sábado, 18 de junho de 2016

“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (19/06/2016)

   Neste domingo a palavra de Deus nos chama a meditar sobre os obstáculos que encontramos ao percorremos o caminho do Senhor, sabemos que muitas vezes somos tentados a não confiar na sua providencia e buscamos outros caminhos que nos afastam da sua presença, outras vezes somos nós que afastamos os nossos irmãos deste caminho, por eles vivenciarem de forma diferente a sua fé, mas Jesus nos mostra que para ser seu discípulo é preciso renunciar a nós mesmos, tomar sobre os ombros nossa cruz e segui-lo.
   Na primeira leitura (Zc 12,10-11;13,1.) o profeta Zacarias nos revela: “Assim diz o Senhor: ‘Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; eles olharão para mim. Ao que eles feriram de morte, hão de chorá-lo, como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele a dor que se sente pela morte de um primogênito. Naquele dia, haverá um grande pranto em Jerusalém, como foi o de Adadremon, no campo de Magedo. Naquele dia, haverá uma fonte acessível à casa de Davi e aos habitantes de Jerusalém, para ablução e purificação’”.
   O profeta nos mostra que para reencontramos o caminho do Senhor é necessário reconhecermos como pecadores, e mais do que isso é preciso uma mudança de vida, não são alguns rituais que irão nos purificar, a reconciliação com Deus se faz com uma atitude firme e constante de seguidores de corações verdadeiramente convertidos e comprometidos com o projeto de Deus.
   Em sua carta aos Gálatas (Gl 3,26-29.) o apóstolo Paulo nos diz: “Irmãos: Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo. Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa”.
   As palavras de Paulo nos leva a entender que não existe divisão quando estamos unidos em Cristo, nós que somos batizados nos transformamos em imagem de Jesus ressuscitado para o mundo, entre nós não pode haver nenhuma diferença que privilegie um e marginalize o outro, em Cristo não somos mais medidos pela lei, ele nos mede com um amor sem medida, para ele não há diferença de nacionalidade, gênero e etnia, para Jesus somos todos irmãos e filhos amados de Deus.  
   O evangelhista Lucas (Lc 9,18-24.) nos mostra Jesus questionando os seus discípulos: “Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: ‘Quem diz o povo que eu sou?’ Eles responderam: ‘Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou’. Mas Jesus perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘O Cristo de Deus’. Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. E acrescentou: ‘O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia’. Depois Jesus disse a todos: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará’”.
   Após algum tempo caminhando com os discípulos e os ensinando, Jesus vê a necessidade de saber se eles compreendiam que realmente ele era, os outros diziam que era um profeta poderoso, mas Pedro ver em Jesus o messias tão esperado pelo povo e anunciado pelos profetas, Jesus porém mostra que a missão passa pela perseguição, prisão, flagelo e morte, e que sua ressurreição revelaria a todos a sua vitória e quem quisesse segui-lo deveria estar disposto a trilhar pelo mesmo caminho.
   Vemos como está na moda falar de Jesus, muitos o anunciam e ganham muitas vantagens com isso, mas o Cristo ressuscitado nos mostra que é preciso renunciar as vaidades, o orgulho, o poder e as riquezas, colocar sobre os ombros a cruz nos oprime e nos angustia, seguindo-o verdadeiramente de corpo e alma, não somos chamados a somente falarmos de Cristo, devemos viver como ele sendo sinais de fé e esperança a tantos outros irmãos que caminham ao nosso lado com as suas pesadas cruzes machucando não só os seus ombros, mas todo o seu ser, os apóstolo entenderam isso e entregaram as suas vidas em favor dos outros. E nós o que faremos?
Rubens Corrêa

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