sábado, 29 de agosto de 2015

Louvar a Jesus além das tradições, louvar com os lábios e com os corações (30/08/2015)

   Neste domingo Jesus nos convida a meditar sobre o pesado fardo que muitas vezes são impostos aos nossos irmãos, vemos que há muito rigor em se manter as tradições deixando-se perder o que é essencial para seguir o evangelho de Cristo, com Jesus aprendemos a valorizar mais as pessoas, seguindo os seus mandamentos e ajudando o nosso irmão a ser melhor, o mestre nos ensina que o caminho para o Reino de Deus se percorre na estrada da misericórdia e do amor ao próximo, e nunca na estrada da condenação e da marginalização, Jesus é a nossa inspiração.
   No livro do Deuteronômio (Dt 4,1-2.6-8.) vemos que Moises ensina as leis de Deus orientando o povo a cumpri-la para que tomasse posse da terra prometida pelo Senhor. Pediu para que guardasse os mandamentos do Senhor sem que acrescentasse e retirasse nada da palavra de Deus. Guardando e praticando os mandamentos do Senhor, esta nação mostra a sua sabedoria e inteligência perante aos outros povos, nenhuma outra tem deuses tão próximo, o nosso Deus se faz presente sempre que é invocado. Como são justos os decretos e leis desta nação, isto demonstra a sua grandeza diante de todos os povos.
    Um povo que caminhava durante quarenta anos no deserto, rumo à terra prometida por Deus necessitava de regras que disciplinasse a convivência entre eles, no Egito eles seguiam as ordens do faraó e na nova terra sem as leis de Deus, cada um poderia agir conforme a sua vontade, fazendo-a prevalecer sobre a vontade alheia, certamente haveria muitas disputas e muitas mortes, convivendo em harmonia segundo as leis de Deus este povo demonstraria a sua grandeza. Hoje vemos tantas transgressões à lei e muitas vezes isso é colocado como normal, vivemos em um mundo repleto de corrupção, opressão e violência, o ser humano mostra-se tão cruel não respeitando nem a lei de Deus e nem a lei dos homens, Deus nos convida a voltar para o seu caminho de justiça onde encontraremos a sua paz.
   Na segunda leitura (Tg 1,17-18.21b-22.27.) o apóstolo Tiago nos diz, “Irmãos bem-amados: Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto; descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação. De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas. Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.”
