quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Caminhar sobre o mar das desilusões. (10/08/2014)

   Neste 19º Domingo do Tempo Comum, meditamos como Deus se manifesta em nossas vidas, às vezes esperamos que esta manifestação seja algo fantástico e sobrenatural, mas, Deus nos convida a silenciar em meio a toda a correria do dia-a-dia para podemos escutar a sua voz e entender o que ele preparou para cada um de nós.
   Na primeira leitura o profeta Elias tem uma linda experiência com Deus, “Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, porque o Senhor vai passar. Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E, depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta.”(1Rs. 19, 11 – 13a.) Deus se manifesta como esta brisa suave, sem que agente perceba ele entra em nossas vidas e nos transformada de uma forma profunda, mas, para isso temos que abrir os nossos corações a graça de Deus.
   Na segunda leitura São Paulo revela um sentimento quanto povo de Israel, “Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça. Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos, Deus bendito para sempre! Amém!”(Rm. 9, 2 – 5.) Este povo que peregrinou por longos anos no deserto, que venceu muitos desafios e que foi escolhido por Deus para dele nascer aquele que veio redimir o mundo, este mesmo povo não aceitou Jesus e o crucificou, mas, São Paulo faz da sua vida uma oportunidade de revelar este Jesus, não só para os judeus, mas, a todo o mundo sem fronteiras.
   No evangelho depois do grande milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus se retira no monte para rezar e manda que os discípulos sigam a frente de barco, “A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”(Mt. 14, 24 – 27.) Quando o medo toma conta das nossas vidas, muitas vezes deixamos de reconhecer este Jesus que jamais nos abandona, ele nos acompanha em todos os momentos, principalmente quando achamos que o mundo todo virou as costas para nós, precisamos acreditar que com tua presença possamos vencer qualquer situação adversa.
   Somos tão fracos e custamos acreditar, assim como São Pedro que duvidou, Então Pedro lhe disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água. E Jesus respondeu: Vem! Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me! Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: Homem fraco na fé, por que duvidaste?”(Mt. 14, 28 - 31) Quantas vezes o medo nos faz afundar? O medo de arriscar na vida profissional, o medo de ser mal interpretado pelo outros, o medo de se entregar realmente a uma relação familiar com a esposa ou esposo, com os filhos, muitas vezes somos os frutos frustrados dos nossos medos, e assim vamos afundando cada vez mais tornando nossas vidas insuportáveis, mas, Jesus nos estende a mão e nos puxa para cima, com ele encontramos força e coragem para caminhar sobre o mar das tribulações, o mar das incertezas, o mar do egoísmo e da falta de amor, nele encontramos sentido para continuar caminhando mesmo quando as situações não são favoráveis.
   Vivemos constantemente lamentando as coisas que acontece ou deixam de acontecer em nossas vidas, caminhar sobre as águas requer uma atitude diferente de todos nós, não que iremos seguir sempre firmes e sem medos, somos humanos e temos sempre que reconhecer isso, a diferença é onde buscamos esta força transformadora, se confiamos em Jesus não tememos o primeiro passo sobre as águas, sabemos que ele não nos deixará afundar neste mar de desilusões, ele nos encoraja para que possamos ser pessoas melhores, nele encontramos as condições favoráveis para seguir nossas vidas, “Assim que subiram no barco, o vento se acalmou. Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”(Mt. 14, 32 – 33.)
   E o que vamos fazer com essa condição favorável que Jesus nos proporciona? Precisamos transformar tudo ao nosso redor, na família, na comunidade, no trabalho e no mundo todo, sem imposição, mas, com exemplos, mostrar com nossas vidas a graça infinita de Deus, caminhar sobre as águas requer que demos um passo a cada vez, sem pressa com amor e carinho com quem caminha ao nosso lado, ajudando para que este nosso irmão também não se afunde durante a sua caminhada, sendo a mão de Jesus para o nosso próximo. 
Rubens Corrêa

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