Neste domingo partilhamos com Jesus e os
irmãos aquilo que temos e aquilo que somos, sabemos que os nossos recursos são
poucos e muitas vezes nos achamos infinitamente pequenos frente ao mundo com
tantas diversidades, mas, o Reino de Deus se faz de cada pequeno gesto que
fazemos e presenciamos, sabemos que ninguém é tão pobre que não tenha nada para
partilhar e ninguém é tão rico que não tenha nada o que receber, com Jesus
aprendemos a partilhar não só o pão material, mas, principalmente o pão
espiritual, ele é nossa inspiração para esta missão.

Vemos nesta linda passagem bíblica que
aquele homem não levou para Deus aquilo que estava sobrando e sim os primeiros
frutos da terra, este gesto mostra o reconhecimento de tudo o que Deus estava
provendo em sua vida, e o gesto de Eliseu mostrou que aquilo que partilhamos
deverá ser colocado em comum com aqueles que mais necessitam, Deus não precisa
dos nossos recursos, mas, neste mundo existem milhões de filhos de Deus abaixo
da linha da pobreza e um pouco que, de coração, ofertamos servirá para aliviar
a dor de quem mais sofre.
O apostolo Paulo em sua carta aos Efésios (Ef
4,1-6.) nos diz que ele sendo prisioneiro no Senhor, nos orienta a manter a
unidade na diversidade, nos exortando a caminhar de acordo com a vocação que
recebemos, sendo mansos e humildes, suportando uns aos outros com paciência e
amor. Em Cristo somos um só Corpo e um só Espírito, esta unidade nos uni em
paz, pois é na mesma esperança que somos chamados. Há somente um Senhor, uma só fé, um
só batismo, e temos um único Deus que é nosso Pai, está em todos e age por meio
de todos.
A palavra de Deus se espalhou por todos os
cantos do mundo, sendo incorporada nas mais diversas culturas, e hoje temos
diversas manifestações religiosas no mundo inteiro. Como querer que todos
tenham as mesmas maneiras de demonstrar a sua fé? O apóstolo Paulo nos mostra a
importância de nos mantermos unidos na mesma fé, no mesmo batismo e no mesmo
Senhor, estes são os elos que nos uni, e devemos respeitar as diversidades de
culturas dentro do cristianismo, devemos nos alegrar com cada pessoa que em sua
vida leva a mensagem de Deus no seu jeito de ser, e não impor o pesado fardo
das tradições, seguir a Jesus deve ser motivo de grande alegria e não de
opressão.

Jesus mandou que todos se sentassem e tomou
em suas mãos a oferta daquele menino, olhou para o céu, proferiu a benção e
entregou para que os discípulos distribuíssem as mais de cinco mil pessoas que ali estavam, todos comeram e ficaram satisfeitos, Jesus mandou que eles
recolhessem o que sobrou, e juntaram doze cestos com as sobras. O povo vendo
estes sinais exclamou: “Este é
verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. Jesus percebendo
que eles queriam o proclamar rei, se retirou para um lugar deserto.
Novamente
vemos Jesus que olhando a multidão se compadece e realiza um grande sinal, mas,
ele não realiza este sinal sozinho, quis precisar de alguém que colocou em comum tudo o
que tinha, sem se preocupar em acumular. Vendo o gesto daquele menino
entendemos a essência do que é ser cristão, sabemos que somos pequenos e que
temos tão pouco a oferecer, colocamos em Jesus a esperança de ver os dons multiplicados
e servindo a quem mais precisa, o menino não teve medo de ficar sem o seu
alimento, ele confiou que Jesus iria saciar a sua fome de amor e de paz.

Precisamos nos espelhar no gesto daquele
menino, fazer o bem as pessoas que necessitam sem questionar qual fé que ele professa, de qual igreja
participa ou em quem votou nas últimas eleições, quando
deixamos de lado estas coisa, permitimos que a verdadeira graça de Deus se
manifeste em nosso meio, somos uma gota neste imenso oceano, mas, ele se torna grande quando consegue unir milhares e milhares de milhões de gotas, e é assim
que Jesus realiza hoje os seus grandes sinais, reunindo nele, milhares e
milhares de milhões de pequenos sinais que nós todos os dias realizamos em prol
de quem precisa.
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Rubens Corrêa |
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