Encerrando o Ano litúrgico proclamamos Jesus
Cristo, Senhor e Rei do Universo que vence o anti-Reino deste mundo, fazendo-se
servo, entregando sua vida em defesa dos pobres e humilhados e reconciliando a
humanidade com Deus. Reunidos como servos e servas do seu Reino, aceitamos
fazer unicamente a sua vontade. Deixemos o Senhor reinar sobre nós. A Igreja do
Brasil inicia hoje o Ano do laicato que quer celebrar a presença e a
organização dos fiéis leigos e leigas no Brasil, com o lema “SAL
DA TERRA E LUZ DO MUNDO”. Somos chamados a transformar o mundo no reino
da verdade e da justiça, de santidade e da graça, do amor e da paz, na Igreja e
na sociedade e testemunhar aqui Jesus Cristo e seu Reino.
Primeira Leitura – Ezequiel (34,11-12.15-17)

Na primeira leitura, Ezequiel,
utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua
relação com os homens. A imagem por um lado, nos traz a autoridade de Deus e o
seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história e, por outro lado,
a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. Assim como as ovelhas, nós também, ora
estamos dispersas, doentes, perdidas ou gordas e fortes. Para todos nós o
pastor tem um tratamento diferente e adequado segundo as diversas situações nas
quais nos encontramos. Deus cuida de nós com amor e, se nos deixarmos contagiar
com este amor teremos alimento com fartura e jamais precisaremos sair do Seu
redil. Ele conhece a nossa realidade, as nossas razões, nossas necessidades e
nossos anseios.
Salmo -
22
O Senhor é o pastor
que me conduz; / não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha e restaura as
minhas forças.
Preparais à minha frente uma mesa, bem
à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida; e na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.
Neste
salmo sentimos a mão forte do Pai nos protegendo, guiando, indicando o caminho
menos perigoso, nos mostrando a melhor decisão, a melhor escolha, cada passo, a
cada dia. Façamos isso e nossa vida mudará para melhor, assim sendo, podemos garantir e
proclamar que a felicidade e o bem hão de nos seguir por toda vida e que, um
dia, nós também habitaremos na casa do Senhor, para sempre.
Segunda Leitura – Primeira Carta de São Paulo aos
Coríntios (15,20-26.28)

Neste trecho da segunda
leitura, Paulo nos apresenta um Rei soberano, vencedor da morte e do pecado,
estabelecendo uma realeza universal. Paulo explica o Senhorio de Jesus
universal, a sabedoria e a realeza de Cristo Ressuscitado que é a primícia de
todos que morreram, nos lembra ainda que o fim de nossa caminhada é a
participação nesse Reino de Deus de
vida plena, para qual Cristo nos conduz. O Reino de
Deus será uma realidade onde o egoísmo, a injustiça, a miséria, o sofrimento, o
medo, o pecado, e até a morte, ou seja, todos os inimigos da vida e do homem,
estarão definitivamente ausentes, pois terão sido vencidos por Cristo. Nesse Reino definitivo, Deus se manifestará em tudo
e atuará como Senhor de todas as coisas (v.28).
Evangelho – Mateus (25,31-46)

Hoje
é um dia festivo para nós, pois celebramos Cristo Rei. O Único e Verdadeiro
Rei. O Rei do universo, Rei das nossas vidas, das nossas famílias e dos nossos
corações. Com a festa de Cristo Rei, nós encerramos este ano litúrgico (ano A).
Na próxima semana estaremos comemorando o primeiro domingo do Advento, tempo de
preparação para a vinda do Menino Deus, tempo de espera e início de mais uma
caminhada no novo ano litúrgico, (ano B).
Neste
evangelho Mateus encerra o discurso escatológico, ou seja, o final dos tempos e
o ministério público de Jesus, enfatizando que o amor solidário abre a porta do
Reino de Deus. Jesus Cristo protege os necessitados pois se identifica com
eles. O Senhor nos promete a vida eterna,
e para obtê-la é preciso que vivamos a santidade, desde já. Jesus nos dá o
roteiro para que possamos perseguir a perfeição enquanto aqui vivemos. Cada
orientação que Jesus nos dá é um ensinamento a fim de que possamos caminhar
passo a passo rumo ao céu. Assim sendo, não podemos dizer que não conhecemos a
receita nem o caminho, pois o próprio Jesus nos dá todas as dicas.
O texto nos sugere uma
revisão de vida, precisamos reaver os valores sobre os quais, estamos
conduzindo a nossa vida. O nosso tempo é curto, precisamos aproveitar bem este
espaço sagrado que Deus nos concede, para ajustarmos os nossos passos nos
passos de Jesus, construindo a cada dia, a nossa morada no céu. O caminho que
nos levará a eternidade, passa pela a prática do amor. O que vai nos colocar à
direita do nosso Rei, que é Jesus, não será nossas práticas religiosas, e sim,
o amor vivido junto aos irmãos.O amor derramado do nosso coração, através de
nossos atos concretos, fica guardado no coração de Deus. O que nos identificará
diante de Deus, como filhos da luz, é a marca do amor que deixamos por onde
passamos.
O que fazemos ou que
deixamos de fazer aos nossos irmãos é a Deus que fazemos. Quem tem a vida
pautada no exemplo de Jesus, tem a vida regida o tempo todo pelo o amor, o amor
é a motivação de todos os que procuram viver como Jesus viveu. Quem ama,
dá passos ao encontro do outro, quem ama perdoa, acolhe, promove a paz e a
justiça, realiza a vontade de Deus, fazendo o que Jesus fazia. "Vinde, benditos de
meu Pai! Vós que estais à minha direita, recebei como herança este Reino que
meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!"(v.34). Ser
chamado de bendito é estar no lugar reservado em meio às maravilhas que os
olhos humanos jamais viram. Essa é a herança para quem souber partilhar e
encontrar no amor uma forma de servir. Estar à direita do Rei significa estar
ao lado dos fracos, dos pobres, dos oprimidos e injustiçados. Que o Cristo Rei do universo nos
ajude a participar e seguir suas pegadas. Deus seja louvado!
![]() |
Marlene Coelho Resstel |
Nenhum comentário:
Postar um comentário