segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Este é meu Filho amado! (01/03/2015)

   Introdução
   No tempo da Quaresma, somos todos convidados a realizar o caminho da conversão para celebrarmos a Páscoa da vida, a nova aliança com Deus.
   A liturgia deste domingo nos convida a percorrer o caminho de Jesus, o Filho amado de Deus, que concretiza o projeto de salvação através do dom da vida e nos conduz à vida plena.
   Comunidade apostólica e Comunidade cristã hoje
   O Evangelho descreve a Transfiguração de Jesus, sinal da ressurreição e de sua vitória. A Palavra de Deus nos convida à conversão constante, a abrirmos nosso coração e alimentar nossa esperança na confiança em Deus. A escuta amorosa da Palavra de Deus revigora nossa esperança na construção do Reino de Deus. A fé-compromisso mostra-nos que é possível transfigurar aquilo que desfigura a vida humana.
   A transfiguração acontece através da vivência dos valores do Evangelho, a solidariedade, a partilha e justiça, na nossa capacidade de amar cada vez mais.
Deus nos fala hoje na Liturgia da Palavra
   As leituras bíblicas deste domingo nos apresentam dois exemplos na CAMINHADA DA FÉ: a fé de Abraão e a fé dos Apóstolos. 
   A primeira Leitura fala da fé de Abraão. A narrativa faz parte das "tradições patriarcais", sem caráter histórico. (Gn 22,1-2.9.10-13.15-18)
   Destina-se a apresentar Abraão como MODELO DE FÉ: Ele vive numa constante ESCUTA da Palavra de Deus, aceita os apelos de Deus, e responde com obediência total, mesmo oferecendo o filho Isaac. Abraão ensina a confiar em Deus, mesmo quando tudo parece cair à nossa volta, e quando os caminhos do Senhor se revelam estranhos e incompreensíveis. Sua obediência tornou-se uma fonte de vida família e para todos os povos. O sacrifício de Isaac é símbolo do sacrifício de Jesus. Isaac foi substituído por um cordeiro, Cristo é o verdadeiro Cordeiro sacrificado para a salvação do mundo. 
   Na segunda leitura, Paulo retoma a figura de Isaac, subindo o monte Moriá, com a lenha do sacrifício às costas, como imagem de Cristo que também sobe o monte Calvário, carregando às costas o lenho da Cruz.  É um hino, em que Paulo canta entusiasmado o Amor de Deus. O fundamento de nossa fé é o amor fiel e incondicional a Deus.  (Rm 8,31-34) 
   O Evangelho de Marcos nos fala da fé dos Apóstolos:  Na caminhada para Jerusalém, o primeiro Anúncio da Paixão e Morte de Jesus abalou profundamente a fé dos apóstolos. Desmoronaram seus planos de glória e de poder.
   Para fortalecer essa fé ainda tão frágil Cristo tomou três deles subiu o Monte Tabor e "TRANSFIGUROU-SE".  (Mc 9,2-10)
   Proposta de Pedro: "É bom estar aqui! Vamos fazer três tendas";  Proposta de Deus: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O!“. A transfiguração de Jesus é uma Catequese que revela aos discípulos e a nós Quem é Jesus. Antes de tudo ele é o FILHO AMADO DE DEUS: Um novo MOISÉS que dá ao seu povo uma NOVA LEI e através de quem Deus propõe aos homens uma NOVA ALIANÇA. As figuras de Elias e Moisés ressaltam que a Lei e as Profecias são realizadas plenamente em Jesus.  O mundo se transforma quando acolhemos a voz do Pai.
   Na caminhada para a Páscoa, somos também convidados a subir com Jesus a montanha e,  na companhia dos 3 discípulos, viver a alegria da comunhão com ele.  As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar.  No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da ressurreição e do alto daquele monte ele continua a nos gritar: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O".
  Não desanimemos, os Planos de Deus não conduzem ao fracasso,   mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim. A FÉ EXIGE: Uma Resposta da pessoa a uma Palavra, a uma Promessa; Um Serviço pronto e generoso na Obra de Deus; Uma Ruptura: Deixar a terra dos ídolos que nos prende  e abraçar o desconhecido (experiência de Abraão).
   Escutar atentamente tudo o que Jesus diz, seguindo seus passos com confiança total, mesmo nos momentos difíceis e incompreensíveis. Reconhecer esse Cristo desfigurado, presente na pessoa dos irmãos e estender a mão para servi-los. É fácil reconhecer o Cristo transfigurado no Tabor mais difícil é reconhecê-lo desfigurado no Monte Calvário.
    Ação: Não podemos ficar no Monte de braços cruzados. Descer a montanha foi para os discípulos muito mais difícil do que subi-la.
   Pedro deseja se estabelecer no alto da montanha e ali vivenciar a vida cristã como se fosse um eterno retiro, longe do barulho das pessoas, das cidades. Um lugar ideal para viver de contemplação.
Luis Filipe Dias



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