sábado, 8 de novembro de 2014

Somos templos, sacrários vivos de Nosso Senhor (09/11/2014)

   Neste Domingo celebramos a Dedicação da Basílica de Latrão, somos convidados a refletir na importância dos templos na vida no povo, templo lugar de encontro, lugar de oração, lugar ouvir a palavra, é também no templo que recebemos o impulso para a missão, mas, do que este templo Pedro, hoje somos convidados a refletir sobre o principal templo, o templo do Espirito Santo, que é o nosso corpo.
   Da primeira leitura recebemos a seguinte mensagem, “Naqueles dias, o homem fez-me voltar até a entrada do Templo e eis que saía água da sua parte subterrânea na direção leste, porque o Templo estava voltado para o oriente; a água corria do lado direito do Templo, a sul do altar. Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte, e fez-me dar uma volta por fora, até à porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado direito. Então ele me disse: Estas águas correm para a região oriental, descem para o vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e elas se tornarão saudáveis. Onde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida onde chegar o rio. Nas margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que banham as árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas folhas serão remédio.”( Ez 47,1-2.8-9.12) Nas palavras do profeta Ezequiel percebemos a vida que brota a partir as aguas que saem do templos, não é uma vida minguada, e sim uma vida plena, vida que nutre e alimenta outras vidas, é assim que deve acontecer em nossas igrejas, devem sair algo que possam nutrir e alimentar o povo nas lutas do dia a dia.
   A segunda leitura nos diz, “Irmãos, vós sois lavoura de Deus, construção de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, eu coloquei — como experiente mestre de obra — o alicerce, sobre o qual outros se põem a construir. Mas cada qual veja bem como está construindo. De fato, ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo. Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário.”(1Cor 3,9c-11.16-17) O apostolo São Paulo nos mostra que alicerce forte e seguro que temos para construir o nosso templo é Jesus Cristo, outro alicerce não nos daria a sustentação sólida e segura. E qual seria este templo? Este templo que Deus a morada e onde reside o Espirito Santo é o nosso corpo, por isso que devemos cuidar bem deste templo, não permitindo que as coisas do mundo possam destruí-lo.
    No evangelho vemos que Jesus se revolta com aqueles que exploram a fé do povo fazendo do templo uma fome de lucro fácil, “Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio! Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: O zelo por tua casa me consumirá. Então os judeus perguntaram a Jesus: Que sinal nos mostras para agir assim? Ele respondeu: Destruí este Templo, e em três dias o levantarei. Os judeus disseram: Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias? Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.”(Jo 2,13-22) Jesus condena esta prática naquela época, e o que faria hoje com tantas religiões e seitas que visam somente o dinheiro, oferecendo em troca milagres e cura espiritual.
   Nós cristãos, sejamos católicos ou protestante, não podemos permitir que a casa do Senhor seja este comércio onde se pode comprar de quase tudo, não podemos perder a essência da nossa fé, Padres e Pastores dedicam as suas vidas no anuncio do evangelho, servindo com amor e dedicação de pai as ovelhas do rebanho, e todo o trabalhador merece ser bem remunerado pelo seu trabalho, mas, não podemos permitir que sejam exigidos do irmão que mal tem o pão para colocar na boca dos seus filhos, que sustentem o luxos deste lideres, como por exemplos carros luxuosos que mais servem para ostentação do que para a missão, a estes mais carentes a igreja, seja ela católica ou protestante, tem uma obrigação social e moral de ajudar com o mínimo básico e lutar para que esta família tenha condições de conseguir o seu próprio sustento.

   Quando Jesus chicoteou aqueles mercadores, penso que na verdade ele queria nos sacudir, mexendo com a nossa acomodação, como templos vivos do Espirito Santo não podemos ficar com os braços cruzados falando que alguém deve fazer alguma coisa, se vemos algo que não concordamos e nos revolta, por que devemos esperar que outros tomem uma atitude por nós? Jesus não induziu a nenhum dos seus discípulos a acabar com aquele mercado, ele como líder, não liderou somente com as belas palavras, o maior dos seus ensinamentos foi com o seu exemplo de entrega total. Nós como morada de Deus vivo devemos fazer jus a nossa missão, e a nossa missão é fazer deste mundo, uns lugares onde negros e brancos, ricos e pobres, cristãos e não cristãos, homens e mulheres, adultos e crianças, tenham seus direitos respeitados e com o seus deveres cumpridos. Aos olhos de Deus não há diferença, somos todos iguais, somos templos e sacrários vivos do nosso Senhor Jesus Cristo, sempre prontos para esta missão.
Rubens Corrêa

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