terça-feira, 2 de setembro de 2014

Amor que liberta! (07/09/2014)

   Estamos agora no capitulo 18 de Mateus. Jesus neste quarto discurso estabelece um diálogo com os seus discípulos, tendo sempre Pedro como o protagonista. Estes discípulos, somos todos nós, na medida em que nos propomos seguir os seus passos.
   No Evangelho segundo Mateus, a comunidade cristã ou igreja é designada como ecclesia. Ela é chamada a ser sinal do reino de Deus na história, até que esta chegue à sua plenitude. Isso exige dos membros da Igreja (comunidade eclesial) atitudes concretas e diferenciadas no cuidado do irmão e da irmã pela prática da Lei do amor: a vivência do mandamento do amor a si mesmo e ao próximo. Assim na comunidade cristã, somos responsáveis uns pelos outros. Até mesmo quando um irmão ou irmã erra. A pedagogia de Jesus apresentada no evangelho tem três passos fundamentais: o primeiro passo é ir ao encontro do irmão e corrigi-lo em particular (v.15). Se ele conseguiu voltar ao seu caminho cristão, nossa missão foi perfeita. Se isso não aconteceu, temos ainda outras atitudes a desenvolver: chamar uma ou duas pessoas da comunidade para ajuda-lo (v.16). Se ele ainda não conseguiu retornar o caminho cristão, arrependendo-se do erro, teremos ainda a possibilidade de reconduzi-lo à Igreja (ecclesia) para uma última chance (v.17).
   Evangelho de vida para hoje
  Jesus sempre se apresenta muito exigente quando se trata de seguir o seu caminho. No domingo Ele nos falava do desprendimento das coisas que nos impedem de o seguir e apontava o caminho da cruz. Hoje Ele nos lança o apelo para deixarmos de lado aquilo que nos distrai nesse caminho de vida. Deixamo-nos seduzir muitas vezes pelos “espirito do mundo” com todos os seus apelos atraentes e nos descuidamos nos caminho de Deus.
   Nosso desejo muitas vezes é fazer justiça para consertar o mundo tomando atitudes de justiceiros em vez dos caminhos da justiça de Deus. Nossa missão é a de recuperar o irmão ou irmã que erraram nos caminhos da vida. Devemos buscar todos os meios para ajudar e não fechar portas aos nossos irmãos e irmãs que necessitam poio e ajuda concreta.
   Somos convidados a desenvolver a arte de viver em sociedade na tolerância e no respeito. “O amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,8-10). Esse amor se traduz no esforço constante de sermos “sentinelas” da comunidade cristã, missão estabelecida pelo próprio Deus no Antigo Testamento falando aos profetas (Ez 33, 7-9) que velam pelo povo.
   O Grito dos Excluídos sempre atual
   No dia 7 de setembro de 1822 foi proclamada a Independência do Brasil. Para marcar esse dia, a CNBB criou o Grito dos Excluídos para que a memória não se viesse a perder. O Grito tem como objetivos: denunciar a exclusão social, tornar público o rosto desfigurado dos excluídos e propor caminhos cristãos de saída para o modelo social, politico e econômico mais justo. O sistema sociopolítico e econômico implantado em nosso país ainda tem gerado uma grande quantidade de pessoas excluídas das mais básicas condições de vida: educação, saúde, acessibilidade etc. Nossa missão cristã exige a denuncia dessas estruturas injustas, pois isso nos será pedido no juízo final.

Padre Luis Felipe Dias

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