sábado, 26 de março de 2016

Vigília Pascal, o Cristo ressuscitado resplandece sua luz para o mundo. (26/03/2016)

   Peregrinamos com Jesus desde a sua entrada triunfal em Jerusalém até o calvário, passando por sua agonia no horto das oliveiras onde foi preso e encaminhado para o seu julgamento, flagelo e morte, muitos acharam que os nossos sonhos haviam sido sepultados com ele e que nada mais poderia ser feito, “tudo estava consumado”, mas, eis a grande novidade, Cristo venceu a morte e está vivo, trazendo de volta a nossa esperança. Neste Sábado Santo celebramos a Vigília Pascal, a noite do grande acontecimento, o Cristo ressuscitado que resplandece sua luz para o mundo, sobre ele a morte não tem mais poder.
   Na primeira leitura (Gn 1,1– 2,2.), no relato do livro de Genesis vemos que não há dimensão para o amor de Deus, ele criou tudo e entregou ao homem, que também foi criado por ele, para que cuidasse de toda a sua obra, mas, o que podemos observar é que o homem tem destruído todas as maravilhas que Deus criou, parece que vale tudo em busca do lucro fácil e rápido, o desmatamento, a poluição dos rios e mares com lixo e esgoto, a caça e o tráfico de animais silvestres e selvagens, são inúmeras as formas de destruir a criação de Deus, o homem chegou ao ponto de destruir a própria espécie, com as guerras e o capitalismo selvagem, muitos morrem com a violência e com a fome, em condições sub-humanas tentam resistir para se manter vivos. A campanha da fraternidade deste ano vem nos alertar sobre os cuidados com a nossa casa comum, Deus confia em nós para mudar esta realidade.
   Na segunda leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18.), Deus confirma a aliança com Abraão e sua descendência, Abraão não mede esforços em agradar a Deus, ele oferece o próprio filho em holocausto, mas, anjo enviado por Deus impede que ele derrame o sangue do seu filho. Olhando para o exemplo de Abraão podemos questionar: Como está a nossa adesão ao projeto de Deus? Nesta correria do dia-a-dia temos tantas prioridades que dificilmente encontramos tempo para as coisas de Deus, somente recorremos a ele nos momentos de dificuldades, e quando as coisas dão errado, a ele atribuímos à culpa das nossas quedas e dores. Abraão confiou inteiramente no amor de Deus, oferecendo o que havia de mais precioso em sua vida, e nós também devemos confiar plenamente em Deus, ele não mede esforços em nos abençoar com o seu amor que não tem fim, a devemos nos entregar por inteiro a este amor de Pai.
   Na terceira leitura (Êx 14,15 – 15,1.), ao libertar o povo da opressão do faraó Deus confirma a aliança firmada com Abraão, ele mostra novamente que se mantem fiel as suas promessas, com o seu amor incondicional vence todo o poder e soldados do faraó, fazendo-os sufocar pela própria iniquidade. Moisés soube confiar em Deus, e mesmo em meio a tantas dificuldades, conduziu o povo caminhando a pé enxuto no meio do mar aberto para uma nova vida, muitas vezes somos oprimidos pelos nossos pecados e isolados paralisamos sem encontrar a saída, como Moisés, precisamos confiar em Deus e juntos em comunidade construir uma nova história livre da opressão e do pecado, assumindo a condição de filhos amados de Deus.
   Na quarta leitura (Rm 6,3-11.), vemos que mesmo em sua condição divina, Cristo experimenta a sua condição humana, sentiu alegria, angustia, medo e dor, injustamente foi perseguido, preso, julgado e morto, não tendo pecado, ele tomou sobre si as nossas culpas fazendo morrer junto com ele o homem velho manchado pelo pecado, e junto com ele fazendo ressurgir um homem novo livre do poder da morte, do medo e do pecado. Com a ressurreição de Cristo, todos nós que ressurgimos com ele para uma vida nova, temos a missão de fazer com que todo o mundo conheça este amor sem limites, que para nos libertar do pecado entregou a si mesmo em holocausto. Somos as testemunhas deste amor.
   No evangelho segundo Lucas (Lc 24, 1-12.), meditamos sobre o acontecimento mais fantástico da história, o anuncio da ressurreição de Jesus feito às mulheres que foram ao tumulo para perfumar o corpo do falecido, conforme o costume judeu, o túmulo está vazio, a morte foi vencida, Jesus ressuscitou, e junto com ele ressuscitamos para uma vida nova, e estas mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo, e era necessário espalhar esta grande noticia, por isso elas foram enviadas aos apóstolos para dizer que o “Senhor ressuscitou”, inicialmente eles não acreditaram e acharam que elas estavam tendo alguma alucinação, Pedro correu ao túmulo e vendo apenas os lençóis, voltou admirado com o acontecido.
   Meio a tantas situações de mortes (violências, fomes, drogas, guerras, injustiças e corrupção), é difícil acreditar que a vida possa prevalecer, mas, o Cristo ressuscitado nos faz crer que é possível mudar esta triste realidade, Jesus é luz que resplandece sobre o mundo, e nós somos testemunhas desta luz que brilha sobre as trevas da nossa sociedade, para libertar o povo da opressão e do pecado, em vários momentos da história Deus age por meio de homens e mulheres que se comprometem com seu projeto, hoje somos nós que devemos ser instrumentos nas mãos de Deus para levar à vida, o amor, a fé, a paz e a esperança a todos os seus filhos, independentemente da sua condição social, politica e religiosa, não há limite para o amor de Deus.
   Que a partir desta Vigília Pascal possamos ser mensageiros do Cristo ressuscitado com as nossas palavras, gestos e ações, comunicar com todo o nosso ser a mensagem de vida nova e plena que ressurge do túmulo com Jesus repleto da glória de Deus, devemos começar pela nossa família, depois pela nossa comunidade, seguindo para a sociedade e por fim no mundo todo, não há limites para este anuncio, que a nossa voz possa ecoar em todos os cantos da terra “Jesus vive, Cristo ressuscitou, aleluia, aleluia”.
Rubens Corrêa

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