segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Este é meu Filho amado! (01/03/2015)

   Introdução
   No tempo da Quaresma, somos todos convidados a realizar o caminho da conversão para celebrarmos a Páscoa da vida, a nova aliança com Deus.
   A liturgia deste domingo nos convida a percorrer o caminho de Jesus, o Filho amado de Deus, que concretiza o projeto de salvação através do dom da vida e nos conduz à vida plena.
   Comunidade apostólica e Comunidade cristã hoje
   O Evangelho descreve a Transfiguração de Jesus, sinal da ressurreição e de sua vitória. A Palavra de Deus nos convida à conversão constante, a abrirmos nosso coração e alimentar nossa esperança na confiança em Deus. A escuta amorosa da Palavra de Deus revigora nossa esperança na construção do Reino de Deus. A fé-compromisso mostra-nos que é possível transfigurar aquilo que desfigura a vida humana.
   A transfiguração acontece através da vivência dos valores do Evangelho, a solidariedade, a partilha e justiça, na nossa capacidade de amar cada vez mais.
Deus nos fala hoje na Liturgia da Palavra
   As leituras bíblicas deste domingo nos apresentam dois exemplos na CAMINHADA DA FÉ: a fé de Abraão e a fé dos Apóstolos. 
   A primeira Leitura fala da fé de Abraão. A narrativa faz parte das "tradições patriarcais", sem caráter histórico. (Gn 22,1-2.9.10-13.15-18)
   Destina-se a apresentar Abraão como MODELO DE FÉ: Ele vive numa constante ESCUTA da Palavra de Deus, aceita os apelos de Deus, e responde com obediência total, mesmo oferecendo o filho Isaac. Abraão ensina a confiar em Deus, mesmo quando tudo parece cair à nossa volta, e quando os caminhos do Senhor se revelam estranhos e incompreensíveis. Sua obediência tornou-se uma fonte de vida família e para todos os povos. O sacrifício de Isaac é símbolo do sacrifício de Jesus. Isaac foi substituído por um cordeiro, Cristo é o verdadeiro Cordeiro sacrificado para a salvação do mundo. 
   Na segunda leitura, Paulo retoma a figura de Isaac, subindo o monte Moriá, com a lenha do sacrifício às costas, como imagem de Cristo que também sobe o monte Calvário, carregando às costas o lenho da Cruz.  É um hino, em que Paulo canta entusiasmado o Amor de Deus. O fundamento de nossa fé é o amor fiel e incondicional a Deus.  (Rm 8,31-34) 
   O Evangelho de Marcos nos fala da fé dos Apóstolos:  Na caminhada para Jerusalém, o primeiro Anúncio da Paixão e Morte de Jesus abalou profundamente a fé dos apóstolos. Desmoronaram seus planos de glória e de poder.
   Para fortalecer essa fé ainda tão frágil Cristo tomou três deles subiu o Monte Tabor e "TRANSFIGUROU-SE".  (Mc 9,2-10)
   Proposta de Pedro: "É bom estar aqui! Vamos fazer três tendas";  Proposta de Deus: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O!“. A transfiguração de Jesus é uma Catequese que revela aos discípulos e a nós Quem é Jesus. Antes de tudo ele é o FILHO AMADO DE DEUS: Um novo MOISÉS que dá ao seu povo uma NOVA LEI e através de quem Deus propõe aos homens uma NOVA ALIANÇA. As figuras de Elias e Moisés ressaltam que a Lei e as Profecias são realizadas plenamente em Jesus.  O mundo se transforma quando acolhemos a voz do Pai.
   Na caminhada para a Páscoa, somos também convidados a subir com Jesus a montanha e,  na companhia dos 3 discípulos, viver a alegria da comunhão com ele.  As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar.  No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da ressurreição e do alto daquele monte ele continua a nos gritar: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O".
  Não desanimemos, os Planos de Deus não conduzem ao fracasso,   mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim. A FÉ EXIGE: Uma Resposta da pessoa a uma Palavra, a uma Promessa; Um Serviço pronto e generoso na Obra de Deus; Uma Ruptura: Deixar a terra dos ídolos que nos prende  e abraçar o desconhecido (experiência de Abraão).
   Escutar atentamente tudo o que Jesus diz, seguindo seus passos com confiança total, mesmo nos momentos difíceis e incompreensíveis. Reconhecer esse Cristo desfigurado, presente na pessoa dos irmãos e estender a mão para servi-los. É fácil reconhecer o Cristo transfigurado no Tabor mais difícil é reconhecê-lo desfigurado no Monte Calvário.
    Ação: Não podemos ficar no Monte de braços cruzados. Descer a montanha foi para os discípulos muito mais difícil do que subi-la.
   Pedro deseja se estabelecer no alto da montanha e ali vivenciar a vida cristã como se fosse um eterno retiro, longe do barulho das pessoas, das cidades. Um lugar ideal para viver de contemplação.
Luis Filipe Dias



sábado, 21 de fevereiro de 2015

Convertei-vos e crede no evangelho! (22/02/2015)

