domingo, 9 de abril de 2017

Domingo de Ramos – Jesus é nosso Rei e o Amor é a sua Lei (09/04/2017)

Nesse domingo iniciamos a semana santa, é a última semana de preparação para a Páscoa do Senhor.
Com a procissão de Ramos proclamamos que Jesus é o Messias, que Jesus é nosso Rei e relembramos sua entrada triunfal em Jerusalém poucos dias antes de sua Morte e Ressurreição.
Eis o mistério de nossa fé, crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No Evangelho Mateus (Mt 21,1-11.) destaca a entrada de Jesus em Jerusalém aclamado pelo povo como aquele que traz o reino da justiça, Jesus é o Rei que se apresenta como homem simples, humilde e pacífico e vai confrontar-se com o poder econômico, político e religioso.

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! 3Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.
4Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: 5Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”.
6Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. 7Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. 8A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. 9As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”
10Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” 11E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.

Isaias (Is 50, 4-7.) nos mostra que a missão do servo é encorajar os fracos e abatidos, por isso não recua diante das dificuldades, já que tudo que faz é apoiado em Deus.

4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

No salmo 21(22) vemos o desespero de quem, se sente abandonado por Deus, porém ao final vem a certeza de que o temor à Deus lhe trará a salvação.

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
 Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: 'Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'.
 Cães numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos. Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam!
Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
 Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o toda a raça de Israel.

Na Segunda Leitura (Fl 2,6-11.), embora seja Deus, Jesus Cristo se apresenta como homem, abre mão de qualquer privilégio para obedecer a Deus e servir aos homens.

6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame : 'Jesus Cristo é o Senhor', para a glória de Deus Pai.

Anúncio do Evangelho (Mt 27,11-54.), chega o dia do julgamento, a vida se manifesta e a salvação está aberta a todos que confessem que Jesus é o Filho de Deus.

Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, 11Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus declarou: — “É como dizes”. 
12E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13Então Pilatos perguntou: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?” 
14Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. 15Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
“Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?” 
18Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: 
“Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.
20Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. 21O governador tornou a perguntar: “Qual dos dois quereis que eu solte?” Eles gritaram:  “Barrabás”. 
22Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?” Todos gritaram: — “Seja crucificado!” 23Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força:  “Seja crucificado!” 24Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:
“Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!” 
25O povo todo respondeu:— “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.
26Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. 27Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.
28Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
29depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo: — “Salve, rei dos judeus!” 
30Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. 32Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”. 
34Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. 36E ficaram ali sentados, montando guarda. 37Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: — “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. 
38Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. 39As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo: 
40“Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
41Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:
42“A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
44Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. 45Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: — “Eli, Eli, lamá sabactâni?” Que quer dizer: — “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
47Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:— “Ele está chamando Elias!” 
48E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. 49Outros, porém, disseram:— “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!” 
50Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. 51E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. 52Os túmulos se abriram e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram! 53Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. 54O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: — “Ele era mesmo Filho de Deus!”

Hoje, todos nós, exultantes, com ramos nas mãos, proclamamos que Jesus é o Messias, o Ungido. Ao recebê-Lo com as palmas da vitória, damos testemunho de seu triunfo sobre a morte, compreendemos o significado de seu último sinal, quando ressuscitou Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida!” Os ramos abençoados que levaremos para as nossas casas, após a celebração, lembram que todo cristão deve abrir mão de seus privilégios e se doar pela salvação do mundo, contra tudo que destrói a vida, assim como fez Jesus Cristo.
Na liturgia de hoje, Jesus inicia seu caminho em direção ao Calvário, o mesmo povo que cheio de esperança o aclama como Rei, pois acredita que ele irá libertá-lo da opressão política, econômica e religiosa exigirá sua condenação, poucos dias depois, manipulado pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso messias. E incitado pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria de Pôncio Pilatos, governador romano da província, que o condenasse à morte. 
Paciente, Jesus se encaminha para enfrentar sem violência, a humilhação e o aparente fracasso, impostos pela maldade humana. O Domingo de Ramos é marcado, de uma parte, pelo mistério, pelo despojamento e pela entrega total e, de outra, pela glória do Filho de Deus. O relato da Paixão é um convite a entrarmos na Semana Santa, preparando o coração para comemorar a Páscoa.
Acreditar na vida. Crer que o mundo e a vida têm conserto. Isso é celebrar a Páscoa. A descrença é a morte de Deus no coração. A fé nos lembra que o Ressuscitado está e continua conosco no mundo, Ele é nossa vida.
Carla Matos

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