   São Tiago nos convida a sermos praticantes da palavra e não meros ouvintes, recebemos como presentes de Deus os preciosos dons, ele nos gerou pela palavra da verdade e nós precisamos colocar estes dons a serviço daqueles que mais necessitam, a palavra de Deus se torna vida, quando inspirada por ela proporcionamos o bem estar do próximo, esta palavra deve estar viva em nossa boca e em nosso coração, seguindo a Jesus Cristo, juntos lutamos para transformar o mundo e nunca nos deixamos contaminar por ele, gratuitamente recebemos estes dons de Deus, e é de forma gratuita que o colocamos a serviço de um mundo de justiça e paz para todos sem distinção.
   No evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23.) vemos que alguns fariseus e mestres da lei questionam Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” Os Judeus tem a tradição de se purificar sempre que retornam para suas casas e seguem os costumes de como lavar copos, jarras e vasilhas de cobre, jamais tomam a refeição sem se lavar. Mas Jesus os responde: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. E chamando a multidão disse-lhes que o que torna o homem impuro não é aquilo que ele come e sim o que sai do seu coração, “Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.
   Não adianta seguir todas as tradições e no dia-a-dia praticar tantas iniquidades, vivemos em um país de maioria cristã e como explicar tantas violências, fome e corrupção, muitos enxergam na religião uma tradição e se esquecem de seguir os exemplos de Jesus, vivem dentro das igrejas, católicas ou protestantes, louvando e meditando a palavra, mas, parece que como mágica ao passar da porta da igreja, esquecem de tudo o que Jesus pediu, roubam, desviam, adulteram, oprimem, matam, corrompem e são corrompidos, bem disse Jesus, “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos”.
   Jesus nos convida a viver a religião não como tradição, a palavra de Deus deve estar viva em cada momento das nossas vidas, em cada ação que praticamos dentro e fora da igreja, ele deu a vida para que tenhamos vida, e nos entregou a missão de fazer com que os outros também tenham vida em abundância, podemos seguir as tradições, mas, ela não deve ser colocada acima dos mandamentos de Deus. Porque devemos nos importar mais com a cor da toalha que cobrimos o altar enquanto o irmão durante as noites frias não tem com que se cobrir para se aquecer?
   Dentro das igrejas buscamos a força necessária que nos serve de impulso para a atuação no mundo, Jesus subia ao monte para orar e sempre que descia ia direto para o meio do povo para anunciar que Deus é Pai, e ele não quer que nenhum de seus filhos se perca pelo caminho, como discípulos de Jesus devemos lutar por um mundo melhor, livre da fome, violência, injustiça, opressão, drogas e corrupção, é hora de transformar este mundo pelo amor e pela palavra de Deus, e ela se faz viva em nosso coração e em nossos lábios, e ele conta conosco para esta missão, não podemos nos omitir.
Rubens Corrêa

