sexta-feira, 3 de abril de 2015

Vigília Pascal, Renasce a esperança para o mundo (04/04/2015)

   Nesta noite do Sábado Santo celebramos a Vigília Pascal, uma festa solene que precede a Pascoa da ressurreição. Após caminhar com Jesus durante a sua agonia no horto das oliveiras, durante a sua prisão, julgamento e flagelo, o acompanhando da morte na cruz até o sepulcro, ouviu-se um grande silencio, e veio a pergunta. Tudo acabou? A quem recorreremos se nossas esperanças morreram com Jesus? Nesta noite de sábado celebramos o grande acontecimento que mudou o rumo da história, aquele que julgaram vencido pela morte, ressurgiu trazendo de volta a nossa esperança.
   Na primeira leitura (Gn 1,1– 2,2.), vemos que Deus em seu gesto de amor incondicional cria tudo o que existe e também cria o homem para cuidar de tudo que ele criou. Notamos que hoje a criação maravilhosa de Deus está sendo cruelmente destruída, poluem o ar, os rios e mares, derrubam e queimam as florestas, destruindo o habitat dos aninais causando a extinção de muitas espécies, mas, o mais terrível que podemos ver é a destruição da própria espécie, vemos muitos morrendo pela violência, pelas drogas, pela negligência nos hospitais, pelas guerras absurdas e pela fome que assola muitos lugares, vemos que o homem está na contramão da história, destruindo tudo aquilo que Deus criou, precisamos mudar esta história.
   Na segunda leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18.), vemos a oferta de Abraão, que oferece o próprio filho em holocausto a Deus, mas, Deus envia o seu anjo e não permite que ele derrame o sangue do seu filho. Vendo com bons olhos a oferenda de Abraão, Deus firma com ele a sua aliança e abençoa toda a sua descendência. E nós o que oferecemos a Deus? Muitas vezes Deus fica em segundo plano em nossa vida, oferecemos a ele o que sobra e quando sobra, vemos que ainda acontece de acusar a ele pelos nossos fracassos e insucessos. Ele nos oferece o seu amor e a sua benção perpetua, mas, para isso devemos nós dar o passo rumo a esta nova vida que surge a partir desta experiência com Deus, Abraão experimentou este amor e nós também podemos, basta nos entregar por inteiro no colo de Deus.
   Na terceira leitura (Êx 14,15 – 15,1.), vemos que Deus reafirma a aliança feita com Abraão, libertando o povo da escravidão e da mão opressora do faraó, Deus mostra novamente que se mantem fiel as suas promessas, vemos que mesmo com todo o poder e soldados o faraó padeceu pela sua maldade, não prevalecendo a sua opressão sobre o povo. Nós por diversas vezes nos sentimos oprimidos pelos nossos pecados e não conseguimos encontrar sozinhos a saída para esta situação, neste momento temos que confiar como Moisés confiou em Deus, e abrir caminho entre o mar das desilusões para trilharmos um novo caminho de um homem novo em Jesus.
   Na quarta leitura (Rm 6,3-11.), São Paulo fala aos romanos que Jesus experimentou a vida como nós meros mortais, sentiu alegria, sentiu angustia e medo, padeceu na dor, sendo perseguido, preso, julgado e morto, em tudo se fez iguais a nós, menos no pecado, ele tomou sobre si os nossos pecados para que morressem junto com ele o homem velho manchado pela culpa, e junto com a sua ressurreição surgisse um homem novo livre do poder da morte, do medo e do pecado. Nós como batizados devemos crer que Cristo padeceu por nossas culpas e que com a sua ressurreição nasce uma nova missão para nós, levar o Cristo a todo o mundo.
   No evangelho segundo Marcos (Mc 16,1-7.), meditamos sobre o ponto alto da nossa fé, o momento que as mulheres vão ao tumulo para seguir um costume judeu de perfumar o corpo do falecido, mas, não encontram o corpo de Jesus, e recebem de um jovem uma grande mensagem de esperança, a vida venceu a morte, Jesus ressuscitou, ressuscitando junto todos os nossos sonhos e essa noticia não poderia ficar restrita a essas mulheres, por isso elas foram enviadas a levar a boa nova aos discípulos, também os enviando em missão para ver o Senhor na Galileia.
   Neste mundo onde vemos tantas realidades de mortes em nosso meio é difícil acreditar que o bem prevalecerá, mas, a ressurreição de Jesus nos faz ter força para acreditar nisso, e mais do que isso, ela deve servir de impulso para lutarmos por um mundo novo, livre das amarras das injustiças, da opressão, da corrupção, do pecado e da violência, devemos ser este mensageiro que levou a boa noticia a aquelas mulheres. Nesta vigília pascal somos convocados a ser sinais de esperança aos irmãos que perderam o sentido de viver, que sejamos para estes irmãos o rosto sorridente, o ombro que acolhe e a mão que levanta, sendo a força e a imagem do Cristo ressuscitado para todo o mundo.
Rubens Corrêa

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