   1°leitura: Gênesis 9,8-15
   A água do diluvio vem nos mostrar a importância da purificação dos pecados. Deus nos chama a viver uma vida de dignidade, onde as impurezas do mundo não cabem na vida cristã, mas não basta lavar as impurezas é preciso uma conversão, uma adesão ao projeto de Deus para que assim não voltemos a pratica de velhas ações que nos levam de novo ao pecado.
   Deus estabelece uma aliança e faz uma promessa que não destruirá mais a terra. Ele deixa um símbolo o arco-íris para nos lembrar do seu amor e de sua promessa.
   2°leitura: 1 Pedro 3,18-22
   Na carta de Pedro encontramos a confirmação da aliança de Deus com seu povo, vendo que seu povo amado e escolhido, mais uma vez cedia às tentações do mundo, buscando a qualquer preço o poder e do ter, Deus renova sua aliança mandando seu filho para a remissão e salvação dos nossos pecados. O justo pelos injustos.
   Pedro faz um comparativo da arca de Noé onde Deus salva oito pessoas e agora com a pessoa de Jesus ele vem salvar toda a humanidade.
   Evangelho: Marcos 1, 12-15
  Já no evangelho de Marcos nos deparamos com Jesus se retirando ao deserto se preparando para sua missão com jejum e orações e sofrendo as mais diversas tentações, no evangelho de Marcos ele não relata quais foram estas tentações, mas nos evangelhos de Mateus e Lucas podemos ver que estas tentações estavam ligadas a ganancia, ao poder, a riqueza e glória. Jesus entendendo sua missão aqui as rejeita, pois veio para nos ensinar que a vontade de Deus é que vivamos como irmãos que ninguém tenha mais do que precise ou que ninguém precise do que não tem, nessa dinâmica somos chamados por Jesus a renunciar de nossas vidas atitudes que produzam a fome, a opressão e morte de nossos irmãos.
   O evangelho nos convida ainda a anunciar através de palavras e ações o projeto de Deus, para isso precisamos entender que "o tempo já se completou e que o reino esta próximo. Então convertei-vos e crede no evangelho". (marcos 1,15)


   A liturgia de hoje e o tempo quaresmal nos ensina que é preciso repensar e mudar nossas atitudes, nos tirar do centro e nos colocar ao lado (não de lado), mas ao lado de nossos irmãos excluídos pelo sistema e muitas vezes por medo ou por preconceito excluídos por nós mesmo. Sendo assim convido a todos a refletir o tema da campanha da fraternidade que foi inspirado nas ações do próprio Jesus "Eu vim para servir".
Rosiani Corrêa Meirelles

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Quarta-feira de Cinzas - A verdadeira piedade (18/02/2015)

   Leituras do dia: Joel 2, 12-18; Salmo 51 (50), 3-4.5-6a.12-13.14 e 17; Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5, 20-6,2; Evangelho de Mateus 6, 1-6.16-18. (COR ROXA)
Introdução
   Com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, damos inicio à nossa Quaresma. Após a Liturgia da Palavra realiza-se o rito da imposição das cinzas, que substitui por si mesmo o Ato penitencial da liturgia.
   Neste tempo de salvação somos ajudados a reconhecer toda a nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. “Convertei-vos e crede no Evangelho” (cf. Mc 1, 15), é aquilo que ouvimos no gesto da imposição das cinzas sobre nossas cabeças. A conversão consiste em crer no Evangelho.

