sábado, 15 de novembro de 2014

O que faremos com os talentos que recebemos de Deus? (16/11/2014)

   Neste domingo Deus nos convida a meditar sobre como estamos usando os talentos que nos são confiados, recebemos diversos dons do Senhor e muitas vezes nada fazemos com eles, estamos muitas vezes esperando que os outros façam alguma coisa e deixamos os nossos dons esquecidos jogados pelos cantos de nossas vidas. De que vale tantos dons desperdiçados pela ociosidade?

   No livro dos provérbios vemos que nossas escolhas devem ser baseadas nas coisas que realmente são importantes, “Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!”(Pr 31,10-13.19-20.30-31)
   Quantas pessoas constroem seus relacionamentos baseados na beleza e no porte físico dos seus companheiros, esta certamente não é a atitude mais correta, não estou aqui dizendo que as pessoas não devem se preocupar dos os cuidados com o físico e com a beleza, mas, isso não deve ser o que elas têm de melhor, um relacionamento, seja ele conjugal ou de amizade, deve ser construído sobre bases sólidas, do amor e companheirismo, estar juntos nos momentos de fartura é muito fácil, difícil é administrar o relacionamento durante as intemperes da vida, quando chega o desemprego, a doença e as dificuldades financeiras o amor é sempre o primeiro que acaba, nós cristãos precisamos fundamentar muito bem estes relacionamentos para não nos perdemos na vida nos momentos de dificuldades, que em algum instante do nossa vida certamente vai acontecer.

   Em sua carta aos Tessalonicenses, o Apóstolo São Paulo, nos mostra que devemos sempre estar preparados, “Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos, não há por que vos escrever. Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como um ladrão, de noite. Quando as pessoas disserem: “Paz e segurança!”, então de repente sobrevirá a destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. Mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios.”(1Ts 5,1-6.) Não sabemos nem o dia e nem a hora, por isso devemos sempre estar preparados para as diversidades da vida. E também devemos pensar se Deus nos chamar hoje para o acerto final, será que estamos realizando a nossa missão aqui na terra? Quantas coisas deixamos para fazer depois e nunca fazemos? A vida passa em uma velocidade espantosa, não podemos perder tempo com coisas fúteis e precisamos concentrar nossos esforços naquilo que realmente importa para nossa vida.

   No evangelho Jesus nos revela a essência da missão que ele nos confia, “Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão.”(Mt 25,14-18.) Recebemos de Deus os mais variados dons, e o que vamos fazer com eles? Vemos os exemplos dos empregados que receberam cinco e dois talentos, eles não se acomodaram, trabalharam muito e multiplicaram aquilo que tinham recebido, ao contrário daquele que tinha recebido apenas um talento, que ficou cheio de medo e enterrou o que recebeu, temendo o que poderia acontecer.
   Mas, precisamos um dia prestar conta do que recebemos. Será que temos multiplicado ou escondido os nossos dons? O que vamos apresentar para Deus como fruto dos dons que recebemos? “Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco, que lucrei. O patrão lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria! Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei. O patrão lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!. Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence.”(Mt 25,19-25.) Não podemos deixar que o medo nos paralisem, devemos vencer estes obstáculos, colocar os dons a serviço de Deus, do próximo e do mundo, esta é a nossa missão, e o amor de Deus por nós e o nosso amor ao próximo deve ser a força que nos impulsiona para estar a serviço da missão que Jesus nos confia.

   Um dia estaremos na presença de Deus e o que iremos trazer em nossas mãos? Teremos muitos frutos dos dons que recebemos ou apresentaremos as nossas mãos vazias? “O patrão lhe respondeu: Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? Então, devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence. Em seguida, o patrão ordenou: Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!”(Mt 25,26-30.) Deus não é vingativo como muitos dizem, mas, o que vivemos são resultados de nossas escolhas, colocar a serviço é lutar para multiplicar os dons que recebemos, não podemos deixar o medo tomar conta de nós, é preciso acreditar que Jesus está sempre ao nosso lado, mesmo quando tudo nos parece desfavorável.
   Multiplicar os dons é levar ao mundo este amor de Deus, até mesmo aqueles não acreditam nele, sejam eles, cristãos, espiritas, muçulmanos, islâmicos, judeus, budista e outras tantas religiões, não podemos deixar que a cultura da intolerância e do medo vença o amor, está em nossas mãos a oportunidade de transformar este mundo em um lugar melhor para todos, independentemente da fé que professa, da cor da pele e das opções políticas, devemos promover união de todos respeitando sempre a diferença, penso que isso foi o que Jesus sempre fez e penso que estes são os talentos que recebemos em nossas mãos, cabe a cada um de nós escolher o que fazer com eles. Pensem nisso e faça uma boa escolha.
Rubens Corrêa

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