A
liturgia deste Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, nos convida a contemplar
esse Deus que, por amor, veio ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, Se
fez servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem
vencidos. A cruz que a liturgia deste domingo nos apresenta é uma lição maior,
o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a
doação de sua vida por amor.
Primeira
Leitura (Is
50,4-7)

A missão do servo de
Deus é aqui apresentada como forma de ajudar os desanimados com uma palavra de coragem.
Ele mesmo se torna discípulo obediente e não se opõe à vontade do Pai nem se
protege do sofrimento que envolve sua missão num mundo dominado pelo egoísmo e
pela injustiça. Em meio ao sofrimento na realização de sua missão, sente a
presença do Senhor que o defende e o renova. Por isso, não recua diante das
dificuldades e ataques dos inimigos e oferece uma resistência passiva “Ofereci as costas para me baterem e as
faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas”
( Iz.50,6).
Salmo
(Sl 21)
Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me
veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: “Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos, e
por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés,
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas
vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não
fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus,
dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o, toda a
raça de Israel!
O
salmista nos fala antecipadamente, tudo o que Jesus teria de passar durante o
Seu martírio até o momento em que Ele sentiu-se abandonado pelo próprio Deus.
Isso nos leva a pensar nos momentos em que também nos sentimos sem ninguém,
vivendo a nossa dor, solitários no meio da multidão ao nosso redor. São
momentos em que precisamos enfrentar o deserto tão necessário para o nosso
crescimento. Mesmo assim, como Jesus, nós encontramos força para dizer: “anunciarei
o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!”
O Pai, que sofre conosco, mesmo sem percebermos, se alegrará conosco com o
nosso louvor.
Segundo Leitura (Fl 2,6-11)

Este belíssimo trecho
que Paulo nos apresenta hoje em sua carta aos Filipenses, faz uma apresentação
detalhada, muito clara da vida e missão de Jesus. A Sua condição inicial, que
nos alimenta o hoje do Seu compromisso, toda trajetória, de entrega, de amor
pela humanidade. O amor por nós leva-O a assumir a nossa identidade. O mistério
da Sua paixão, da Sua morte como oferenda é pura caridade em favor de todo o
povo, vem de Deus, para habitar conosco, na história e no tempo. Toda sua vida
é serviço e doação, nos assume por inteiro. Identifica-se como homem. Em tudo
igual a nós, menos no pecado. Por amor vem, por amor permanece, por amor dá a
sua vida e nos levará à Deus, Seu Pai e nosso Pai, em sua glória eterna.
Evangelho (Mc 15,1-39
– Forma breve)

5Mas Jesus não respondeu mais nada, de
modo que Pilatos ficou admirado. 6Por ocasião da
Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. 7Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os
bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato. 8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele
fizesse como era costume. 9Pilatos
perguntou: Vós quereis que eu solte o rei dos judeus? 10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam
entregado Jesus por inveja. 11Porém os sumos
sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás. 12Pilatos perguntou de novo: Que quereis então que eu
faça com o rei dos Judeus? 13Mas eles
tornaram a gritar: Crucifica-o! 14Pilatos
perguntou: Mas que mal ele fez? Eles, porém, gritaram com mais força: Crucifica-o!
15Pilatos, querendo satisfazer a
multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser
crucificado. 16Então os soldados o levaram
para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda a tropa. 17Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma
coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça. 18E
começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! 19Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e,
dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. 20Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto
vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a
fim de crucificá-lo. 21Os soldados
obrigaram certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do
campo, a carregar a cruz. 22Levaram Jesus
para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”. 23Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o
tomou. 24Então o crucificaram e repartiram as suas roupas,
tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um. 25Eram nove horas da manhã quando o
crucificaram. 26E ali estava uma inscrição com
o motivo de sua condenação: “O rei dos judeus”. 27Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à
direita e outro à esquerda.(28) 29Os que por ali passavam o insultavam, balançando a
cabeça e dizendo: Ah! Tu que destróis o templo e o reconstróis em três
dias, 30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
com os mestres da lei, zombavam entre si, dizendo: A outros salvou, a si
mesmo não pode salvar! 32O Messias, o rei
de Israel… que desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos! Os que
foram crucificados com ele também o insultavam. 33Quando chegou o meio-dia, houve escuridão sobre
toda a terra, até as três horas da tarde. 34Pelas três da
tarde, Jesus gritou com voz forte:Eloi, Eloi, lamá sabactâni? Que quer dizer:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 35Alguns
dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram: Vejam, ele está chamando
Elias! 36Alguém correu e embebeu uma
esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo:
Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz. 37Então Jesus deu
um forte grito e expirou.
(Todos se ajoelham ou se inclinam por
um instante.)
38Nesse momento a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes. 39Quando o oficial
do exército, que estava bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado,
disse: Na verdade, este homem era Filho de Deus! – Palavra da
salvação. – Glória a vós, Senhor.

A entrada de Jesus na cidade de Jerusalém nos desperta para uma grande realidade: Assim como Ele mudou o mundo não com armas, mas com o seu amor infinito e incondicional, nós, seus seguidores, também podemos contribuir para um mundo melhor, podemos derrubar o poder das armas derramando na sociedade a palavra e a bondade divina. Para isso basta humildade, muita fé, prática da justiça, dedicação, coragem...Amados e queridos irmãos e irmãs ótima e abençoada Semana Santa. Paz e bem! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
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Marlene Coelho Resstel |
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