   Conversão de vida
   Neste tempo santo a Campanha da Fraternidade quer nos ajudar em nossa conversão. O tema deste ano de 2015 é: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, com o lema: “Eu vim para servir” (Cf. Mc 10, 45). 
   Recordando a Palavra
   A Quaresma começa, hoje, fazendo ecoar novamente em nossos ouvidos as inquietantes palavras do profeta Joel: “rasgai o coração, e não as vestes” (Jl 2,13).
   Com o Salmo 51 (50) respondemos à exortação do profeta Joel. Este salmo nos transporta do mundo do pecado para o reino da graça. Confessando-nos pecadores e pedindo o perdão de Deus, começamos a ressuscitar: “dai-me de novo a alegria de ser salvo” (v.14).
   Paulo nos convoca, em nome de Cristo, a nos deixar reconciliar com Deus, a não deixar passar em vão a sua graça (2 Cor 5,20;6,1). E o Senhor nos diz: “no momento favorável eu te escutei, no dia da salvação eu te ajudei” (Is 49,8). “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (Cf. 2 Cor 6,2).
   O Evangelho repete três vezes que Deus sabe o que se passa dentro de nós, conhece nossas verdadeiras intenções e os valores para os quais orientamos nossa vida. A oração, a esmola e o jejum, as “obras de piedade” do judaísmo antigo, são gestos que marcam a nossa experiência com Deus, mas podem ser pura exterioridade, não terem ligação alguma com o nosso coração. O Pai é quem sabe com que intenção eu rezo, faço caridade e jejuo.
   Jesus não aboliu as praticas de piedade. Pelo contrário, deu-lhes uma impostação nova. Esse é o modo concreto de vivê-las na perspectiva do Reino.   A verdadeira piedade é, pois, um caminho excelente de encontro com Deus e com os irmãos.
   A conversão quaresmal é sempre um caminho de reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, pecadoras. Conversão é mudança de vida, que consiste em crer no Evangelho, isto é, aderir a ele, viver segundo os ensinamentos de Jesus, entrar no caminho pascal de Jesus que é caminho de salvação.
   A Campanha da Fraternidade nos ajuda a reler e avaliar a sociedade na qual vivemos.
   “Em contraposição à cultura moderna, caracterizada pelo individualismo, relativismo, fundamentalismo e pelo consumismo exacerbado, que gera a cultura do descartável, encontram-se também os sinais da formação de uma nova cultura em muitos homens e mulheres, crentes ou não, que se empenham em construir uma cultura que permita uma maior realização humana, que respeite e ajude a desenvolver a pluridimensionalidade da pessoa humana, sua autonomia e abertura ao outro e a Deus” (Campanha da Fraternidade 2015: Texto-Base. Brasília, Edições CNBB, n. 105).
   “Esta cultura é marcada pelo respeito à consciência de cada um, pela tolerância e abertura à diferença e multiculturalidade, pela solidariedade com todo o ser criado, pela rejeição das injustiças e por uma nova sensibilidade para com os pobres” (CF15, n. 106).

   Palavra de vida para hoje
   Em todas as celebrações litúrgicas, somos desafiados a viver a ligação entre fé e vida. O mistério pascal de Jesus Cristo celebrado na liturgia, ou seja, o mistério de sua morte-ressurreição precisa ser vivido no dia a dia, tanto individualmente como comunitariamente. Na Quaresma, celebramos a Páscoa de Jesus em cada um(a) que se volta ao Senhor de todo o coração e pratica o que é agradável aos seus olhos.
   Exortados à reconciliação com Deus, neste início da Quaresma, participamos da mesa da Palavra e da mesa da Eucaristia, que nos convidam a nos desprendermos dos nossos bens e dividi-los com os outros.
   Trazemos para a Eucaristia os acontecimentos da vida, a realidade pessoal e política. A Eucaristia que celebramos é expressão dinâmica do Cristo Ressuscitado e do Espírito vivificador, que está presente em tudo, renova todas as coisas, transforma nossos corações, fazendo-nos buscar mais profundamente a coerência com o projeto de Deus.
   Os textos bíblicos proclamados nesta Quarta-feira de Cinzas se tornam Palavra viva. Deus continua atuando nos acontecimento de nossa vida diária e em nossa caminhada histórica. A nossa atenção amorosa e abertura do nosso coração nos ajudam a perceber, nas leituras proclamadas, a presença ativa e libertadora de Deus em nossa vida pessoa, comunitária e social. Isto nos ajuda a reconhecer, nos textos sagrados do Primeiro e do Segundo Testamentos, nossa própria vida, nossa história atual, a história de nossa comunidade, da sociedade em que vivemos.
   Neste tempo favorável, a Palavra proclamada na liturgia nos motiva à conversão, à mudança de vida, à intensificação da oração, do jejum, de gestos concretos de solidariedade.
   Para melhor vivermos a liturgia eucarística, precisamos voltar aquela ultima ceia de Jesus. Ele celebrou a ceia na noite em que ia ser entregue. E todas as vezes que celebramos a eucaristia, há pessoas sendo entregues, sofrendo perseguição, passando fome, sendo injustiçadas em nosso pais, em nossa região, em nossa cidade.
   A Eucaristia é sinal profético, que antecipa e apressa o Reino de Deus, que é Reino de fraternidade de partilha. A Eucaristia é sinal de um mundo sem fome, sem miséria, sem exclusão.

