sábado, 22 de agosto de 2015

Eu e a minha família serviremos ao Senhor (23/08/2015)

   Jesus nos convida a meditar neste domingo sobre a solidez da nossa fé, muitas vezes esperamos ouvir aquilo que nos é agradável e esperamos da palavra de Deus somente aquilo que nos convém, Jesus não veio ao mundo para tentar agradar a todos, ele proferiu as palavras certas para as pessoas certas, ele anunciou um reino onde todos somos irmãos e que os direitos são iguais para todos, mas, também não cessou em denunciar toda a forma de opressão que impunha um pesado fardo nos ombros dos mais desvalidos, tanto a opressão politica quanto a opressão religiosa. As palavras de Jesus são espirito e vida, e que ela ilumine a nossa caminhada.
   Na primeira leitura (Js 24,1-2a.17-17.18b.) vemos que Josué em Siquém reuniu todas as tribos de Israel, com seus anciãos, chefes, juízes e magistrados, apresentando diante de Deus. Ele disse ao povo: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses, a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. E o povo respondeu a Josué, longe de nós abandonarmos o Senhor que proveu tão generosamente a favor deste povo, “Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”.
   Em nossa jornada muitas vezes nos afastamos do caminho do Senhor, as seduções do mundo nos faz praticar muitas coisas que não condiz com as atitudes de um bom cristão, vemos que diversas pessoas que frequentam e até atuam como lideranças nas igrejas, católicas e protestantes, que vivem em meio à corrupção, usam os cargos confiados a eles para a ascensão financeira pessoal ou do seu grupo, é preciso escolher a quem serviremos, somos os mesmos, dentro e fora das igrejas, e não podemos ter atitudes diferentes quando saímos da igreja para o mundo, é preciso decidir agora qual caminho seguiremos.
   O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios (Ef 5,21-32.) nos diz: “Irmãos: Vós, que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros. As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o Salvador do seu Corpo. Mas, como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Ele quis assim torná-la santa, purificando-a com o banho da água unida à Palavra. Ele quis apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível. Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; e nós somos membros do seu corpo! Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja.”
   Não podemos pensar que o fato da mulher se submeter ao seu marido, irá tirar-lhe a vida própria, o sentido de submissão é uma pequena parte em um contexto mais global, os maridos devem amar, cuidar, nutrir e prover, para que a mulher sinta-se feliz e amparada, não se pode separar uma coisa da outra, penso que hoje os casais devem mutuamente serem submissos, um se submeter ao outro, e isso também se repete ao amar, cuidar, nutrir e prover, ninguém odeia a própria carne e ao casarmos formamos uma só carne, um só espirito e um só coração, o excesso de individualismo está destruindo muitos lares, casais que não se entende estão construindo uma sociedade de filhos frustrados, precisamos resgatar o verdadeiro sentido de se formar uma família, cuidando bem das famílias prepararemos bons cidadãos para o mundo.
   No evangelho segundo João (Jo 6,60-69.) vemos que alguns dos que seguiam Jesus murmuravam contra as durezas das palavras que ele proferia, como era difícil seguir o que ele dizia, mas Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem”. Ele conhecia o coração de cada um e disse ainda que ninguém poderia ir a ele se não fosse concedido pelo Pai, a partir daí muitos deixaram de segui-lo, e olhando para os doze ele perguntou: “Vós também vos quereis ir embora?” E Simão respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
   Observando as nossas igrejas e a nossa sociedade, nos deparamos com situações que as pessoas tentam manipular as coisas a seu favor, acredito que aqueles que viraram as costas e não mais seguiram a Jesus, queriam na verdade molda-lo as suas necessidades, não pensavam no bem comum e em direitos iguais, queriam realmente aproveitar das benesses de serem discípulos de Jesus, digamos que para eles ser discípulos seria o equivalente aos cargos comissionados da política de hoje, mas, a mensagem de Jesus era bem diferente disso, para ele todos tinham direitos e deveres iguais, quem mais possuía devia prover para aqueles que nada possuíam, sendo assim, o projeto não agradou e eles o abandonaram.
   Que neste domingo o Espirito Santo nos ilumine para que possamos entender e praticar verdadeiramente a palavra de Deus, chega de manipulações em nossa igrejas e em nossa sociedade, onde muitas vezes se usam a palavra de Deus para obter lucros e oprimir o povo, precisamos, como Pedro, reconhecer que em Jesus encontramos as palavras de vida eterna, e que nos salva, liberta, alimenta e nos impulsiona para anunciar a todo o mundo a boa nova de Jesus, famílias bem estruturadas para formar uma nova civilização, mas, para isso é preciso decidir a quem queremos servir, eu e a minha família serviremos ao Senhor.
Rubens Corrêa

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