quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Comemoração dos fiéis defuntos (02/11/2014)

      Face a face com Cristo!
   Neste domingo celebramos a esperança. Lembramos nossos entes queridos que já partiram para o Pai. A morte é o começo de uma vida eterna junto de Deus.
   A celebração dos fiéis defuntos está intimamente ligada à solenidade de todos os santos, pois nossa fé na ressurreição nos associa àqueles que já gozam da felicidade plena e cantam louvores ao Cordeiro.
   É pela certeza da ressurreição que a Igreja se acerca aos fiéis defuntos. Confiamos em Deus e a Deus os nossos entes queridos, na certeza de sua ação divina de transformar suas vidas mortais em vida eterna, participando de sua eternidade e, por isso, de sua divindade, em Cristo Jesus, o vencedor da morte.
   I Leitura (Jo 19,1.23-27ª): Eu o verei com os meus próprios olhos
   II Leitura (Rom 6,3-9): Vida nova em Cristo ressuscitado
   Eu sou a ressurreição, eu sou a vida, eu sou; não morrerá para sempre quem crê em mim, seu Senhor!
   Evangelho (Jo 11,17-27): Quem crê em mim viverá
   Reflexão sobre as leituras escolhidas seguindo o esquema da liturgia Deus conosco
   “Meus olhos verão a Deus”. Deus se revela na história humana de modo gradual num método pedagógico conforme atesta a Bíblia. No meio de muitas perguntas, duvidas e incertezas, Deus permite ao homem fazer uma descoberta: a vida afinal faz sentido!
   “Meus olhos veem a Deus”. Enquanto Jó confessa sua fé na futura visão de Deus, o Evangelho de João nos indica que já podemos “ver” a Deus na pessoa de Jesus Cristo. Ver a Jesus com os olhos da fé implica viver conforme sua pratica e seus ensinamentos. Quem está em Jesus e dele se alimenta (Palavra e Eucaristia) já possui a vida eterna.
   A comunidade joanina confessa que Jesus veio ao mundo “para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10). Esta é também a nossa confissão de fé: ele é o doador da vida plena já para este mundo e para a eternidade. Ele mostrou o caminho da justiça e da fraternidade a este mundo e venceu a morte pela ressurreição. Ele não exclui ninguém. Nele já ressuscitamos para a vida. A morte não tem a última palavra.
   Se Jesus entregou sua vida livremente para a vida do mundo, também nós doamos a vida, livremente, pelo bem dos outros. Com Marta e Maria fazemos também nós a experiência pessoal do encontro com Cristo que nos desafia a deixar os medos e acreditar nele.
   O Dia de Finados (ou dos Fiéis defuntos) é comemorado neste domingo, porém muitos não sabem a origem desta data, nem se ela é comemorada em outras religiões.  A homenagem aos mortos na Igreja Católica começou a partir do ano 998 DC no Mosteiro beneditino de Cluny na França, onde o abade Odilon, ou Odílio, determinou que os monges rezassem por todos os mortos, conhecidos e desconhecidos, religiosos ou leigos, de todos os lugares e de todos os tempos. 
   Após quatro séculos, o Papa, em Roma, adotou o dia 2 de novembro como o Dia de Finados, ou dia dos mortos, para a Igreja Católica. 
   No Brasil este costume foi trazido pelos portugueses, onde as igrejas e os cemitérios são visitados e têm missas encomendadas, os túmulos são decorados com flores, e milhares de velas são acesas. Já no resto da América Latina, o dia 2 de novembro é bastante festejado. No México existe o tradicional “Dia dos Mortos”, onde é preparada uma grande festa popular. Esta é uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo a tradição, os mortos retornam para visitar seus parentes neste dia. Ela é festejada com comida, bolos, festa, música e doces preferidos dos mortos.
   Porém nem todos comemoram o “Dia de Finados”, no caso dos protestantes em geral, estes afirmam que a doutrina da Igreja Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. 
   Segundo eles, a única referência a este tipo de prática estaria em II Macabeus 12,43-46. Porém os protestantes não reconhecem a canonicidade deste livro, por tanto não cultuam esse dia.
   Já os espíritas não comemoram a data da mesma maneira que a religião católica, porém independente de ideologia religiosa, ou limitação imposta pela doutrina, muitos realizam visitas a túmulos de parentes ou conhecidos.

Luis Filipe Dias

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