   Oração da CF 2015
   Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da Verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do Reino que há de vir. Por Cristo Senhor Nosso.
Todos: Amém.
Luis Filipe Dias

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Em Jesus encontramos a cura física e espiritual (15/02/2015)

   Neste domingo celebramos mais um milagre de Jesus, com a cura do leproso Jesus devolve a dignidade de quem era colocado à margem da sociedade, eram intocáveis, mas, Jesus o traz de volta ao centro da própria história. E nós? Muitas vezes somos colocados fora do convívio social, à margem das atividades da igreja e nos cantos de nossas famílias, e eis que Jesus vem nos resgatar e fazer de nós atores da nossa história.

   Na primeira leitura vemos como eram tratados aqueles que sofriam com a terrível doença da lepra, “O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: Quando alguém tiver na pele do seu corpo alguma inflamação, erupção ou mancha branca, com aparência do mal da lepra, será levado ao sacerdote Aarão ou a um dos seus filhos sacerdotes. Se o homem estiver leproso é impuro, e como tal o sacerdote o deve declarar. O homem atingido por este mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: Impuro! Impuro! Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento.”(Lv 13,1-2.44-46.) Na antiguidade com poucos recursos da medicina, a maneira que acharam para não alastrar a doença era o isolamento, mas, isso poderia se bom para outros, menos para aqueles que além da doença tinham que conviver com o isolamento e a exclusão, hoje em nossa sociedade cheias de recursos e tecnologias, vemos muitos, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, sendo colocado de lado por estarem doentes ou incapazes de acompanhar a velocidade dos nossos dias atuais, nós como cristãos não podemos aderir a esta atitude, em Cristo temos que ser diferentes dos padrões deste mundo, temos que acolher a todos e lutar para que tenham dignidade.

   Em sua carta aos Coríntios, o Apostolo São Paulo nos diz, “Irmãos: Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. Não escandalizeis ninguém, nem judeus, nem gregos, nem a Igreja de Deus. Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos. Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.” (1Cor 10,31-11,1.) Ele nos fala que tudo o que fazemos deve servir a um único proposito, dar glória a Deus, mas, a nossa realidade por diversas vezes vem nos mostrando diferente, muitas vezes buscamos a nossa própria gloria e para isso usamos os irmãos como escadas para que possamos subir nos palcos onde devemos ser reverenciados, é isso mesmo, muitas vezes fazemos dos altares de nossas igreja, sejam elas católicas ou protestantes, um palco para show de publicidade, e nos esquecemos o que estamos anunciando, estas atitudes atrapalham a vida das comunidades, devemos usar o precioso dom que Deus nos deu colocando a serviço do próximo, o caminho só vale a pena, quando todos caminhamos juntos com o mesmo objetivo, revelar o imenso amor de Deus aqueles que mais necessitam.
   No evangelho vemos novamente a misericórdia de Jesus para com aqueles que mais sofrem, “Naquele tempo, um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: Se queres, tens o poder de curar-me. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: Eu quero: fica curado! No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. Então Jesus o mandou logo embora, falando com firmeza: Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles! Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade; ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.”(Mc 1,40-45) Jesus não somente cura este leproso, podemos dizer que ele devolve a vida aquele homem, tocar em um leproso era algo impensável, mas, Jesus faz diferente, ele poderia curar mesmo de longe, só que para Jesus era necessário um toque profundo na vida daquele homem, e assim ele o fez e ainda faz em nosso meio, são muitas situações em que podemos sentir este toque de Jesus em nossa vida, dizendo “Eu quero, fica curado”, e nos diz isso a todo instante, e nós precisamos fazer como aquele homem que acreditou e teve a sua vida transformada. 
   Em nossa vida por diversas vezes estamos rodeados de muitos amigos, pessoas que estão sempre conosco por que temos saúde e vigor, mas, em algum momento da vida podemos ser acometidos de alguma enfermidade que nos tira mais do que a saúde, nos tira também  aqueles que sempre nos acompanhava em nossas atividades, acompanhar um doente não é uma coisa fácil, requer de cada um de nós um amor divino que nos mantem em contato direto com Deus, hoje a realidade de nossa sociedade se assemelha muito como na antiguidade, estamos abandonando as pessoas que não mais consegue nos acompanhar, e nos esquecemos que um dia seremos nós os abandonados, nós como cristão temos que ser para estas pessoas a imagem, o toque e a voz do Cristo dizendo a estas pessoas, “Eu quero, ficam curados”, não falo aqui somente da cura física, mas, principalmente da cura espiritual, este deve ser o nosso grande objetivo, pois um dia o corpo terá que padecer, mas, o espirito permanecerá eternamente saudável e jovem.
   Que a partir deste domingo possamos ser instrumentos nas mãos de Deus, levando a paz, o amor e a esperança que vem direto do coração de Jesus, para as pessoas que vivem em meio as guerras, a violência, as drogas e o ódio, não podemos perder esta batalha, hoje Deus está nos recrutando para ser mensageiros da boa nova, não só levar a palavra a quem está precisando, mas, também lutar para que todos tenham vida plena e abundante, lutar por um mundo repleto de paz e amor, um mundo onde todos viviam com dignidade, sem exclusão, cada um caminhando da forma que conseguem, sem que ninguém fique para trás, é isso que Jesus fez e cabe a cada um de nós que somos seus seguidores continuar a fazer.
Rubens Corrêa

