sábado, 25 de julho de 2015

Jesus multiplica os nossos dons em favor de quem mais necessita (26/07/2015)

   Neste domingo partilhamos com Jesus e os irmãos aquilo que temos e aquilo que somos, sabemos que os nossos recursos são poucos e muitas vezes nos achamos infinitamente pequenos frente ao mundo com tantas diversidades, mas, o Reino de Deus se faz de cada pequeno gesto que fazemos e presenciamos, sabemos que ninguém é tão pobre que não tenha nada para partilhar e ninguém é tão rico que não tenha nada o que receber, com Jesus aprendemos a partilhar não só o pão material, mas, principalmente o pão espiritual, ele é nossa inspiração para esta missão.
   A primeira leitura (2Rs 4,42-44.) nos mostra que um homem leva para Eliseu, homem de Deus, vinte pães de cevada e trigo novo, os primeiros frutos da terra, e Eliseu diz para entregar estes pães ao povo para que coma, “Mas o seu servo respondeu: Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas? Eliseu disse outra vez: Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: Comerão e ainda sobrará.” E de fato todos comerão e ainda sobrou.
   Vemos nesta linda passagem bíblica que aquele homem não levou para Deus aquilo que estava sobrando e sim os primeiros frutos da terra, este gesto mostra o reconhecimento de tudo o que Deus estava provendo em sua vida, e o gesto de Eliseu mostrou que aquilo que partilhamos deverá ser colocado em comum com aqueles que mais necessitam, Deus não precisa dos nossos recursos, mas, neste mundo existem milhões de filhos de Deus abaixo da linha da pobreza e um pouco que, de coração, ofertamos servirá para aliviar a dor de quem mais sofre.
   O apostolo Paulo em sua carta aos Efésios (Ef 4,1-6.) nos diz que ele sendo prisioneiro no Senhor, nos orienta a manter a unidade na diversidade, nos exortando a caminhar de acordo com a vocação que recebemos, sendo mansos e humildes, suportando uns aos outros com paciência e amor. Em Cristo somos um só Corpo e um só Espírito, esta unidade nos uni em paz, pois é na mesma esperança que somos chamados. Há somente um Senhor, uma só fé, um só batismo, e temos um único Deus que é nosso Pai, está em todos e age por meio de todos.
   A palavra de Deus se espalhou por todos os cantos do mundo, sendo incorporada nas mais diversas culturas, e hoje temos diversas manifestações religiosas no mundo inteiro. Como querer que todos tenham as mesmas maneiras de demonstrar a sua fé? O apóstolo Paulo nos mostra a importância de nos mantermos unidos na mesma fé, no mesmo batismo e no mesmo Senhor, estes são os elos que nos uni, e devemos respeitar as diversidades de culturas dentro do cristianismo, devemos nos alegrar com cada pessoa que em sua vida leva a mensagem de Deus no seu jeito de ser, e não impor o pesado fardo das tradições, seguir a Jesus deve ser motivo de grande alegria e não de opressão.
   Hoje temos a felicidade de partilharmos um pouco do evangelho segundo São João (Jo 6,1-15.), vemos este grande momento da missão de Jesus, uma grande multidão o seguia porque via os sinais que ele realizava em favor dos que mais precisavam, ele ao ver aquela multidão perguntou a Felipe, “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Mas, Jesus sabia de tudo o que iria fazer, Felipe com o pensamento nas coisas do mundo disse que não havia recursos para alimentar tantas pessoas. André mostrou um menino que colocou em comum os cinco pães e dois peixes que possuía, mas, também reconheceu que era pouco para tanta gente.
   Jesus mandou que todos se sentassem e tomou em suas mãos a oferta daquele menino, olhou para o céu, proferiu a benção e entregou para que os discípulos distribuíssem as mais de cinco mil pessoas que ali estavam, todos comeram e ficaram satisfeitos, Jesus mandou que eles recolhessem o que sobrou, e juntaram doze cestos com as sobras. O povo vendo estes sinais exclamou: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. Jesus percebendo que eles queriam o proclamar rei, se retirou para um lugar deserto.
    Novamente vemos Jesus que olhando a multidão se compadece e realiza um grande sinal, mas, ele não realiza este sinal sozinho, quis precisar de alguém que colocou em comum tudo o que tinha, sem se preocupar em acumular. Vendo o gesto daquele menino entendemos a essência do que é ser cristão, sabemos que somos pequenos e que temos tão pouco a oferecer, colocamos em Jesus a esperança de ver os dons multiplicados e servindo a quem mais precisa, o menino não teve medo de ficar sem o seu alimento, ele confiou que Jesus iria saciar a sua fome de amor e de paz.
   Somos um país de dimensões continentais, e também é grande o número de pessoas que passam fome em um país que todos os anos batem recordes de produção de alimentos. O que está errado nesta matemática? Alguém está somente enchendo o seu celeiro e acumulando muito mais do que precisa. No maior país cristão do mundo, e quando digo cristão me refiro a católicos e protestantes, é impensável admitir que alguém possa morrer de fome, a essência do seguimento de Jesus é partilhar com quem não tem. Será que estamos sempre nos omitindo e deixando somente para Jesus resolver tudo? Somos cristão verdadeiros ignorando as necessidades do próximo?
   Precisamos nos espelhar no gesto daquele menino, fazer o bem as pessoas que necessitam sem questionar qual fé que ele professa, de qual igreja participa ou em quem votou nas últimas eleições, quando deixamos de lado estas coisa, permitimos que a verdadeira graça de Deus se manifeste em nosso meio, somos uma gota neste imenso oceano, mas, ele se torna grande quando consegue unir milhares e milhares de milhões de gotas, e é assim que Jesus realiza hoje os seus grandes sinais, reunindo nele, milhares e milhares de milhões de pequenos sinais que nós todos os dias realizamos em prol de quem precisa.
Rubens Corrêa

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