sábado, 22 de agosto de 2015

Eu e a minha família serviremos ao Senhor (23/08/2015)

   Jesus nos convida a meditar neste domingo sobre a solidez da nossa fé, muitas vezes esperamos ouvir aquilo que nos é agradável e esperamos da palavra de Deus somente aquilo que nos convém, Jesus não veio ao mundo para tentar agradar a todos, ele proferiu as palavras certas para as pessoas certas, ele anunciou um reino onde todos somos irmãos e que os direitos são iguais para todos, mas, também não cessou em denunciar toda a forma de opressão que impunha um pesado fardo nos ombros dos mais desvalidos, tanto a opressão politica quanto a opressão religiosa. As palavras de Jesus são espirito e vida, e que ela ilumine a nossa caminhada.
   Na primeira leitura (Js 24,1-2a.17-17.18b.) vemos que Josué em Siquém reuniu todas as tribos de Israel, com seus anciãos, chefes, juízes e magistrados, apresentando diante de Deus. Ele disse ao povo: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses, a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. E o povo respondeu a Josué, longe de nós abandonarmos o Senhor que proveu tão generosamente a favor deste povo, “Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”.
   Em nossa jornada muitas vezes nos afastamos do caminho do Senhor, as seduções do mundo nos faz praticar muitas coisas que não condiz com as atitudes de um bom cristão, vemos que diversas pessoas que frequentam e até atuam como lideranças nas igrejas, católicas e protestantes, que vivem em meio à corrupção, usam os cargos confiados a eles para a ascensão financeira pessoal ou do seu grupo, é preciso escolher a quem serviremos, somos os mesmos, dentro e fora das igrejas, e não podemos ter atitudes diferentes quando saímos da igreja para o mundo, é preciso decidir agora qual caminho seguiremos.
   O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios (Ef 5,21-32.) nos diz: “Irmãos: Vós, que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros. As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o Salvador do seu Corpo. Mas, como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Ele quis assim torná-la santa, purificando-a com o banho da água unida à Palavra. Ele quis apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível. Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; e nós somos membros do seu corpo! Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja.”
   Não podemos pensar que o fato da mulher se submeter ao seu marido, irá tirar-lhe a vida própria, o sentido de submissão é uma pequena parte em um contexto mais global, os maridos devem amar, cuidar, nutrir e prover, para que a mulher sinta-se feliz e amparada, não se pode separar uma coisa da outra, penso que hoje os casais devem mutuamente serem submissos, um se submeter ao outro, e isso também se repete ao amar, cuidar, nutrir e prover, ninguém odeia a própria carne e ao casarmos formamos uma só carne, um só espirito e um só coração, o excesso de individualismo está destruindo muitos lares, casais que não se entende estão construindo uma sociedade de filhos frustrados, precisamos resgatar o verdadeiro sentido de se formar uma família, cuidando bem das famílias prepararemos bons cidadãos para o mundo.
   No evangelho segundo João (Jo 6,60-69.) vemos que alguns dos que seguiam Jesus murmuravam contra as durezas das palavras que ele proferia, como era difícil seguir o que ele dizia, mas Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem”. Ele conhecia o coração de cada um e disse ainda que ninguém poderia ir a ele se não fosse concedido pelo Pai, a partir daí muitos deixaram de segui-lo, e olhando para os doze ele perguntou: “Vós também vos quereis ir embora?” E Simão respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
   Observando as nossas igrejas e a nossa sociedade, nos deparamos com situações que as pessoas tentam manipular as coisas a seu favor, acredito que aqueles que viraram as costas e não mais seguiram a Jesus, queriam na verdade molda-lo as suas necessidades, não pensavam no bem comum e em direitos iguais, queriam realmente aproveitar das benesses de serem discípulos de Jesus, digamos que para eles ser discípulos seria o equivalente aos cargos comissionados da política de hoje, mas, a mensagem de Jesus era bem diferente disso, para ele todos tinham direitos e deveres iguais, quem mais possuía devia prover para aqueles que nada possuíam, sendo assim, o projeto não agradou e eles o abandonaram.
   Que neste domingo o Espirito Santo nos ilumine para que possamos entender e praticar verdadeiramente a palavra de Deus, chega de manipulações em nossa igrejas e em nossa sociedade, onde muitas vezes se usam a palavra de Deus para obter lucros e oprimir o povo, precisamos, como Pedro, reconhecer que em Jesus encontramos as palavras de vida eterna, e que nos salva, liberta, alimenta e nos impulsiona para anunciar a todo o mundo a boa nova de Jesus, famílias bem estruturadas para formar uma nova civilização, mas, para isso é preciso decidir a quem queremos servir, eu e a minha família serviremos ao Senhor.
Rubens Corrêa

