misericórdia chega adiantado a esta terra; uma terra que sofre, há diversos anos, a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas, simbolizados nesta terra sofredora, estão também todos os países que estão passando através da cruz da guerra. Bangui torna-se a capital espiritual da súplica pela misericórdia do Pai. Todos nós pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, e amo para Bangui, para toda a República Centro-Africana, para o mundo inteiro. Para os países que sofrem a guerra, peçamos a paz. Todos juntos, peçamos amor e paz para o mundo”. (Papa Francisco)
Luis Filipe Dias