sábado, 19 de novembro de 2016

Realeza e Misericórdia de Cristo Rei do Universo (20/11/2016)

   Neste domingo encerramos o ano litúrgico. Durante todo o ano celebramos os mistérios da vida de Jesus Cristo, seu nascimento, sua morte e ressurreição, sua ascensão, Pentecostes, Virgem Maria e os Santos e junto celebramos nossa caminhada para Deus.
   Encerramos também o Ano Santo da Misericórdia, um jubileu extraordinário convocado pelo Papa Francisco, que teve seu centro na misericórdia divina.
Celebramos ainda, o dia do Leigo, aqueles que ocupam diversos serviços na vida da igreja e ainda assumem suas famílias e são testemunhas no meio da sociedade.
   No Segundo Livro de Samuel (2Sm 5,1-3.) vimos que “Naqueles dias, todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’’ Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.”
   Que tipo de autoridade política e religiosa temos? O que queremos? A leitura deixa bem claro que o povo é de Deus e a autoridade é quem vai chefiar esse povo. A função das autoridades (qualquer pessoa que assuma função de líder) é guiar, cuidar, zelar, a autoridade é antes de tudo um servo do Senhor com a missão de conduzir seu povo.
   O salmo (Sl 121) canta a felicidade do povo em se reunir em Jerusalém para partilhar a liberdade e a vida, reunido em torno do projeto de Deus que assegura a justiça para todos.
— Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
 Que alegria, quando ouvi que me disseram: 'Vamos à casa do Senhor!'. E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
 Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.”
   Paulo escreve aos Colossenses (Cl 1,12-20.) para dizer que somente Cristo é o mediador entre Deus e os humanos. “Irmãos: Com alegria dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, por quem temos a redenção, o perdão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
   Nos reconciliamos com Deus através da cruz de Cristo. Só por Jesus temos acesso ao conhecimento do Deus invisível.
   Lucas (Lc 23,35-43.), em seu evangelho nos fez descobrir os valores e atitudes do Reino de Deus, durante todo o ano litúrgico e hoje nos traz uma figura do auge da marginalização: o preso crucificado. Naquele tempo, os chefes zombavam de Jesus dizendo: ‘A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!’ Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, e diziam: ‘Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!’ Acima dele havia um letreiro: ‘Este é o Rei dos Judeus’. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: ‘Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!’ Mas o outro o repreendeu, dizendo: ‘Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal’. E acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado’. Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso’”.
   O evangelista Lucas nos apresentou os valores e atitudes de Jesus em contato com marginalizados, rotulados, menosprezados: pastores, mulheres, viúvas, publicanos, prostitutas, samaritanos, leprosos, não os julgou ou condenou e sim mostrou o amor divino, a misericórdia de Deus.
   Celebremos esse dia com a certeza de que Cristo é o Rei que deu sua própria vida para nos introduzir em seu reino, um Reino de amor, justiça e igualdade.
   Ser cristão é construir o Reino de Cristo no mundo através do serviço gratuito e fraterno, humilde, deixando-se fazer a vontade do Pai. Como você está trabalhando para fazer acontecer o Reino? Como seriam nossas comunidades se conseguíssemos trazer para dentro delas a realeza de Jesus?
Carla Matos

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