sábado, 14 de novembro de 2015

Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, somente o Pai (15/11/2015)

   Aproximamo-nos do fim do ano litúrgico, e na liturgia deste domingo somos convidados a meditar sobre o fim dos tempos, muitos se preocupam em tentar formular previsões sobre este acontecimento, mas, só uma coisa que verdadeiramente importa: Será que estamos devidamente preparados para a vinda do Senhor? Como o próprio Cristo nos diz, não sabemos nem o dia e nem a hora, devemos então viver plenamente cada dia como se fosse o último de nossas vidas, não deixar para amanhã o bem que podemos fazer hoje.
   Na primeira leitura (Dn 12,1-3.) o profeta Daniel nos diz: “Naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo; e será um tempo de angústia, como nunca houve até então, desde que começaram a existir nações. Mas, nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem inscritos no Livro. Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Mas os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.”
   O profeta nos traz uma mensagem de esperança em meio a muita tribulação, o Senhor envia alguém para socorrer o seu povo escolhido, aqueles que mostraram sabedoria e trilharam os caminhos da virtude brilharão com estrelas eternamente. Mas, quem são estes escolhidos? São aqueles que praticam a justiça do Senhor, alimentam o faminto, dão de beber a quem tem sede, agasalham os que estão com frio e acolhem os que estão desabrigados, eles são sinais de paz, fé e esperança para os mais sofridos e marginalizados pela sociedade, em seus sorrisos mostram a face de Deus que se compadece e caminha com o seu povo.
   Na carta aos Hebreus (Hb 10,11-14.18.) vemos que: “Todo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar os pecados. Cristo, ao contrário, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus. Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição definitiva os que ele santifica. Ora, onde existe o perdão, já não se faz oferenda pelo pecado.”
   É Jesus o verdadeiro sacerdote, ele não ofereceu outra vida em sacrifício, ele entregou a si próprio em sacrifício para que fossemos resgatados das amarras do pecado, ele está para sempre a direita de Deus onde aguarda até que todos os inimigos estejam debaixo dos seus pés. Em Cristo somos chamados à perfeição, ele nos santifica e não são mais necessários novos holocaustos. Nós, como seus discípulos, devemos levar ao mundo sua mensagem de amor e de paz, e denunciar todas as situações de mortes que oprime os filhos de Deus, Cristo nos confia à missão de transformar este mundo pelo amor.
   No evangelho (Mc 13,24-32.) Marcos os mostra Jesus revelando aos seus discípulos: “Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: ‘Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra. Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. Assim também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas. Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isto aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai’.”
   Vivemos em um mundo de muitas guerras, as violências todos os dias fazem inúmeras vitimas, são guerras pelo poder de uma nação sobre a outra, e também para se adquirir maior controle econômico. Como falar de amor, esperança e paz, em um ambiente tão desfavorável? Muitos podem achar que o fim já chegou e que se aproxima a destruição do mundo, mas, se pensarmos bem estas guerras e violências sempre existiram, no tempo de Jesus e dos discípulos, muitos eram perseguidos em mortos, e nações se levantavam em guerras contra as outras nações, Israel estava sobre o domínio do Império Romano e o povo vivia oprimido pelos pesados tributos que tinham que pagar a Roma, o povo clamava por libertação.
   Em Cristo recebemos a libertação, ele se mostra um salvador diferente, não pega em armas, ele liberta pela misericórdia e pelo amor, refletir sobre o fim dos tempos nos põe a caminho do encontro definitivo com Jesus, onde o veremos face a face, não podemos desperdiçar o nosso tempo buscando respostas e previsões sobre o fim do mundo, devemos todos os dias seguir o exemplo de Jesus agindo com misericórdia e amor, há muitas pessoas que necessitam de nós, pessoas que vivem perdidas sem rumo na vida, e nós não podemos negar a ajuda que elas precisam.
   Que neste domingo possamos buscar o verdadeiro sentido do encontro definitivo com Deus, sabemos que a cada dia caminhamos para a passagem desta para a outra vida. E o que apresentaremos diante do Senhor? Devemos fazer nesta vida o que Jesus nos pediu, sem preocuparmos de quando partiremos, levar os nossos irmãos a também seguir ao encontro de Deus deve ser o nosso objetivo, para que na morada celeste todos possamos estar unidos a Jesus na presença de Deus Pai.
Rubens Corrêa

2 comentários:

  1. Excelente texto, Rubens!
    Muito esclarecedor, muito inspirado! Vai me ajudar na homilia que farei amanhã em São Pedro!
    Mensagem de fé e esperança.
    Muito bom!

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  2. Excelente texto, Rubens!
    Muito esclarecedor, muito inspirado! Vai me ajudar na homilia que farei amanhã em São Pedro!
    Mensagem de fé e esperança.
    Muito bom!

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