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Em Jesus somos curados para servir com alegria (08/02/2015)

   Neste domingo meditamos sobre a missão que temos de anunciar Jesus em toda a parte, ele nos confia esta missão e também nos capacita para exercê-la, sabemos que em meio a nossa caminhada encontramos muitos obstáculos e as dificuldades são muitas, mas, temos a certeza de que ele sempre está conosco e com sua companhia encontramos a força necessário para completarmos a nossa missão.
   Na primeira leitura Jó nos diz, “Jó disse: Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra? Seus dias não são como dias de um mercenário? Como um escravo suspira pela sombra, como um assalariado aguarda sua paga, assim tive por ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimento. Se me deito, penso: Quando poderei levantar-me? E, ao amanhecer, espero novamente a tarde e me encho de sofrimentos até ao anoitecer. Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança. Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade!”(Jó 7,1-4.6-7.) Deus não nos colocou no mundo atoa, ele tem um proposito para cada um de nós, mas, hoje se faz necessário que aproveitemos o máximo possível o tempo que temos sobre esta terra, a vida passa muito rápido e ficar reclamando da sorte o tempo todo só nos faz perder tempos preciosos para a realização da nossa missão, devemos a todo momento dar graças a Deus por tudo em nossa vida.
   Na segunda leitura o apóstolo São Paulo nos fala, “Irmãos: Pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o evangelho! Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado. Em que consiste então o meu salário? Em pregar o evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos que o evangelho me dá. Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os fracos, eu me fiz fraco, para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.”(1Cor 9,16-19.22-23.) Ele nos revela que a sua missão não foi uma escolha e sim um encargo confiado por Deus, ele faz da oportunidade de pregar o evangelho um motivo de muita alegria e uma grande honra, mas, hoje vemos muitos na contramão deste legado de São Paulo, quanto usam da palavra de Deus para obter benefícios e privilégios, Deus nos convida a fazer a diferença neste mundo, sentindo a alegria de anunciar o reino de Deus a todos que necessitam da sua palavra.
   No evangelho segundo São Marcos, vemos Jesus mais uma vez se compadecendo do sofrimento próximo, “Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los. À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu em frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.”(Mc 1,29-34.) Ao retirar a enfermidade da sogra de Pedro, Jesus desperta nela uma vontade de servir, e ele curou muitas pessoas e ainda hoje tem curado muitos, hoje ele vem libertando muitos dos vícios e criminalidade, mas, precisamos dar contra partida, devemos nos colocar a serviço com fez a sogra de Pedro, para que mais pessoas possam sentir este toque de Jesus em suas vidas.
   Jesus não tinha a intenção de se promover através de milagres, ele realizava para diminuir os sofrimentos do povo, mas, a missão de Jesus vai mais além, “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. Quando o encontraram, disseram: Todos estão te procurando. Jesus respondeu: Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim. E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.”(Mc 1,34-39.) Para muitos ficar seria a atitude mais favorável, mas, Jesus mostra que a missão só está começando e que há muito para fazer, assim também nós devemos sair da zona de conforto e avançar mais adiante.

   Neste domingo percebemos a importância de transmitir ao outros as graças que Deus vem derramando em nossas vidas, devemos ser testemunhas incansáveis desta palavra que é vida, que cura, nutri e liberta, esta palavra que nos impulsiona a realizar mais a favor de quem mais precisa, e mais do que isso, é sentir a alegria de fazer o bem, até mesmo para quem nem sequer conhecemos, esta era a alegria de São Paulo e também de Santa Bakhita, servir com a alegria é tornar o caminho mais fácil, porque sentimos que vale a pena ser percorrido. Que neste domingo possamos sentir a cura de Deus em nossas vidas e que despertemos para a missão, porque o nosso caminho só está no começo e há muito para ser feito.
Rubens Corrêa