sábado, 15 de agosto de 2015

Assunção de Nossa Senhora, Maria modelo de amor ao próximo (16/08/2015)

   Neste domingo celebramos a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, vemos em Maria modelo de mulher, esposa e mãe, ela é a grande inspiração para nossa vida, pois sendo alguém tão especial, mãe do Salvador, se fez de humilde serva do Senhor colocando-se a serviço dos que mais necessitava, ela acompanhou Jesus do nascimento ao calvário, e junto com os Apóstolos recebeu a grande noticia da ressurreição do seu filho, foi ela quem primeiro recebeu o Cristo, fez do seu ventre um sacrário vivo para abrigar o Salvador do mundo.
   O livro do Apocalipse (Ap 11,19a;12,1.3-6a.10ab.) nos revela um grande sinal no céu, junto com a Arca da Aliança surge uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas, aparece também um dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres, com a calda ele lançava contra a terra a terça parte das estrelas do céu, ele se colocou diante da mulher que estava prestes a dar a luz, pronto para devorar o filho logo que nascesse. Eis que nasceu aquele que veio para governar o mundo com cetro de ferro, mas o filho foi levado para junto de Deus e seu trono, e a mulher se retirou para o deserto, onde Deus havia lhe preparado um lugar. E do céu uma voz forte proclamou: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.
   Esta passagem bíblica faz ligação entre a antiga e a nova aliança, a mulher grávida vestida de sol com a lua debaixo dos pés representa que a esperança venceu o medo, que a vida venceu a morte, a luz venceu as trevas, é em Jesus filho de Maria que encontramos vida plena mesmo quando tudo é desfavorável. O dragão pronto para devorar o filho representa as seduções do mundo, prontas para nos afastar de Deus, hoje muitas coisas podem nos tirar do caminho da salvação, as drogas, a prostituição, a ganancia, o ódio, a intolerância, a violência e a corrupção, são estes alguns dos dragões que estão prontos para devorar os nossos princípios cristãos, mas nós não podemos permitir que estas coisas nos tire da presença de Deus, pois Jesus nos espera de braços abertos em seu trono majestoso. Devido a sua importância para o projeto de Deus, Maria recebeu um lugar de destaque reservado por Deus, ela intercede junto ao filho, por cada um de nós.
    Em sua carta aos Coríntios (1Cor 15,20-27a.) o Apóstolo Paulo nos diz: “Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Com efeito, Deus pôs tudo debaixo de seus pés.”
   Por Adão o mundo conheceu o pecado, e em Jesus fomos libertos desta mancha original, ele vem nos libertar do poder da morte, pois ressuscitado, ele é fonte inesgotável de vida eterna, e esta vida ele nos oferece por meio do seu corpo e seu sangue, pão e vinho, alimento perene para a vida eterna. Ressurgido da morte para a vida, Jesus mostra toda a realeza de Deus, nenhum inimigo poderá vencê-lo, pois tudo está debaixo de seus pés, ele deve estar em primeiro lugar em nossas vidas e depois, Maria que trouxe a salvação ao mundo, e todos aqueles que nos leva a seguir o caminho de Jesus.
   No evangelho segundo São Lucas (Lc 1,39-56.), ao saber da gravidez de Isabel, Maria com Jesus em seu ventre, parte para a cidade da Judeia para encontrar e ajudar a sua prima gestante, Izabel ao receber sua saudação sentiu a criança mexer em seu ventre, ficou cheia do Espirito Santo e exclamou, “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
   Após ouvir as palavras de Izabel, Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
   Maria com seu filho no ventre enfrenta uma cansativa viajem para servir sua prima também gestante, vemos na figura de Izabel uma pessoa surpresa ao receber uma visita tão importante e ela proclama que Maria é bendita por que acreditou e disse sim ao projeto de Deus para a salvação do mundo, Maria por sua vez reconhece que é apenas uma humilde serva e que Deus é quem realiza grandes coisas a seu favor, o magnificat é um canto de esperança que Maria entoa a Deus, reconhecendo a grandeza e a fidelidade de Deus com seu povo.
   Que neste domingo, possamos aprender com Maria como ser humilde e como se colocar a serviço de quem mais precisa, ela que é modelo de serva obediente de Deus nos serve de inspiração para a nossa missão, neste mundo cheio de egoísmo, necessitamos de mais pessoas como Maria, e é difícil entender, que mesmo sendo grande em nosso país e no mundo a devoção por Maria, vemos tantas pessoas sendo humilhadas pela violência, fome, opressão, guerras e corrupção. O que está acontecendo com aqueles que dizem seguir os exemplos de Maria e de Jesus? Algo está errado, devemos deixar de venerar as imagens nos altares de tantas igrejas e passar a venerar Maria em seu caminho para servir a Izabel, e a melhor forma de venerar é também se colocar a serviço do próximo, esta é a mais sincera oração de louvor a Deus, era assim que Maria louvava e é assim que devemos também louvar. 
Rubens Corrêa

sábado, 8 de agosto de 2015

Jesus é o verdadeiro pão que alimenta a nossa missão (09/08/2015)

   Meditamos neste domingo, Jesus como verdadeiro pão descido do céu para dar vida eterna a todos aqueles que nele crerem, em nosso dia-a-dia com tanto por fazer nos esquecemos de colocar Jesus como o centro de nossas vidas, sabemos que é ele que revigora as nossas forças permitindo que sigamos a nossa missão sem desanimar, então precisamos constantemente nos alimentar deste dom gratuito e transformar toda a nossa vida pela força que emana de Jesus.
   Vemos na primeira leitura (1Rs 19,4-8.) que o profeta Elias em sua jornada deserto adentro, encontra-se sem forças e desanimado para continuar, “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. Sem ter como continuar adormeceu à sombra do junípero, mas um anjo do Senhor o tocou e mandou que levantasse e comesse, abrindo os olhos viu um pão assado debaixo de cinzas e um jarro de água, depois de se alimentar e saciar a sede, voltou a dormir, mas, o anjo veio pela segunda vez e disse, “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”.  Levantou, comeu e bebeu, e este alimento deu-lhe a força necessária para caminhar durante quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.
   Em nossa caminhada com tantas dificuldades, muitas vezes nos encontramos desanimados e não vemos como continuar o nosso caminho, perseguições, mentiras, fofocas, dificuldades financeiras, problemas familiares e a corrupção, são alguns dos fardos que tiram nossas forças fazendo com que nos sintamos vencidos e abandonamos a nossa missão, mas, Deus vem nos dar vida nova alimentando-nos do verdadeiro pão e saciando a nossa sede de justiça, ele nos capacita novamente para seguir a nossa jornada, e com as forças renovadas para lutar por um mundo melhor, só precisamos confiar e caminhar conforme a sua força nos conduz.
   O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios (Ef 4,30-5,2.) nos diz que Deus nos marcou com o selo para o dia da libertação. Tudo que é ruim desaparecerá do nosso meio, seremos libertos de toda a forma de maldade. Devemos ter compaixão e bondade uns com os outros, como Deus nos perdoou, também devemos nos perdoar mutuamente. O amor deve ser a força que nos move, o mesmo amor que fez Cristo se entregar por nós, e como filhos, devemos ser imitadores do Pai que nos ama de forma incondicional.
   A medida das nossas ações deve ser o amor, não podemos esperar somente que coisas boas aconteçam conosco enquanto em nossas atitudes somente realizamos o mal para os outros, como Jesus, devemos espalhar o bem em tudo que fizermos, o amor deve conduzir a nossa caminhada, mesmo quando somos odiados e perseguidos, com Jesus foi assim, e nós que somos muito menos que ele, também não iremos agradar a todos, a certeza que temos é que o Pai nos ama muito e esse amor nos basta para espalhar coisas boas ao mundo todo.
   No evangelho (Jo 6,41-51.) vemos os judeus murmurando contra a afirmação de Jesus, diziam eles, “Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode então dizer que desceu do céu?” A eles Jesus responde, “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: Todos serão discípulos de Deus. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
   Como alguém saído do meio do povo, poderia oferecer algo tão especial? Como desceu do céu se conhecemos o seu pai e sua mãe? Os judeus fecharam as suas mentes pensando somente no material, mas, Jesus vai muito além do material, ele é o pão espiritual que alimenta a nossa fé nos impulsionando para transformação do mundo. Nós muitas vezes pensamos como os judeus, não acreditando na força que nasce do meio do povo e ficamos olhando constantemente para o céu esperando que venham de Deus todas as soluções dos nossos problemas, ao enviar Jesus como o verdadeiro pão descido do céu, Deus quer que sejamos nós os atores principais na construção do Reino de Deus, Jesus nos alimenta e anima a nossa missão.
   Que neste domingo, dia dos pais, possamos ser instrumentos nas mãos de Deus para tornar este mundo melhor para todos, e esta melhora começa em nossas famílias, pois não se pode tornar este mundo melhor com as famílias desestruturadas, os bons cidadãos e bons cristãos nascem de boas famílias, nós como pais, mães e filhos, precisamos viver além do material e nos unir também no espiritual, “Família célula fecunda, transformadora da sociedade”.
   Com amor de Pai, Deus nos ama e nos envia como testemunhas para o mundo, alimentados por Jesus, o verdadeiro pão descido do céu, nos sentimos fortes e aptos para esta missão, com ele nunca desanimamos e temos uma longa jornada pela frente, e não estamos sozinhos, basta olhar para os lados e ver que como muitos já caminham ao nosso lado, e no amor devemos ser sustentados e sustentar a caminhada uns dos outros, rumo ao mundo de justiça, amor e paz para todos sem distinção.
Rubens Corrêa